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Bitcoin e o Mercado: existe correlação?

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Como um ativo digital sem fronteiras e sem controle centralizado, o preço do bitcoin deveria manter sua tendência apesar das outras moedas e mercados. Em tese.

No entanto, o ativo pioneiro entre as criptomoedas teve comportamentos variados durante seus poucos anos de vida. Por isso alguns analistas sugerem a existência de correlações com mercados tradicionais, como mercado de ações, “safe heavens”, etc.

Também existem argumentos de que o bitcoin não está relacionado a nada. Isso porque os dados disponíveis não mostram uma resposta definitiva. A correlação do bitcoin, sendo imprevisível acaba confundindo até mesmo especialistas no assunto.

Ciclo de Prosperidade

Em economias como a dos EUA e da Europa o que se viu durante os últimos anos foi um ciclo de recuperação e prosperidade pós-crise imobiliária de 2008. Mencionando esse “bullish market” o analista e trader Tone Vays declarou num comentário feito em 18 de março:

“Eu acredito que o bitcoin tem uma correlação com os mercados de ações tradicionais porque ambos são ativos privados”.

O argumento sugere que a aceitação generalizada da criptomoeda facilitou o seu uso como veículo de investimento, já que faltavam opções no mercado tradicional. A ideia é que o Bitcoin se beneficiou porque as pessoas ganharam dinheiro e estavam mais dispostas a tentar algo novo.

Vays espera uma reação positiva do bitcoin durante tempos econômicos relativamente incertos, como a instabilidade econômica na Venezuela e nos países que deixaram a zona do euro.

“As pessoas ficarão assustadas, mas ainda têm seus empregos e estão procurando uma alternativa”, disse ele em referência às pessoas que buscam oportunidades de investimento.

Vida Própria

No entanto, o analista descreve a atual situação como algo diferente. “Quando se trata de uma situação importante como a que temos agora com os mercados em colapso e as pessoas preocupadas com seus empregos, elas não vão especular com bitcoin”.

Como ativo que existe há apenas 11 anos, o analista explicou que o bitcoin ainda não está preparado para substituir moedas fiduciárias, sejam elas físicas ou digitais como é o caso dos sistemas de pagamento digitais lançados por bancos centrais ao redor do mundo.

Em meio a temores globais como o coronavírus e o preço do petróleo, mercados tradicionais vêm despencando nos últimos dias. O Dow Jones Industrial Average (DJI), um dos principais termômetros da economia, caiu mais de 20% após atingir seu valor máximo, e vem enfrentando constante declínio.

 

O Bitcoin sofreu queda espetacular no mesmo período, passando da casa dos US $ 10.000 em 12 de fevereiro, para a dos US $ 5.000 em 13 de março. Enquanto o Dow perdeu quase 30%, o valor do bitcoin caiu mais de 35%. Uma análise focada nos últimos acontecimento pode sugerir a correlação entre os dois “índices”.

O Bitcoin segue seu próprio caminho. Às vezes.

Mas o preço do Bitcoin nem sempre acompanha os mercados tradicionais. Com base no gráfico do bitcoin, em comparação com o índice S&P 500, outro benchmark popular, a criptomoeda agiu de maneira independente. Não foi a toa que o bitcoin vem sendo reconhecido como o investimento da década.

Mas frente aos dados históricos de preços dos últimos 12 meses, a comparação entre o S&P 500 e bitcoin não permite nenhuma conclusão sólida de tendência. O bitcoin não reage aos mesmo eventos como o S&P 500 e descreve bruscos movimentos.

Private Asset

Apesar de ser chamado de ativo privado, o comportamento do bitcoin merece mais atenção e cautela. O risco de investir em bitcoin é altíssimo, o que pode trazer altos retornos. Mas a trajetória é imprevisível e nenhum especialista com uma reputação a zelar arrisca divulgar um modelo de longo prazo.

Além disso a criptomoeda é algo totalmente diferente de um empreendimento não-listado em bolsa de valores: definição comum de”Private Asset”.

As flutuações e a volatilidade do bitcoin nos últimos dias frente aos mercados tradicionais demonstra que o cripto-ativo tem vida própria. Especificamente, em 16 de março o Dow sofreu outro dia no vermelho, enquanto o bitcoin foi negociado com boa recuperação, variando entre US $ 4.450 e US $ 5.370.

Enquanto o DOW vem registrando novas baixas de preços, o cripto ativo tem se mantido forte até o último fechamento (20 de março) independentemente dos mercados tradicionais

Bitcoin ‘ativo não-correlacionado’

O cofundador da Morgan Creek Digital e aficionado por criptografia Anthony Pompliano observou a ação comparativa do bitcoin no seu twitter. “O Bitcoin está basicamente estável hoje e o mercado de ações caiu dois dígitos”, disse ele.

“Não ouço muitas pessoas gritando sobre ‘Bitcoin está atrelado!’ hoje ”, acrescentou Pompliano. “A verdade é que a correlação não importa no curto prazo. Durante meses e anos, o bitcoin continua sendo um ativo não-correlacionado.”

Ao longo dos anos, Pompliano se destacou muitas vezes, defendendo sua posição: “Bitcoin é definitivamente um ativo não-correlacionado”, disse Pompliano à CNBC em dezembro de 2018 entrevista. “Se você observar, a correlação entre o ativo digital e o S&P 500 nos últimos 180 dias é zero”, observou ele.

Em janeiro de 2020 Pompliano deu entrevista para a Cointelegraph e afirmou que sua posição sobre o assunto não mudou. “A parte mais importante do bitcoin, quando se trata do hedge global, é o fato de ser um ativo não-correlacionado, o que significa que conforme as ações sobem ou descem, o mesmo não necessariamente ocorre com bitcoins”.

População centralizada de investidores

Emmanuel Goh, CEO da empresa de análise de criptografia Skew, explicou a ação do preço do bitcoin em relação aos investidores do mercado de ações. Os 10% das famílias mais ricas possuem 84% das ações disponíveis nos EUA, de acordo com pesquisa divulgada em 2016 pelo Bureau Nacional de Pesquisa Econômica (NBER).

Para o CEO apenas indivíduos da geração millenial possuem bitcoin e uma pequena parcela em ações. À medida que o tempo passa o bitcoin ganha mais reconhecimento. No futuro o ativo pode até demonstrar uma trajetória mais previsível ou correlação com mercados tradicionais. Mas hoje a criptomoeda pioneira ainda trilha seu próprio caminho, autônomo e descentralizado, assim como pretendia seu criador.

Por Pascual Arrechea

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