Fator: cinco motivos que fizeram o Ibovespa cair 0,38% e o dólar subir 0,22%

LinkedIn

A euforia do mercado financeiro, que começou nesta segunda-feira (1º) com a forte alta de Jair Bolsonaro, do PSL, e a queda de Fernando Haddad, do PT, nas pesquisas, esfriou. Hoje, o Índice Bovespa fechou em baixa de 0,38%, aos 82.952 pontos, enquanto o dólar comercial subiu 0,22%, para 3,90. O mercado até melhorou durante o dia, mas ainda fechou negativo. As razões para a virada na bolsa e o retorno do dólar para o patamar dos R$3,90 não estão só na política brasileira, afirma o Banco Fator em relatório. O banco fez uma lista de cinco motivos para a mudança de humor dos mercados hoje.

O primeiro motivo para a piora do mercado está no cenário externo, hoje marcado pela forte alta dos juros americanos. O juro pago pelo título do Tesouro dos EUA de dez anos subiu 0,17 ponto percentual hoje, alcançando a taxa de 3.23% na máxima do dia, maior nível desde 2011. O efeito no dólar foi de valorização frente às demais moedas, principalmente emergentes, interrompendo os dias de alta do real.

A causa para a escalada dos juros americanos está no bom desempenho do mercado de trabalho, que abre espaço para mais altas na taxa básica de juros do Federal Reserve, o Banco Centra dos EUA. Após os dados da empresa ADP, que indicou 230 mil novas vagas de empregos no setor privado em setembro, o maior número dos últimos 7 meses, a expectativa para a divulgação do dado oficial do governo, o Payroll, amanhã, puxa os juros. Ademais, o presidente do Fed, Jerome Powell, e outros membros do Comitê de Mercado Aberto (Fomc) têm se manifestado sobre juro neutro e outros temas delicados no atual ambiente.

O segundo motivo é que as commodities, dada a alta dos juros americanos, registraram um dia de queda no mercado internacional. O preço do petróleo, para além dos juros, reage a indicações de um acordo entre Rússia e Arábia Saudita para aumentar a produção. O ministro da energia russo, Alexandre Novak, disse ontem, em entrevista à Bloomberg, que provavelmente o atual nível do preço do petróleo está um pouco alto. O barril do tipo Brent, negociado em Londres, que superou ontem US$ 86, hoje caiu 1,59%, para US$ 84,92.  O enfraquecimento das commodities pesa para os emergentes, lembra o Fator. A queda do petróleo, em especial, afeta a bolsa no Brasil, através das ações da Petrobrás.

Os demais motivos para a baixa no mercado brasileiro são domésticos. O terceiro motivo é que parte das quedas deve corrigir possíveis exageros causados pela euforia com Bolsonaro. Neste sentido, o resultado da pesquisa do Datafolha divulgado ontem gerou o mesmo efeito, voltando a acalmar os rumores de vitória no primeiro turno, o quarto motivo para a baixa.

Dada a iminência de um segundo turno, as preocupações em torno da nova disputa começam a fazer preço, o quinto para a queda do índice hoje. A campanha de Bolsonaro terá que assumir novas direções. O momento pede que o candidato comece a indicar nomes e tornar suas propostas mais tangíveis.

Sua campanha, até durante o primeiro tuno tem sido passivamente bem-sucedida. Passiva, pois parte dos ganhos do candidato vieram da raiva dos eleitores com a atual situação do país ou com o PT, e dos efeitos da facada, como a ampla e inesperada divulgação na imprensa, e não de proposições do candidato ou de seu programa. No segundo turno, Bolsonaro terá que voltar a aparecer, apresentar e defender suas propostas. Esta nova etapa mostrará a capacidade de campanha dele e de sua equipe, e as dúvidas sobre a eficiência de ambos devem começar a afetar o mercado.

O volume negociado hoje na Bovespa foi de R$ 13,938 bilhões, abaixo dos R$ 22 bilhões de ontem, mas acima dos R$ 11 bilhões da média diária do ano. Apesar da queda do petróleo, a ação preferencial (PN, sem voto) da Petrobras subiu 0,97%, ajudando a reduzir a perda do Ibovespa. Banco do Brasil ON (papel ordinário, com voto) subiu 2,45%, Itaú Unibanco PN, 0,11% e Bradesco PN, 0,48%. Já a Vale ON caiu 1,92%, com a possibilidade de queda dos preços das commodities e do minério de ferro caso o juro americano e o dólar continuem subindo.

As maiores altas do Ibovespa são de Eletrobras ON, 4,93%, e Eletrobras PNB, 4,85%, seguidas de Copel PNB, 2,95%, Banco do Brasil e Kroton ON, com 2,94%. As maiores quedas foram de Suzano Papel ON, 5,51%, JBS ON, 4,74%, Localiza ON, 2,44%, Embraer ON, 2,36% e B2W Digital ON, 2,58%.

Os juros futuros, que estavam subindo pela manhã, perderam um pouco a força na B3, e os contratos mais curtos fecharam em ligeira alta, projetando 6,644% para este ano e 8,17% para o ano que vem (altas de 0,004 e 0,01 ponto percentual), enquanto a para 2025 caiu para 11,22% (menos 0,11 ponto percentual).

No exterior, a alta dos juros americanos derrubou as bolsas na Ásia, na Europa e nos Estados Unidos. Na Europa, o Índice Euro Stoxx 600 caiu 1,08%. O Financial Times, de Londres, recuou 1,22%, o DAX, de Frankfurt, 0,35%, e o CAC, de Paris, 1,47%. Nos EUA, o Dow Jones, que tinha batido recorde de pontos ontem, fechou em baixa de 0,75%, perdendo 200 pontos num só dia, para fechar em 26.627 pontos. O Standard & Poor’s 500 caiu 0,82% e o Nasdaq, 1,81%.

Deixe um comentário

Seu Histórico Recente
BOV
VALE5
Vale PNA
BOV
IBOV
iBovespa
BOV
PETR4
Petrobras
BOV
IGBR3
IGB SA
FX
USDBRL
Dólar EUA ..
Ações já vistas aparecerão nesta caixa, facilitando a volta para cotações pesquisadas anteriormente.

Registre-se agora para criar sua própria lista de ações customizada.

Faça o login em ADVFN
Registrar agora

Ao acessar os serviços da ADVFN você estará de acordo com os Termos e Condições

Support: (11) 4950 5808 | suporte@advfn.com.br

V: D: 20230926 15:55:48