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Grandes bancos reduzem projeção do PIB do Brasil para até zero em 2020 – e veem chances de novos cortes

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SÃO PAULO – Aqueles que defendem um corte mais agressivo dos juros na reunião desta quarta-feira (18) do Comitê de Política Monetária (Copom) têm mais um bom argumento para defender sua posição. Com o temor do impacto do coronavírus na economia aumentando, diversos bancos revisaram recentemente a sua previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, com as previsões indo para perto de crescimento zero ou até mesmo zero para 2020.

O último deles foi o banco suíço UBS, que cortou pela segunda vez em menos de uma semana a sua expectativa para o PIB brasileiro para o ano, passando de projeção de alta de 1,3% para 0,5%. Na semana passada, a revisão foi de 2,1% para 1,3%.

Os economistas Fabio Ramos e Tony Volpon ressaltam que a situação está rapidamente convergindo ao pior cenário apontado na última revisão de PIB, na qual discutiam um crescimento menor de 1%.

Eles avaliam que o primeiro trimestre de 2020 já era fraco frente o imediatamente anterior e, desde que a Covid-19 começou a gerar preocupação, as condições financeiras deterioraram-se de forma acentuada. A previsão inicial para o PIB trimestral era de alta de 0,15% na comparação com o quarto trimestre e de alta de 0,6% anualizado; agora, a previsão é de queda de 0,1% e baixa de 0,4%, respectivamente.

Além disso, apontam, as restrições do lado da oferta estão só começando, afirmando que, no estado de São Paulo, com 32% da economia do país e 22% da população nacional, a maioria das escolas e universidades foi fechada, assim como a maioria das atividades culturais, de viagens e de lazer.

Desta forma, a expectativa é de que a economia seja prejudicada no segundo trimestre, não apenas devido aos efeitos primários das interrupções globais da produção no primeiro trimestre, mas também pelos efeitos atrasados ​​da deterioração das condições financeiras e da crescente interrupção da oferta doméstica.

Na avaliação dos economistas, o cenário atual elevará a demanda por mais gastos sociais e flexibilidade do limite de gastos constitucional, juntamente com uma flexibilização monetária. Para eles, uma mudança positiva concreta na situação atual segundo semestre 2020 é essencial para o crescimento positivo durante todo o ano.

Na última terça-feira, o Credit Suisse também cortou sua projeção para o PIB do Brasil em 2020 de 1,4% para zero. O cenário base do banco, agora, prevê uma recessão no primeiro semestre de 2020, com contrações de 0,1% no primeiro trimestre (sobre o trimestre anterior) e de 1,6% no segundo trimestre.

Os economistas do banco destacam que o desempenho da atividade econômica no primeiro trimestre de 2020 foi menos afetado pelos impactos do coronavírus, uma vez que o país foi um dos últimos a apresentar a propagação da doença, mostrando os primeiros sinais negativos apenas na primeira quinzena de março.

O Credit disse que está assumindo uma projeção de recuperação da atividade econômica no segundo semestre deste ano. No entanto, o banco frisou que “não é possível descartar uma recessão mais significativa, dependendo do tempo que o governo levar para conter o impacto negativo do vírus.”

Para o banco, a resposta da política econômica anticíclica deve ser mais restrita agora do que na crise financeira global de 2008. “Enquanto na época o governo usou a política monetária e fiscal para reagir aos efeitos da crise, o momento atual indica uma capacidade limitada de usar as duas ferramentas.”

O Credit enfatizou que a taxa de juros já está em um nível expansionista, limitando o espaço para fortes estímulos monetários. “Por causa da situação deteriorada das contas fiscais, o governo está se concentrando em antecipação de pagamentos públicos ao setor privado e em adiar pagamentos de impostos do setor privado ao governo. Como resultado, a maior parte dessas medidas fiscais não representa novos gastos”, avaliou.

O Morgan Stanley cortou também na última terça a projeção do PIB do Brasil de alta de 1,6% para de apenas 0,3%, tendo como base um cenário de crescimento mundial de apenas 0,9% para 2020.

Um dos riscos para o cenário do banco é de que o problema do novo coronavírus se agrave. Assim, no cenário pessimista, o Morgan Stanley espera que o mundo apresente um recuo de 0,6% do PIB, enquanto o Brasil teria PIB negativo de 0,6%.

“No Brasil, agora assumimos uma queda na demanda doméstica. A economia do Brasil estava
finalmente mostrando sinais de uma recuperação mais sustentável. Portanto, em nossa previsão anterior, estávamos estimando um impacto na cadeia de suprimentos, enquanto acreditávamos que a demanda doméstica permaneceria intocada. Nesta fase, acreditamos que é apropriado também assumir impacto na demanda não apenas devido a medidas locais de distanciamento social, mas também por conta das condições financeiras que impactarão a economia doméstica brasileira”, avaliam os economistas.

Mais revisões para baixo?

Há aqueles que cortaram sua previsão, mas ainda estão relativamente otimistas. É o caso do Santander, que passou a prever crescimento de 1% em 2020, frente aos 2% esperados anteriormente.

Segundo destacou o economista-chefe do banco, Mauricio Oreng, em teleconferência com jornalistas, o Brasil será afetado pela da desaceleração da demanda global, que terá impacto sobre as exportações brasileiras e as condições financeiras.

No cenário doméstico, o banco espera algumas paralisações de atividades, que podem durar de 20 a 30 dias nas grandes cidades. “No final do 2º trimestre, caminharíamos para a normalidade (com o fim das paralisações)”, disse.

Oreng, contudo, ponderou que o cenário é de muitas incertezas, então, é provável que as revisões de projeções sejam feitas com maior frequência, para acomodar os desdobramentos da crise. Segundo ele, se houver novas previsões, é provável que as estimativas sejam revistas para baixo.

Alberto Ramos, economista-chefe da área de pesquisas para a América Latina do Goldman Sachs, destacou que o banco está revisando as projeções no momento para o PIB do Brasil, anteriormente de 1,5%.

“Contudo, é bem provável que o crescimento do PIB brasileiro seja zero ou negativo em 2020”, destacando o baixo poder que o País tem para lidar com a crise do coronavírus.

“O Brasil não tem espaço fiscal, dormiu no ponto e não aprovou as reformas necessárias para estimular à economia, além de ter perdido mais de três anos e meio até a aprovação da Previdência, uma vez que as discussões já existiam desde o governo Dilma”, avalia o economista.

 

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