Aproveitando as oportunidades que o sistema financeiro nacional oferece plataformas brasileiras que oferecem serviços de exchanges descentralizadas (DEX) buscam unir o mercado de criptomoedas e as finanças descentralizadas (DeFi).
Um levantamento feito pelo Cointelegraph Brasil mostrou que pelo menos 3 plataformas nacionais já estão integradas com o Pix, do Banco Central, e com isso permitem a compra de tokens de DeFi usando Reais.
Entre as propostas de DEX nacionais que já aceitam Pix estão a ZeFi, da ZCore, a Light e a Favecoin.
LIGHT
No caso da Light a integração com o PIX é feita por meio de um gateway da CoinBr diretamente no site do projeto. Atualmente o sistema permite apenas a compra da LIGHT mas, segundo os desenvolvedores, a proposta é ampliar a funcionalidade assim que a adesão ao sistema for crescendo.
“Avaliando uma grande dificuldade do mercado tradicional no processo de compra de criptomoedas resolvemos inovar com uma solução prática e de fácil utilização para qualquer pessoa. Brasileiro adora Pix, e queremos fazer com que o processo de compra seja fácil e descomplicado”, disse Germano Sales, co-fundador da LIGHT.
Para ter acesso ao sistema não é necessário fazer qualquer cadastro, basta informar a carteira, colocar a quantidade de tokens que deseja comprar e então o sistema gera um QR Code para ser pago com o PIX.
Ainda segundo Sales, a proposta também pretende ser ampliada e permitir a conexão direto com o MetaMask e outras carteiras para automatizar ainda mais o processo. Alem disso, em breve, será implementada a venda de tokens DeFi por Pix.
ZeFi
No caso da ZeFi a compra via PIX ocorre por meio de uma parceria com a BitPreço que atua como intermediária ao sistema financeiro.
Assim, a solução funciona quase como uma exchange na qual o usuário realiza um depósito via PIX que fica então como crédito na wallet e então pode ser usado nas diferentes aplicações da ZeFi, tanto para comprar outros tokens em DeFi como BNB, CAKE, AXS e até Bitcoin (BTCB).
Também é possível usar o valor para abastecer um cartão pré-pago da plataforma que pode ser usado tanto para compras online como em lojas físicas.
“Contratamos um escritório de contabilidade especializado em conciliação bancária e que vai trabalhar para verificar o CPF e validar os depósitos”, explica Costa, garantindo que a operação segue as regulamentações previstas na lei brasileira.
Favecoin
A Favecoin, criptomoeda criada com o intuito de ajudar comunidades carentes no Brasil, também permite a integração de DeFi com o sistema financeiro tradicional via PIX.
Assim como as demais soluções, os desenvolvedores habilitaram um QR Code e um formulário que precisa ser preenchido com a wallet do comprador que também precisa especificar quanto deseja comprar, nome, telefone e e-mail.
Depois do PIx feito o valor é creditado na wallet do comprador. Atualmente o sistema só permite a compra da Favecoin.
Outros dois projetos brasileiros também planejam a integração com o PIX, o Auro (dos desenvolvedores da ViraLata Finance) e a Olecoin (OLE).
No caso desta última, segundo os desenvolvedores a proposta é integrar o PIx na plataforma da criptomoeda que será lançada em setembro. A proposta também é automação, na qual o usuário poderá fazer o swap dos tokens listados na DEX usando Reais.
Sobre o PIX a Olecoin optou por abrir uma empresa operacional no país, abrindo suas próprias contas bancárias e então, sem intermediação de terceiros passar a aceitar pagamentos via PIX
O PIX já é o segundo meio de pagamento mais utilizado no Brasil, perdendo apenas para o dinheiro, segundo dados da CNDL/SPC Brasil. O sistema, ativo desde novembro do ano passado, superou os cartões de crédito e débito. Para 26% dos usuários, o modelo é uma maneira de facilitar o pagamento em compras via internet.
De acordo com os dados apresentados pelo Banco Central, até julho, foram feitas mais de 96,3 milhões de transferências de pessoas físicas. Os números entre pessoas jurídicas ainda são menores, porém, há uma estimativa de crescimento para os próximos meses em virtude das datas festivas do segundo semestre.
Por Cassio Gusson