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Bastou a saída de um conselheiro para transformar um monopólio em uma competição perfeita. Assim, de repente.

Desde essa movimentação, o papel da B3 (B3SA3) caiu quase 10% em menos de duas semanas.

O poder das conclusões levianas insiste em me surpreender.

A Bolsa brasileira já passou por poucas e boas.

Hiperinflação, Plano Real, marolinha, impeachment, meu malvado favorito, mito, primeira onda, segunda onda…

Ufa!

Através de tudo isso, a B3 nunca teve a honra de enfrentar um adversário. Não no Brasil, pelo menos.

Até que, num belo dia, um conselheiro da empresa renunciou.

Daí um banco soltou um relatório dizendo – especulando – que o movimento foi causado pelos planos da XP de abrir uma Bolsa concorrente.

Como se não bastasse, o tal banco ainda é gringo, então a pseudobomba atingiu os investidores estrangeiros comprados em B3SA3 diretamente no fígado.

Fazer um ambiente de negociação de ativos até vá lá. Esse âmbito gera comissões correspondentes a cerca de 10% da receita da B3.

Mas a Bolsa tem um outro papel, sistêmico, tão estimado pelo nosso BC. É função de contraparte central.

Funciona assim: se você comprar uma ação e depois der calote na sua corretora, esta tem que honrar o compromisso de pagamento feito em seu nome junto à B3. Se a sua corretora, por sua vez, der calote na B3, esta tem que arcar com o pagamento da contraparte final, a outra corretora que vendeu o papel em nome do cliente dela.

As comissões decorrentes dessa atividade, no fundo compensações pelo risco assumido pela Bolsa, correspondem a quase 70% da receita da B3.

Abraçar esse risco é muito diferente de assumir a inadimplência de um tomador de crédito pessoal com garantia.

Imagine um cenário de estresse, pós-euforia. Traders alavancados até o talo, chega uma crise, a Bolsa cai. Então, as corretoras começam a cobrar o pagamento dos empréstimos contraídos pelos traders. E uma parte destes dá calote na corretora. Algumas corretoras ficam sem recursos pra pagar a Bolsa. Aí a B3 precisaria assumir um tsunami de prejuízo sistêmico.

É um cenário extremo, mas os reguladores pensam nele também na hora de conceder (ou não) autorização de funcionamento para uma Bolsa. E, certamente, novos entrantes também consideram esse panorama (ou deveriam considerar).

Esse risco justifica, até certo ponto, o monopólio orgânico que a B3 construiu sobre o mercado volátil e emergente que é o Brasil.

Tudo bem.

Imagine, agora, um outro cenário, tão inusitado quanto.

Mesmo assim, alguém decide mergulhar nesse risco.

E aí, é o fim pra B3?

O mercado de capitais brasileiro é muito menor que seu potencial. As contas de pessoa física registradas para investimento direto em ações representam menos de 3% da população. Nos EUA, são mais de 15%.

Esse mercado ainda tem muito a crescer por aqui.

E se crescer a ponto de ficar grande o suficiente para absorver uma nova Bolsa, como foi o caso australiano um tempo atrás, tudo bem.

O bolo cresce tanto que se dividir em mais fatias ainda fica mais pra cada um.

Você prefere 100% de migalhas de pão ou 10% de um banquete? Eu fico com a segunda opção.

Enfim…

Ofereço uma Bolsa para quem quiser tocar.

A oportunidade está aí, a competição é dada.

Quero ver quem aparece pro show.

Um abraço,

Larissa

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