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Na incerteza e com ganho menor, ideal são aplicações mais líquidas e de menor risco, diz Porto Seguro

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Muitos economistas do mercado foram surpreendidos com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir os juros de 6,75% para 6,5% na reunião de fevereiro e, mais que isso, com a indicação de pelo menos mais um corte no encontro de maio. Para José Pena, economista-chefe da Porto Seguro Investimentos, a decisão  representou a segunda mudança recente de indicações do Copom. Antes, ele sugeria que a redução da Selic de 7% para 6,75% no fim do ano passado seria a última, mas reviu a posição para permitir mais um corte em fevereiro, para 6,5%. E a surpresa veio agora, com a indicação de novos cortes. “Já foi uma surpresa a taxa cair abaixo de 7% ao ano, mas agora, com essa indicação de fevereiro, a Selic vai para 6,25%, no mínimo”, afirma.

A surpresa nos juros foi um reflexo de outra surpresa, com a inflação, que ficou mais baixa que o esperado. “Mas aparentemente a surpresa do BC com a inflação tem sido maior que para mim”, diz o economista. Outros fatores que poderiam ter influenciado a decisão além da inflação, como a atividade econômica mais fraca, não aparentam ter sido tão relevantes na decisão, como diz o próprio BC, explica Pena.

Mais estímulo para a economia no curto prazo

De qualquer maneira, o juro menor indica que o BC quer estimular mais a atividade e assegurar que a inflação volte para perto da meta, de 4,5% este ano. “Se a economia vai reagir não se sabe, mas com certeza a Selic baixa é um estímulo adicional para consumo e investimento, ainda que o juro de curto prazo seja menos importante para a economia e para a confiança dos empresários e consumidores”, explica Pena. Para os empresários, o custo menor dos juros é importante pois dá alívio de caixa, mas a decisão de investir depende mais da taxa e do cenário de longo prazo, que se mantém incerto também pela eleição para presidente da República. Tanto que, nos papéis do Tesouro, as NTN-B longas seguem com juros reais inalterados, na faixa de 5% ao ano além do IPCA.

Implicações de mais um corte na Selic

A mudança de visão do Copom em fevereiro pode ter implicações no médio prazo, avalia Pena. Parando ao redor de 6,5% com uma inflação bem confortável, o BC indicaria maior rigor na política monetária e poderia reduzir os juros mais longos. “Reduzindo mais agora, a decisão tem impacto menor no longo prazo”, afirma Pena, que acredita que o Copom preferiu centrar sua preocupação na inflação imediata, e abrir mão de manter o IPCA mais baixo no longo prazo. Uma decisão que parece ter sido tomada uma semana antes do Copom de fevereiro.

Alta pode começar mais cedo

Outra implicação do corte mais forte dos juros pode ser a antecipação da alta da Selic. O mercado acredita que a taxa voltará para 8% ao ano em 2019. A Porto Seguro, segundo Pena, esperava a subida da taxa no início do ano que vem. “Agora, a segurança diminuiu e, se o Copom for mais fundo no corte, corre o risco de ter de fazer um movimento de alta antes e mais forte do que se tivesse parado em 6,5%, 6,75%”, acredita. Isso só não ocorrerá se a visão do BC, de uma inflação benigna por mais tempo, subindo mais devagar, se confirmar.

Juro pode chegar a 6%

Pena avalia também que a hipótese de os juros caírem para 6% este ano não pode ser eliminada, diante do fato de o Copom já ter contratado uma nova redução de 6,5% para 6,25% em maio. “No curto prazo, a inflação vai continuar bastante baixa, até pelos efeitos sazonais da safra e dos alimentos”, lembra. “Uma redução dessas não deveria justificar um novo corte dos juros, pois já está na conta do ano, e a inflação voltará a subir no segundo semestre”, diz. “Mas agora há essa chance de os juros irem a 6%, o que era inimaginável alguns meses atrás”.

Impacto nos papéis curtos, mas juros longos seguem altos

O impacto da nova visão do BC se dá nos papéis do Tesouro de prazo mais curto, que passam a embutir cortes maiores dos juros em seus rendimentos, explica Pena. Nas NTN-B mais longas, de 2035 ou 2045, porém, os juros reais permanecem em 5% ao ano mais inflação. “A NTN-B longa só vai mudar com cenário de longo prazo, que depende do resultado da eleição e das medidas para controlar o déficit público”, diz. Outro fator que vai influenciar os juros longos são as taxas nos Estados Unidos, que tendem a continuar subindo para controlar a inflação de lá. Isso limita a queda das taxas aqui.

Dólar também pode ser afetado

Outro impacto ocorre no dólar frente ao real. Com o juro local caindo e o dos EUA subindo, a aplicação no exterior fica mais atrativa e o dólar aqui pode subir. “Com o Copom cortando o juro em 0,25 ponto e o Federal Reserve subindo em 0,25% o deles, o diferencial de juros entre Brasil e EUA caiu 0,5 ponto em um só dia em fevereiro”, lembra.

Os juros nos EUA também seguram a valorização da bolsa brasileira, explica Pena. “Se não fosse essa expectativa de juro maior lá fora, estaríamos vendo uma alta maior da bolsa brasileira”, diz.

Incerteza com juro reduz apetite por renda fixa pré

A questão, afirma pena, é quão sustentável é esse nível de juros no Brasil. Os mais otimistas podem ver prêmio ainda nos juros prefixados de papéis curtos se o cenário de inflação se confirmar e a Selic continuar caindo. Para os prazos mais longos, porém, há sempre a incógnita da eleição presidencial. “E a tendência do investidor é ficar em posições mais cautelosas, até porque a tendência de alta sem sobressaltos lá fora acabou e as projeções do Fed são de altas maiores de juros nos próximos 2 anos e meio, sem contar o estilo mais belicoso do governo de Donald Trump em suas políticas internacionais”, diz.

Risco em bolsa e renda fica curta

O ambiente mais benigno de inflação e juros no curto prazo pode justificar investimento em papéis mais curtos e maior aplicação em bolsa de valores, acredita Pena. Mas o cenário lá fora é mais delicado. Aqui, a eleição traz a esperança de que o próximo presidente seja alguém de centro, que faça as reformas. “Mas não há garantia e, se isso não acontecer, nem dá para imaginar o impacto nos preços”, alerta Pena.

Opção é reduzir riscos e aumentar liquidez e juros pós-fixados

Diante desse cenário, ele acredita que a melhor alternativa para os investidores e gestores de recursos é aumentar a liquidez, em aplicações que sigam o juro diário, como CDI ou Selic, e fáceis de resgatar, como fundos DI, renda fixa ou Tesouro Selic (LFT). Ou pelo menos fazer aplicações menores do que faria normalmente “Não dá para ter convicções sobre nada, e os prêmios de renda fixa já não são tão gordos para justificar os riscos de grandes apostas”, diz. “Na  incerteza, ou se faz posições menores ou com alguma proteção, para a eventualidade do cenário ser diferente.”

Para Pena, não parece haver nenhuma aplicação hoje com muito retorno e risco baixo, especialmente com o cenário político local indefinido. “Podemos ter alguma definição já em abril, com o fim do prazo para filiação partidária, mas uma definição sobre quem tem chances só deve acontecer em junho ou julho”, diz.

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