Com o aumento das incertezas em relação aos rumos da agenda fiscal e de reformas, o Tesouro Nacional aproveitou a divulgação do resultado das contas públicas de setembro para alertar sobre a necessidade de retomar as propostas que podem ajudar no controle de gastos. O órgão deu um recado duro e disse que apenas com “medidas concretas” será possível manter um ambiente de juros baixos e inflação controlada.
“O perfil da dívida mostra elevada parcela com juros flutuantes ou dívida de curto prazo. Este perfil favorece a redução de custos em contexto de baixas taxas de juros, mas requer cautela em cenários de reversão da tendência dos juros”, diz o órgão.
A mudança recente no perfil da dívida ocorreu diante da elevada necessidade de financiamento para fazer frente aos gastos de combate à pandemia da covid-19.
“No âmbito da gestão da dívida pública, o desafio é voltar a alongar o prazo médio das emissões, mas mantendo seu custo médio em níveis baixos. Para este fim, é fundamental a retomada do processo de consolidação fiscal através do avanço da agenda de reformas proposta”, diz o órgão.
“Apenas com medidas concretas de controle do crescimento das despesas obrigatórias e redução contínua dos déficits públicos é possível continuar em um ambiente de juros baixos e inflação controlada”, acrescenta no documento que acompanha a divulgação.
Para o Tesouro, a solidez dos fundamentos macroeconômicos é “fundamental” para o aumento da confiança na economia.