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Abrindo mão de tudo para ter nada

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Warren Buffett é um dos maiores investidores do mundo, sem sombra de dúvidas.

Mas ele não é um deus. Tampouco é um exemplo a ser seguido (acho que não haveria como segui-lo).

Gosto é gosto, e eu prefiro o Soros.

Sei que o Felipe prefere o Soros também.

Ambos reconhecemos que a briga entre os dois é disputada, travada na digníssima casa de retornos médios da ordem de 20% ao ano, ao longo de décadas.

Por que, então, gostamos mais do Soros?

Além de sua profundidade filosófica, ele não parece ser uma pessoa mesquinha, como no caso do Buffett.

Às vezes desconfio que a performance excepcional do Warren Buffett investidor depende sobremaneira de sua postura mesquinha em relação à vida.

Não vejo problema algum em se comer hambúrguer e tomar Cherry Coke todo dia, desde que seu paladar realmente aprecie essas iguarias da culinária norte-americana.

Só espero que a escolha do cardápio não seja fruto de uma decisão econômica.

Mas, como eu disse, tenho minhas razões para desconfiar que tudo em Buffett tem a ver com economia.

Lembro-me de uma história contada por Roger Lowenstein, em “Buffett: The Making of an American Capitalist“.

Foi assim que aconteceu: Warren Buffett chamou um amigo próximo para conversar. Estava transtornado. Queria desabafar, e acabou reclamando sobre um “pecado capital” cometido por sua então esposa.

O amigo ficou imaginando uma cena de traição, ou algo do tipo, mas não era bem o caso.

Buffett ficou sabendo que sua esposa havia assinado um cheque de US$ 15 mil, sem consultá-lo, visando renovar a mobília da casa em que moravam.

O cheque já havia sido compensado, de modo que não seria mais possível voltar atrás sem multas.

Ele comentou com o amigo: “Sabe em quanto esses US$ 15 mil poderiam se transformar sob a boa influência de taxas de retorno compostas, ao longo de mais de 20 anos?”.

À época, o sujeito acumulara centenas de milhões de dólares de patrimônio, mas não conseguia conviver pacificamente com um gasto de US$ 15 mil para substituir móveis velhos.

Cada centavo à sua frente virava um prospecto de valor futuro infinitamente maior, coibindo o necessário desfrute presente de pequenos prazeres.

O sucesso financeiro, assim como o sucesso espiritual, não consiste em abdicar da vida mundana.

Ao contrário, o sucesso deve respeitar a vida mundana e ser capaz de atendê-la também.

Você pode medir a adequação de suas metas financeiras pelo grau de sacrifício necessário para alcançá-las.

Se o sacrifício parece grande demais, as metas estão erradas.

Investir é um jogo de paciência, de controle emocional, mas não é um jogo de penitência.

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