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Apesar da alta do dólar, cesta básica recua em SP e IPC-S desacelera; mercado ficará de olho na inflação

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Indicadores de curto prazo de preços mostram que a alta do dólar ainda não mexeu com a inflação. O valor da cesta básica no município de São Paulo registrou queda de 0,37% no período de 17 a 23 de agosto, segundo pesquisa diária da Fundação Procon-SP, em convênio com o Dieese. O preço médio, que no dia 16 de agosto era R$ 694,70, passou para R$ 692,15 em 23 de agosto.

A variação acumulada da cesta básica no mês de agosto de 2018 ficou em -0,54%, tendo como base dia 31 de julho. Já o nacional Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da Fundação Getulio Vargas (FGV) de 22 de agosto subiu 0,10%, 0,09 ponto percentual abaixo dos 0,19% da apuração anterior. Seis das sete capitais pesquisadas registraram decréscimo em suas taxas de inflação.

Os números mostram que, apesar da forte alta do dólar, que chegou a R$ 4,12 ontem no mercado comercial e R$ 4,28 no turismo, a desvalorização do real ainda não mexeu com a inflação, como temem analistas.

A alta dos preços de produtos indexados à moeda americana vai depender também da atividade econômica, que segue fraca, limitando esse repasse, afirma Mário Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco. O banco estima que 7% da alta do dólar costuma ser repassada para os preços, aumentando a inflação. Mas, nos últimos meses, esse percentual tem sido menor por conta da atividade fraca e do desemprego ainda alto.

Repasse depende da economia e do emprego

Além disso, o repasse da alta do dólar para os preços dependerá também de a moeda americana continuar nesse nível elevado por muito tempo. Segundo Mesquita, é normal o dólar subir em períodos pré-eleitorais, mas só será possível saber sua tendência de médio prazo depois da definição da eleição e das propostas do candidato eleito para resolver a séria crise fiscal do país.

Hoje, os discursos dos pretendentes ao cargo são mais críticos, mas, depois da eleição, começa o trabalho de organizar o próximo governo, reunir apoios e buscar soluções possíveis para os problemas, e as propostas tendem a ser mais conciliadoras, o que pode acalmar os mercados. Essa é a perspectiva mais provável, mas não a única, admite Mesquita.

Além disso, o economista lembra que a alta do dólar não reflete só fatores locais, mas principalmente a alta dos juros no exterior, especialmente nos Estados Unidos. Ou seja, mesmo sem a eleição, o dólar estaria em alta no Brasil e deve continuar pressionado pelo cenário externo, que tem ainda a guerra comercial entre EUA e China e os conflitos geopolíticos para complicar.

Efeito sobre os juros: BC deve esperar eleição para decidir

Cada vez mais esses indicadores de inflação de curto prazo devem ganhar importância para o comportamento dos mercados. Os juros nos mercados futuros projetam uma taxa neste ano de 6,83%, acima dos 6,5% atuais da taxa básica Selic, o que significa uma aposta na alta dos juros básicos até dezembro.

O sinal de alerta deve ser a expectativa de inflação do mercado para este ano e para o próximo. Se ela ultrapassar os 4,5% da meta deste ano e 4,25% do ano que vem, o BC pode avaliar mexer nos juros. Mas ele deve esperar antes o cenário eleitoral se definir, para não correr o risco de subir os juros e o dólar perder força depois da eleição.

Para isso serve o limite de tolerância da meta de inflação, de 1,5 ponto para cima, ou seja, 6% neste ano e 5,75% no ano que vem, que dará tempo para o BC decidir se sobe ou não a Selic. A alta dos juros tem de ser bem pensada pois ela teria impacto muito negativo sobre uma ainda debilitada economia brasileira, e que tende a ficar ainda mais debilitada se o próximo presidente não apresentar propostas realistas para o déficit fiscal do país.

Batata, cebola e carne ajudam a derrubar preços, mas frango segue em alta

Os números do Procon mostram que os produtos que mais subiram durante a greve dos caminhoneiros estão agora ajudando a derrubar os preços. Também a carne, que subiu por conta da seca e do período de menor oferta, está mostrando queda. Já o frango segue em alta, ainda reflexo da crise de abastecimento das granjas provocada pela greve.  No período de 17/8 a 23/8, os produtos que mais subiram foram:

Frango resfriado inteiro (kg)

4,78%

Margarina (250g)

4,55%

Arroz (5 kg)

4,34%

Presunto fatiado (kg)

3,89%

Absorvente aderente (com 10 unidades)

3,53%

As maiores quedas foram:

Batata (kg)

-8,82%

Cebola (kg)

-7,72%

Papel higiênico fino branco (com 4 unidades)

-7,01%

Amaciante (2 litros)

-4,46%

Ovos brancos (dúzia)

-3,92%

Dos 39 produtos pesquisados, na variação semanal, 17 tiveram alta de preço, 19 apresentaram queda e três permaneceram estáveis. Os produtos que mais contribuíram para a queda no período, em pontos percentuais, foram nesta ordem:

Carne de segunda sem osso (kg)

-0,29

Carne de primeira (kg)

-0,20

Papel higiênico fino branco (com 4 unidades)

-0,19

Leite UHT (litro)

-0,14

Batata (kg)

-0,12

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