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Pré-Market: Em compasso de espera

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A opção pela cautela volta a prevalecer nos mercados financeiros nesta segunda-feira, diante da expectativa pelo comunicado que acompanhará as decisões sobre as taxas de juros nos Estados Unidos e no Brasil, na quarta-feira. Até lá, os investidores devem seguir assimilando as estripulias de Donald Trump, que vê o comércio internacional como um jogo de soma zero, mas parece se esquecer que o Federal Reserve tem o privilégio de controlar a emissão de dólares no mundo, determinando a liquidez global.

Por isso, a guerra comercial do governo Trump e as investidas contra a China continuam fazendo estragos nos negócios. Os índices futuros das bolsas de Nova York estão no vermelho nesta manhã, contaminando o início do pregão europeu, após uma sessão de perdas na Ásia. A exceção na região ficou com as praças de Xangai (+0,3%) e Hong Kong (+0,1%), com os investidores digerindo a nomeação do economista Yi Gang como novo presidente do Banco Central chinês (PBoC).

Com formação em universidade dos EUA, Yi substitui Zhou Xiaochuan, que ficou 15 anos no cargo, e deve dar continuidade à abertura da economia chinesa, mantendo o curso da liberalização financeira estabelecida pelo seu antecessor, assim como a internacionalização do renminbi. Com isso, a política monetária da China deve manter o viés prudente, mas os investidores ainda assimilam as implicações da mudança de direção no PBoC, ainda mais após novas declarações vindas dos EUA.

O subsecretário do Tesouro norte-americano, David Malpass, afirmou que os EUA estavam paralisando as negociações econômicas com a China, porque Pequim reverteu o curso de abertura de seu mercado interno à concorrência estrangeira. Depois, ele se explicou e disse que era o diálogo econômico formal de várias décadas entre os dois países que estava paralisado. Mas o estrago já estava feito.

Em reação, os investidores buscaram proteção nos títulos norte-americanos (Treasuries) e no iene, sendo que a moeda japonesa também é influenciada por pesquisas que mostram queda no apoio ao primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe. Já o euro e os bônus alemães recuam, ao passo que o dólar está estável, o que reduz o ímpeto das commodities. O petróleo e o cobre estão em baixa.

Na agenda econômica, a semana começa com dados do Banco Central sobre a atividade no primeiro mês deste ano (8h30), mas o destaque fica mesmo com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) em relação à taxa básica de juros (Selic), na quarta-feira. No mesmo dia, o Federal Reserve atualiza a taxa de juros norte-americana (FFR).

Enquanto aqui no Brasil, a expectativa é de que a Selic cairá mais uma vez, em 0,25 ponto percentual, para o novo mínimo histórico de 6,50%, nos Estados Unidos, o Fed deve promover a primeira alta do ano no custo do empréstimo no país, na mesma magnitude, para o intervalo entre 1,50% e 1,75%.

Diante desse consenso, as atenções dos investidores se voltam para os próximos passos do Copom e do Fed. No caso brasileiro, ainda há dúvidas se caberia espaço para uma queda adicional, em maio, novamente de 0,25pp. Mas mesmo que não haja novos cortes após este mês, a possibilidade de a Selic permanecer estável até o fim do ano é grande.

Basta a inflação e a atividade doméstica seguirem fracas, e os riscos eleitorais permanecerem controlados. Assim, o Copom tende a repetir sua preferência por interromper o ciclo de cortes, mas mantendo a porta destrancada para eventuais novos ajustes. Já em relação ao Fed, a incerteza é se o gradualismo no processo de normalização dos juros nos EUA contempla quatro altas até dezembro – ou apenas três.

Por isso, a primeira coletiva a ser conduzida pelo novo presidente, Jerome Powell, logo após o anúncio da decisão do Fed, estará no centro das atenções dos investidores, em busca de pistas sobre a condução do processo, agora sob nova direção. Ainda mais porque o calendário econômico no exterior não reserva outros grandes destaques.

Esvaziada nesta segunda-feira, a agenda lá fora traz amanhã dados sobre o sentimento econômico na zona do euro, além de números preliminares deste mês sobre o desempenho dos setores industrial e de serviços na região da moeda única e também nos EUA, na quinta-feira. No mesmo dia, o BC inglês (BoE) decide sobre os juros.

Dados sobre o setor imobiliário norte-americano recheiam a agenda dos EUA ao longo da semana. De volta ao Brasil, depois do Copom, o foco se desloca para a prévia de março da inflação oficial ao consumidor (IPCA-15), na sexta-feira. Já nesta segunda-feira, além do IBC-Br, tem as tradicionais divulgações do dia: Pesquisa Focus (8h25) e balança comercial semanal (15h).

Ainda por aqui, chama atenção os avanços no front político, mirando as eleições em outubro. O prefeito de São Paulo, João Doria, manteve a lealdade ao seu cabo eleitoral, Geraldo Alckmin, e ganhou as prévias do PSDB para lançar-se candidato ao governo do Estado pelo partido.

Já o presidente Michel Temer mandou avisar aos aliados que vai disputar a reeleição. Apesar dos baixos índices de  aprovação, o presidente acha que ninguém melhor do que ele mesmo para defender seu legado. Com isso, o tucano perde o apoio do Palácio do Planalto na disputa presidencial e a corrida eleitoral do ministro Henrique Meirelles ganha mais um obstáculo.

Mesmo diante dessas incertezas, o cenário eleitoral deve ganhar um fôlego extra até o fim deste mês, quando se espera a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – o que deve injetar uma dose de ânimo nos mercados locais.

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