Segundo informações divulgadas no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na quarta-feira (14) à noite, a operação movimentou um total de R$ 1,6 bilhão, com o hospital ficando com R$ 1,4 bilhão. O restante (R$ 218,4 milhões) foi para os acionistas vendedores.
A companhia decidiu vender as ações a R$ 17,44 a unidade, abaixo da faixa indicativa de preços que constava no prospecto – de R$ 21,80 a R$ 26,20 – depois de ser pressionada por potenciais investidores no processo de bookbuilding, quando o IPO é apresentado ao mercado e verifica-se a sua demanda. A companhia vai estrear na Bolsa valendo R$ 6,4 bilhões.
O desconto garantiu que boa parte da oferta ficasse na mão de gestores long-only como Squadra, Velt, Equitas e Truxt. Mais uma vez, a presença de investidores internacionais foi pífia — o que diz mais sobre o Brasil do que sobre a empresa.
A demanda do varejo chegou a 18% da oferta, mas a companhia alocou apenas 10% para esses investidores. O free float é de 23%.
O IPO foi coordenado por BTG Pactual, Bradesco BBI, Itaú BBA, J.P. Morgan e Safra.
O valor arrecadado ficou abaixo das expectativas da Mater Dei – o plano era arrecadar algo em torno de R$ 1,9 bilhão – por dois fatores. O primeiro é a situação atual do mercado. Com a alta volatilidade e incertezas econômicas, os investidores estão um pouco mais cautelosos em seus aportes, especialmente quando se trata de uma novata.
Fora que muitos estrangeiros migraram seus recursos para outros locais, principalmente os Estados Unidos, cuja economia dá sinais de retomada.
O segundo ponto tem a ver com a dinâmica do segmento de saúde. Há uma fila enorme de companhias deste mercado prontas para entrar na B3, ou que estrearam recentemente. Temos outras duas redes hospitalares com ofertas na praça, o Hospital Kare e a Kora Saúde, além da farmacêutica Blau.