ADVFN Logo

Não encontramos resultados para:
Verifique se escreveu corretamente ou tente ampliar sua busca.

Tendências Agora

Rankings

Parece que você não está logado.
Clique no botão abaixo para fazer login e ver seu histórico recente.

Hot Features

Registration Strip Icon for discussion Cadastre-se para interagir em nossos fóruns de ativos e discutir com investidores ideias semelhantes.

Pré Market: Pauta-Bomba

LinkedIn

Os números ainda robustos da balança comercial da China em outubro abrem o dia de decisão do Federal Reserve, que não deve trazer surpresas em relação à condução da política monetária nos Estados Unidos. Já no Brasil, a decisão do Senado de aprovar o aumento de salário de ministros da Suprema Corte (STF), provocando um efeito cascata em todo o Judiciário, pode ofuscar a notícia de urgência na votação da cessão onerosa, apenas no dia 27.

Por 41 votos a 16, o Senado Federal aprovou ontem o reajuste salarial de 16,38% dos ministros do STF e de procurador-geral da República, com o salário dos magistrados alcançando R$ 39,2 mil. O projeto agora vai para a sanção do presidente Michel Temer. Desde ontem, a inesperada notícia da simples votação do projeto já gerava um mal-estar no mercado financeiro brasileiro, causando desconforto entre os investidores.

Afinal, o impacto da aprovação do reajuste do Judiciário nas contas públicas é grande, podendo variar entre R$ 4 bilhões e R$ 6 bilhões por ano, sendo que o aumento também pode servir de base para reajustes do funcionalismo público. E a preocupação do mercado por mais definições sobre a estratégia do novo governo em relação à área fiscal vem pesando nos ativos locais.

Os investidores – estrangeiros, principalmente – estão cada vez mais céticos quanto à capacidade do presidente eleito Jair Bolsonaro de reduzir o rombo fiscal no ano que vem, viabilizando a aprovação de reformas estruturais, sobretudo a da Previdência. Embora haja um discurso em Brasília em torno da votação de novas regras para a aposentadoria, o Congresso não mostra tal disposição e, por ora, nada se tem falado sobre o fim da intervenção federal no Rio de Janeiro, que impede mudanças na Constituição enquanto estiver em vigor.

É bom lembrar que as agências de classificação de risco estão atentas à evolução das medidas capazes de controlar a trajetória de crescimento da dívida pública e a ausência de esforços, principalmente no Congresso, de que é necessário cortar gastos, vender ativos estatais e aprovar reformas para evitar uma crise fiscal grave tende a manter os “gringos” afastados do risco de ficar aplicado em Brasil, em meio à possibilidade crescente de calote da dívida.

Ainda mais diante de um cenário cada vez mais desafiador no exterior. Após o revés sofrido pelo governo Trump nas eleições legislativas (midterm elections), já que o Partido Republicano perdeu o comando da Câmara dos Deputados, diminuíram as chances de uma nova rodada de estímulos fiscais a serem aprovados pelo Congresso norte-americano bem como de aplicar mudanças em acordos comerciais, como o novo Nafta.

Desse modo, a economia dos EUA pode entrar em um processo desaceleração nos últimos dois anos de mandato de Donald Trump, o que permite uma continuidade no ritmo gradual de aumento da taxa de juros norte-americana. As apostas são de que o Fed tenha menos dificuldade em conter as pressões inflacionárias, vindas principalmente dos salários, esvaziando as chances de mais apertos que o esperado em 2019 – ou altas mais intensas.

Hoje, a autoridade monetária anuncia a decisão de juros, às 17h, mas a expectativa é de que um novo aumento só ocorra em dezembro, com a taxa seguindo no intervalo entre 2% e 2,25% neste mês. O Fed já elevou o custo do empréstimo nos EUA três vezes neste ano e a expectativa é de que outras cinco altas ocorram até o início de 2020.

Ainda no calendário econômico no exterior, saem os pedidos semanais de auxílio-desemprego feitos nos EUA (11h30), além dos índices de preços ao produtor e ao consumidor chinês em outubro, no fim do dia. Já a agenda doméstica traz como destaque os números atualizados da safra agrícola deste ano e o primeiro prognóstico para a colheita de grãos no ano que vem (9h).

Ontem à noite, a China mostrou que as exportações mostraram resiliência no mês passado, apesar da guerra tarifária com os EUA, desafiando as expectativas de perda de tração no comércio internacional. As vendas de produtos chineses ao exterior subiram 15,6% em outubro em relação a um ano antes, mais que o aumento de 14,5% observado em setembro e acima da estimativa de +11% nos embarques.

Já as importações cresceram 21,4%, em base anual, acelerando-se fortemente em relação a alta de 14,3% no mês anterior e contrariando a previsão de desaceleração a 13%. Com isso, o superávit da balança comercial chinesa somou US$ 34 bilhões em outubro, ficando acima do saldo positivo de US$ 31,7 bilhões em setembro, mas abaixo da previsão de +US$ 37,3 bilhões.

O números, porém, não animaram o pregão em Hong Kong nem em Xangai, onde as bolsas tiveram leves baixas. O destaque na Ásia, porém, ficou com a Bolsa de Tóquio, que subiu quase 2%, embalada pelos ganhos robustos na véspera em Wall Street. Nesta manhã, porém, os índices futuros das bolsas de Nova York exibem leves perdas, o que deve prejudicar o início do pregão na Europa. As commodities também não mostram vigor, com o petróleo tipo WTI seguindo próximo à faixa de US$ 60.

Os investidores ainda digerem o resultado da midterm elections, avaliando os impactos de um Congresso dividido para os projetos da Casa Branca.A expectativa é de que Trump tente governar por meio de ordens executivas, uma vez que a maioria democrata na Câmara deve criar um impasse ao governo, impedindo Trump e os republicanos do Senado em fazer grandes mudanças legislativas sem a aprovação da oposição.

Ainda assim, os ativos de maior risco ainda não são beneficiados pelo “poder limitado” do presidente norte-americano em assuntos que vinham pressionando o dólar e os juros dos títulos dos EUA. Ao contrário, o rendimento (yield) do papel de 10 anos do país é negociado acima de 3,20% nesta manhã, nos maiores níveis desde 2011, ao passo que a moeda dos EUA mede força em relação às rivais.

Deixe um comentário