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Análise: A Heineken matou a poderosa Ambev?

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A Heineken matou a poderosa Ambev?

Com sua enorme participação de mercado, Ambev está exposta à competição. E suas ações ainda não refletem a piora do cenário.

Vale a pena comprar Ambev?

Ambev (ABEV3) é uma ótima empresa, mas a dinâmica do setor de cervejas não é das melhores…

O motivo é simples: Ambev possui algo ao redor de 60 ou 70 por cento de participação de mercado no Brasil.

E a competição chegou. O mercado cervejeiro mudou completamente.

Heineken, cervejarias artesanais, Brewpubs (ou bares que produzem suas próprias cervejas), entre outros – todos querem um pedacinho deste mercado.

Ambev está exposta. Com participação de mercado mais que relevante. Mesmo com o crescimento econômico, Ambev terá problemas para crescer.

O consumidor quer mais variedade.

O consumidor não quer mais suco de milho.

Ambev é um colosso

Ambev é uma das maiores empresas da bolsa:

Pudera. A companhia, simplesmente, dominou o mercado de cervejas (e outras bebidas) no Brasil e no exterior.

Um mercado altamente lucrativo. Um mercado altamente resiliente.

A caminhada de Ambev é sublime:

 

Quem surfou com Ambev até 2015 defenderá a companhia com unhas e dentes (mesmo que não tome mais Skol).

Mas algo mudou nos últimos 5 anos:

 

Até 2015, Ambev dominava a competição e crescia ganhando mercado.

Mas, desde lá, seu brilho acabou.

Os resultados de Ambev já não são os mesmos:

 

Com crescimento econômico menor e maior competição, Ambev não consegue crescer desde meados de 2015.

Conseguiria Ambev reverter seu destino?

 

Quem é a Ambev?

A Ambev é a fusão entre a Antarctica, fundada em 1885, e a Brahma, fundada em 1888.

É controlada pelo maior grupo de investidores do Brasil, o 3G, liderado pelo lendário Jorge Paulo Lemann.

Mas a Ambev não está só no Brasil.

 

A Ambev fez diversas aquisições de marcas de cervejas (e outras bebidas) na América Latina e Caribe.

O Caribe é bom. Mas o Canadá já não cresce mais e a América Latina está em uma crise interminável.

O Brasil continua sendo o principal mercado da companhia, e representa 56 por cento de seu Ebitda total.

 

“Skol tem milho”

Eu e o Ragazi fomos até a Ambev fazer uma visita — tentávamos entender melhor osvresultados e qual é o impacto do crescimento da competição.

Mas a história que o RI nos contou é hilária.

Todos já ouvimos que a “Skol tem milho”.

A Skol é a principal cerveja da Ambev. Mas (e o pessoal da Ambev fica vermelho de raiva comentando sobre isso) todas as cervejas lagers mais leves possuem milho.

O milho é utilizado para quebrar um pouco o peso do malte – deixa a cerveja menos encorpada. Nos EUA, se usa o arroz.

Mas o poder da difamação em cima dos produtos da Ambev foi enorme.

E, a popularização do “suco de milho” abriu espaço para o marketing acertado do “puro malte”.

 

A força da Heineken

Não sei se foi a Heineken por trás do “a Skol tem milho”, caso tenha sido, foi uma estratégia de guerrilha genial.

O Brasil já é o maior mercado global da Heineken.

A companhia, simplesmente, não consegue produzir o suficiente para a demanda que tem no Brasil.

Foi um sucesso rápido e estarrecedor.

A Ambev focou mais nos custos que na qualidade e abriu espaço para a entrada da competição.

Mas, segundo a Ambev, a Heineken rouba mais mercado da Itaipava do que da própria Ambev.

Mas temos também o surgimento de uma infinidade de cervejarias artesanais.

O consumidor quer opções. O mercado mudou.

O brasileiro não consegue pagar sua cervejinha

Vamos fazer um adendo interessante.

Metade da população brasileira, simplesmente, não tem renda para tomar uma cervejinha.

As cervejarias que produzem produtos mais baratos e sem marca não conseguem rentabilizar suas operações.

Por isso a Ambev nem cogita atacar a parte de baixo do mercado.

E, na crise, esta faixa cresceu de 18 por cento para 25 por cento de participação de mercado.

A briga, agora, é pelos 75 por cento restantes que vê valor em uma cerveja de qualidade.

 

Por que o resultado de Ambev parou de crescer?

Margem, margem e margem:

 

Aproximadamente 50 por cento dos custos para fabricar uma cerveja são dolarizados.

E, desde 2015, o dólar saiu de 2,6 para 4,10 reais.

Além disso, a economia passou por uma forte recessão.

E, a competição chegou.

Maior competição tirou parte da capacidade de precificação (pricing power) da Ambev e a obrigou a elevar gastos com vendas e marketing.

As margens caíram, e deverão continuar onde estão.

O contra-ataque da Ambev

A Ambev é controlada pela Inbev, que possui uma infinidade de ótimas marcas de cerveja globais.

Não há dúvida: a Ambev é poderosa.

Ambev pretende contra-atacar Heineken e artesanais com seu portfólio amplo.

Nos mercados desenvolvidos, o consumidor gosta de opções – marcas diferentes com sabores diferentes.

E o Brasil ainda está no meio de seu ciclo de desenvolvimento cervejeiro:

 

Diferenciação é o nome do jogo.

E Ambev apenas começou a se diferenciar…

Mas o mercado premium ainda é pequeno.

E, com a presença da Heineken, não imaginamos que Ambev consiga repassar margens.

 

Probabilidades, resultados e preço (sempre ele)

O mercado está otimista com o PIB, mas não está muito otimista com Ambev.

A expectativa é de um crescimento de apenas +8 por cento no Ebitda e +10 por cento no lucro em 2020:

 

Mesmo assim, as ações não estão nada baratas a 13,5x Ebitda e 27x lucros:

 

As margens caíram, a capacidade de repassar preços já não é a mesma.

Eu adoro Ambev, mas pagar caro por uma empresa com enorme participação em um mercado com competição acirrada, não parece uma boa ideia.

Pense em probabilidades, pense como os grandes investidores. A chance de Ambev surpreender o mercado é baixa.

As chances de surpresas pelas empresas baratas e com preço baixíssimo do Investidor de Valor é alta.

O mercado cervejeiro mudou completamente.

Pense em probabilidades.

A rentabilidade de seu portfólio também pode mudar.

ATENÇÃO:

O Finance News não faz recomendação de compra ou venda de ativos. Esse texto foi publicado originalmente no site Nord ResearchO artigo foi elaborado por Bruce BarbosaO analista tem 16 anos de experiência no mercado financeiro. Antes de fundar a Nord Research passou pelo BNP Paribas, HSBC e Empiricus Research. É formado em Engenharia de Produção pela USP e possui um MBA pela New York University.

Importante

Em observância ao Artigo 22 da Instrução CVM nº 598/2018, a Nord Research esclarece que oferece produtos contendo recomendações de investimento pautadas por diferentes estratégias e/ou elaborados por diferentes Analistas. Dessa forma, é possível que um mesmo valor mobiliário encontre recomendações distintas em diferentes produtos por nós oferecidos. As indicações do presente Relatório de Análise, portanto, devem ser sempre consideradas no contexto da estratégia que o norteia.

 

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