Foi criada nesta semana pela Câmara dos Deputados uma comissão externa para acompanhar a negociação entre a Vale (BOV:vale3) e o governo de Minas Gerais para o pagamento de indenizações às vítimas do rompimento da barragem de Brumadinho, que deixou mais de 270 mortos em janeiro de 2020.
Em entrevista publicada na quarta-feira pela Agência Câmara, o deputado Rogério Correia (PT-MG), que propôs a criação do colegiado, questiona a diferença entre a proposta da Vale, de R$ 16,5 bilhões, e os cálculos do Ministério Público, no valor de R$ 54 bilhões. Os valores foram apresentados em audiência de conciliação no Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
“Estamos de olho e faremos tudo o mais rápido possível (…) Uma negociação desta magnitude não pode simplesmente ignorar a parte mais afetada da tragédia, que são os atingidos”, afirmou Correia, que foi relator da CPI sobre Brumadinho. Uma nova audiência está marcada para o dia 9 de dezembro.
O Morgan Stanley destacou a criação da comissão, e avaliou que ela não tem poder para barrar um acordo entre promotores, a Vale e o governo de Minas Gerais. Mas pode propor ajustes nos termos do acordo negociado e influenciar seu resultado.
Isso pode levar a um acordo em valor mais alto do que os US$ 4 bilhões (R$ 21,39 bilhões) que a empresa usa em seu modelo sobre a Vale. Mesmo assim, o banco manteve avaliação para os ADRs como overweight (expectativa de valorização acima da média do mercado), com preço-alvo de US$ 14, frente os US$ 14,30 atuais.
Lucro líquido de US$ 2,9 bilhões, alta de 75%
A Vale fechou o terceiro trimestre com lucro líquido de US$ 2,908 bilhões, uma alta de 75,8% na comparação com o ganho de US$ 1,654 bilhão em igual período do ano passado.
O Ebitda ajustado – lucro antes de antes de juros, impostos, depreciação e amortização – foi de US$ 6,095 bilhões, 32,4% a mais que os US$ 4,603 bilhões do terceiro trimestre do ano passado. O forte Ebitda levou a companhia a ter um Fluxo de Caixa Livre de US$ 3,751 bilhões no trimestre.