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IPCA-15 acelera para 1,11% em junho, maior inflação desde 1995; em 12 meses, alta é de 3,68%

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que serve de prévia para a inflação oficial, subiu 1,11% em junho, mostrando forte aceleração, de 0,97 ponto percentual, em relação à alta de 0,14% de maio e acima das expectativas do mercado, de 1,00%.

A taxa de 1,11% repete a de junho de 1996 e foi a maior variação para um mês de junho desde os 2,25% de 1995, informou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou também o IPCA-E, que é o IPCA-15 acumulado por trimestre, e que subiu 1,46%, acima da taxa de 0,61% registrada no mesmo período de 2017.

A alta da inflação de maio refletiu o aumento dos preços dos alimentos e bebidas, da energia elétrica e dos combustíveis, já indicando os efeitos da greve dos caminhoneiros, ocorrida no fim de maio, e que cortou o suprimento de vários produtos e provocou fortes aumentos de preços e desabastecimento.

Em 12 meses, alta é de 3,68%; índice é prévia da inflação oficial

Com isso, o acumulado no ano do IPCA-15 está em 2,35%, acima do 1,62% registrado em 2017. O acumulado nos últimos 12 meses foi 3,68%, acima dos 2,70% registrados nos 12 meses anteriores. Em junho de 2017 a taxa foi 0,16%. Assim, apesar da alta no mês, o IPCA-15 segue bem abaixo da meta de inflação do Banco Central (BC), de 4,5% este ano, com limite inferior de 3% e 6% para cima. De acordo com a inflação, o BC define os juros da economia, para evitar uma disparada de preços ou uma recessão.

O BC usa como referência das metas de inflação o IPCA, que tem o mesmo cálculo do IPCA-15, mas considera a coleta de preços no mês fechado. O IPCA-15 fecha 15 dias antes pois considera os preços coletados do dia 16 de um mês até o dia 15 do mês de referência.

Alimentação e Bebidas e Transportes puxam inflação

Correspondendo a cerca de 60% das despesas das famílias, os grupos Alimentação e bebidas (1,57%), Habitação (1,74%) e Transportes (1,95%) foram os principais responsáveis pela aceleração do índice em junho. Juntos, os três grupos contribuíram com 1,01 p.p. de impacto no IPCA-15, equivalente a 91% do índice do mês, conforme a tabela a seguir.

Grupo Variação Mensal (%) Impacto(p.p.) Variação Acumulada (%)
Abril Maio Junho Junho Trimestre 12 meses
Índice Geral 0,21 0,14 1,11 1,11 1,46 3,68
Alimentação e Bebidas 0,15 -0,05 1,57 0,38 1,67 -0,08
Habitação 0,26 0,45 1,74 0,27 2,46 5,70
Artigos de Residência 0,13 -0,11 0,38 0,01 0,40 -0,32
Vestuário 0,43 0,52 -0,08 0,00 0,87 1,69
Transportes 0,12 -0,35 1,95 0,36 1,72 8,00
Saúde e Cuidados Pessoais 0,69 0,76 0,55 0,07 2,01 5,74
Despesas Pessoais 0,06 0,14 0,22 0,02 0,42 3,44
Educação 0,02 0,11 0,01 0,00 0,14 5,15
Comunicação -0,15 0,14 0,02 0,00 0,01 -0,07

Efeitos da greve dos caminhoneiros: batata sobe 45%

O grupo dos Alimentos, que em maio registrou queda de 0,05%, subiu 1,57% em junho, impulsionado principalmente pela alimentação no domicílio que, após alta de 0,09% de maio, acelerou em junho, atingindo 2,31%, com destaque para os itens: batata-inglesa (45,12%), cebola (19,95%), tomate (14,15%), leite longa vida (5,59%), carnes (2,35%) e frutas (2,03%). A alimentação fora de casa (0,29%) também mostrou aceleração no nível de preços ante a queda de 0,28% registrada em maio.

