O Índice Bovespa terminou o dia em alta, de 1,76%, aos 78. 596 pontos, recuperando parte das perdas das últimas semanas graças à melhora do cenário externo e da retomada de Petrobras. As ações da estatal, que caíram 14% na sexta-feira após a renúncia do presidente Pedro Parente, fecharam em alta hoje, de 8,84% o preferencial (PN, sem voto) e 5,83% o ordinário (ON, com voto) com a indicação do diretor financeiro Ivan Monteiro para o comando da empresa. A indicação de Monteiro, que significa na prática uma continuidade do trabalho de Parente, foi confirmada na noite de sexta-feira, depois do fechamento, pelo presidente Michel Temer.

Com indicações também de que o Congresso também não conseguiu uma saída para mudar a política de preços da Petrobras sem onerar ainda mais o Tesouro, o mercado ajustou os preços da estatal e ajudou a puxar o Ibovespa.

Bolsas em alta na Europa e nos EUA, com recorde no Nasdaq

No exterior, os mercados também tiveram uma pausa no nervosismo e as bolsas fecharam em alta na Europa e nos Estados Unidos, com a reunião entre os presidentes dos EUA e da Coreia do Norte marcada para 11 de junho, véspera do Dia dos Namorados no Brasil. O índice Nasdaq inclusive bateu novo recorde de pontos, indicando que os investidores, apesar do receio de uma alta mais forte dos juros nos EUA, estão apostando em empresas de tecnologia e de crescimento mais rápido. O Nasdaq subiu 0,69%, para 7.606 pontos, superando o recorde de 12 de março, de 7.588 pontos. O índice acumula alta de 10% no ano, refletindo os bons resultados das empresas de tecnologia. O Dow Jones também subiu, 0,72%, e o Standard & Poor’s 500, 0,45%.

Juro sobe nos EUA; Trump quer anistiar a si mesmo

No mercado de juros, a taxa do papel de 10 anos do Tesouro dos EUA subiu para 2,944% ao ano, ante 2,86% na sexta-feira. O petróleo caiu, 1,86% em Londres, para US$ 75,36 o barril. A notícia do dia era a afirmação do presidente Donald Trump, que ele poderia anistiar a si mesmo usando o perdão presidencial por eventuais irregularidades cometidas na campanha, quando um de seus assessores teria negociado o apoio de autoridades russas para espalhar boatos contra a candidata democrata Hillary Clinton.

Bolsa da Espanha sobe e cai na Itália

Na Europa, o Índice Euro Stoxx 600 subiu 0,31% puxado pelo alemão DAX, com ganho de 0,37%, e o francês CAC, com 0,14%. O índice Ibex, de Madri, subiu 1,22%, indicando otimismo com o novo governo socialista do país. Já na Itália, o MIB caiu 0,45% com os primeiros dias do governo anti-União Europeia do populista Giuseppe Conte.

Leilão da Eletropaulo movimenta R$ 5,5 bi

No Brasil, além de Petrobras, outro destaque do dia foi o leilão de venda do controle da Eletropaulo. Apesar de a italiana Enel já ter garantido a compra da empresa, hoje ela fez uma oferta pública ao mercado para comprar os papéis em circulação. O leilão terminou movimentando R$ 5,552 bilhões, ou 33% do volume do dia, de R$ 16,6 bilhões. A ação foi comprada a R$ 45,22 e novos leilões podem ser feitos para completar as compras.

Outros destaques do dia foram as ações do Itaú Unibanco PN, que subiram 2,17%, Magazine Luíza ON, com 7,68% de alta, e a Vale ON, com queda de 0,45%.

CSN sobe 15% com recomendação do CS

A ação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) subiu 14,93% e liderou as altas do índice depois que o Credit Suisse recomendou a compra do papel. Em seguida, Eletrobras PNB subiu 8,87%, com novas esperanças de venda das distribuidoras da empresa. Petrobras PN foi a terceira maior alta, seguida de Gol PN, com 7,60%. Já as maiores quedas do índice foram de TIM Participações ON, 2,37%, Cielo ON, 1,97%, Qualicorp ON, 1,49 e Kroton ON, 1,41%.

Dólar cai 0,62% e juros futuros curtos recuam; longos sobem

No mercado de câmbio, o dólar caiu 0,62%, para R$ 3,74 para venda no segmento comercial. Já no turismo, do varejo, das viagens e cartões, a moeda caiu 1,76%, para R$ 3,90.

No mercado de juros as taxas dos contratos mais curtos recuaram hoje, apesar das projeções de inflação mais alta para este ano do boletim Focus. O contrato para janeiro de 2019, que dá a projeção da Selic para este ano, caiu de 6,74% para 6,95%. Para 2021, a queda foi de 8,81% para 8,75% ao ano. Já para 2025, a taxa subiu de 11,30% para 11,33%.

NTN-B longa paga 5,70% além da inflação

As taxas do Tesouro Direto também voltaram a subir. Os papéis corrigidos pela inflação, as NTN-B, de prazo mais longo, passaram de 5,68% sexta-fera para 5,70% no fim do dia. Os negócios chegaram a ficar suspensos durante a manhã das 10h18 às 12 horas, por conta da instabilidade dos juros dos papéis.