Energia elétrica puxa custo da Habitação

No grupo Habitação (1,74%), o destaque, segundo o IBGE, foi o item energia elétrica, que apresentou alta de 5,44%, representando o segundo maior impacto individual no índice de junho. Além da vigência, a partir de 1º de junho, da bandeira tarifária vermelha patamar 2, adicionando a cobrança de R$0,05 a cada kwh consumido, as seguintes áreas pesquisadas sofreram reajuste nas tarifas:

Belo Horizonte (11,14%) – reajuste de 18,53% a partir de 28 de maio
Recife (8,18%) – reajuste de 8,47% a partir de 29 de abril
Salvador (8,77%) – reajuste de 16,95% a partir de 22 de abril
Fortaleza (4,18%) – reajuste de 3,80% a partir de 22 de abril
Porto Alegre (3,70%) – reajuste de 9,85% a partir de 19 de abril

Gás também dá fôlego à inflação

O Item gás encanado (1,70%) refletiu os reajustes de 1,87% ocorridos no Rio de Janeiro (0,99%), em vigor desde 1º de maio, e de 3,35% em São Paulo (3,07%), a partir de 31 de maio. Os preços do gás de botijão também aceleraram, ficando, em média, 2,60% mais caros.

Ainda no grupo Habitação, a alta no item taxa de água e esgoto (0,77%) foi consequência dos reajustes de 5,12% nas tarifas em Curitiba (4,90%), a partir de 17 de maio, 2,78% em Recife (2,44%), em vigor desde 12 de maio, de 3,50% em São Paulo (0,60%), desde 09 de junho, e de 4,09% em Salvador (0,27%), a partir de 12 de junho.

Combustíveis sobem quase 6%

Nos Transportes (1,95%), o grupamento dos combustíveis que havia caído 0,17% em maio subiu 5,94% em junho. O destaque foi a gasolina (de 0,81% em maio para 6,98% em junho), responsável pelo maior impacto individual no índice (0,31 p.p.), o que representa 28% do IPCA-15 de junho. O etanol acelerou em junho (2,36%), após a deflação (-5,17%) registrada em maio. O óleo diesel subiu 3,06%, após a alta de 3,95% de maio. A queda no item passagem aérea (-2,12%) foi menos intensa que a apurada em maio (-14,94%).

Maior inflação foi em Belo Horizonte

Em todas a onze localidades pesquisas no IPCA-15 houve aceleração de preços no mês, sendo que apenas as regiões metropolitanas de Belém (0,76%) e Recife (0,95%) registraram índices abaixo de 1,00%, como mostra a tabela a seguir.

A região metropolitana de Belo Horizonte teve o maior resultado (1,37%), influenciado pela gasolina (6,77%) e a energia elétrica (11,14%), devido ao reajuste de 18,53% nas tarifas, em vigor desde 28 de maio.

Região Peso Regional (%) Variação Mensal (%) Variação Acumulada (%)
Abril Maio Junho Trimestre 12 Meses
Belo Horizonte 11,23 0,22 0,10 1,37 1,69 3,77
Goiânia 4,44 -0,10 -0,04 1,36 1,22 4,47
Porto Alegre 8,40 0,20 0,67 1,24 2,12 4,13
Rio de Janeiro 12,46 0,43 -0,03 1,23 1,63 3,46
Brasília 3,46 0,27 0,14 1,15 1,57 3,76
Salvador 7,35 0,09 0,77 1,07 1,94 3,46
Fortaleza 3,49 0,18 0,24 1,06 1,48 2,73
Curitiba 7,79 0,14 0,24 1,04 1,42 3,77
São Paulo 31,68 0,28 -0,19 1,02 1,11 4,00
Recife 5,05 -0,07 0,73 0,95 1,62 2,71
Belém 4,65 0,15 0,20 0,76 1,11 2,08
Brasil 100,00 0,21 0,14 1,11 1,46 3,68

 

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