O Magazine Luiza registrou lucro líquido ajustado de R$ 22,6 milhões, uma queda de 89,5% em relação aos R$ 215,9 milhões registrados em igual período do ano passado.
O balanço lembra que, levando-se em conta efeitos contábeis, não recorrentes, o lucro líquido teve baixa de 30%, para R$ 143,5 milhões, comparado ao terceiro trimestre de 2020, quando anotou resultado positivo de R$ 206 milhões.
A receita líquida total evoluiu 3,7% para R$ 8,6 bilhões, em linha com a variação da receita bruta total. Nos nove primeiros meses de 2021, a receita líquida cresceu 35,4% para R$ 25,9 bilhões.
O ebitda – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – ajustado atingiu R$ 351 milhões no período, uma queda de 37,5% na comparação anual, quanto o Ebitda ajustado foi de R$ 561,2 milhões.
“O que aconteceu na prática foi a saída da segunda onda da pandemia com cenário macroeconômico mais difícil e que provavelmente vai continuar”, diz o presidente da rede, Frederico Trajano. Embora o canal digital tenha se mostrado resiliente, as lojas físicas são, ainda, a operação mais rentável para o grupo e, mais expostas ao público de menor renda, são o canal que mais sofrem no momento de pressão inflacionária e deterioração da renda.
As vendas totais brutas da companhia cresceram 12% na base anual, atingindo R$ 13,8 bilhões. Esse avanço, explica o executivo, foi especialmente impulsionando pelo marketplace, cuja receita somou R$ 3,5 bilhões, 67% mais do que um ano antes. “Vemos crescimento no canal em que mais estamos apostando”, diz Trajano.
A diminuição da margem bruta e o aumento das despesas em relação à receita líquida influenciaram a margem Ebitda (Ebitda sobre receita líquida) ajustada, que passou de 6,8% no terceiro trimestre de 2020 para 4,1% no terceiro trimestre de 2021, uma baixa de 2,7 pontos percentuais, apontou a companhia.
No trimestre, a margem bruta ajustada foi de 24,7%, uma redução de 1,5 ponto percentual, quando comparada ao mesmo período de 2020 (26,2%), reflexo da maior participação do e-commerce nas vendas totais (representando 72,3% das vendas totais da companhia no 3T21) e, parcialmente, do aumento da inflação no custo das mercadorias vendidas.
O percentual das despesas operacionais ajustadas em relação à receita líquida foi de 20,6% no trimestre, um aumento de 1,1 ponto percentual na comparação anual devido à menor diluição das despesas nas lojas físicas e ao aumento das despesas de marketing no e-commerce. “Vale destacar que em relação às vendas totais, ou seja, incluindo o marketplace, as despesas representaram 13,2%, uma redução de 0,4 ponto percentual em relação ao 3T20”, apontou a companhia.
A geração de caixa operacional totalizou R$ 221,8 milhões, influenciada pelos resultados positivos e pela variação do capital de giro. Em setembro, a posição de caixa líquido ajustado foi de R$ 6,8 bilhões e a posição total de caixa ajustado foi de R$ 9,1 bilhões, incluindo os recursos da oferta subsequente de ações (follow-on) concluída em julho, no montante de R$3,9 bilhões.
Os resultados da Magazine Luiza (BOV:MGLU3) referente suas operações do terceiro trimestre de 2021 foram divulgados no dia 11/11/2021. Confira o Press Release completo!
VISÃO DO MERCADO
Bank of America
Com seus negócio de lojas físicas voltados para grupos de baixa renda, a Magazine Luiza deve continuar a sofrer impactos da deterioração macroeconômica, como evidenciado nos resultados de terceiro trimestre, diz o Bank of America (Bofa).
“Apesar disso, as taxas de penetração do comércio eletrônico continuam baixas e vemos a Magazine Luiza como uma das consolidadoras do segmento no longo prazo”, escrevem os analistas Robert E. Ford Aguilar, Melissa Byun e Guilherme Vilela.
O banco americano destaca que as vendas mesma lojas da empresa caiu para 14,6% no trimestre, valor 8,5% menor que o visto no mesmo período de 2019, impactando o Ebitda. No comércio eletrônico, o valor bruto de vendas (GMV) subiu 12%, com vendas crescendo 22%.
“Os tempos de entrega cada vez melhores devem continuar a melhorar a conversão, assim como ajudar os esforços para trazer vendedores ao marketplace”, apontam os analistas.
Bank of America tem recomendação de compra com preço-alvo em R$ 30,00.
BB Investimentos
O resultado da Magazine Luiza no terceiro trimestre foi negativo, segundo o BB Investimentos, que afirmou, em relatório, já considerar em suas projeções um cenário mais desafiador, com vendas mais pressionadas e queda de margens na comparação anual.
Segundo a corretora, os resultados apresentados vieram abaixo do esperado, o que sinaliza ao mercado que, apesar das grande fortalezas que a Magazine Luiza possui, a companhia não passará incólume ao ambiente menos propenso às venda de bens duráveis, segmento ao qual ainda se encontra bastante exposta, ainda que esteja investindo para diversificar cada vez mais suas receitas.
“A esse respeito, pontuamos como positiva a evolução observada nos indicadores relacionados aos serviços financeiros da companhia, com evoluções expressivas de volume total de pagamentos, carteira de créditos e nas contas digitais”, diz o relatório.
Mesmo após uma alta superior a 26% neste mês de novembro, os papéis da Magazine Luiza acumulam queda de 45,3% desde o início do ano, fortemente impactada pela piora do cenário macroeconômico e das perspectivas de crescimento em 2022 por ocasião da elevação a taxa de juros Selic.
“Conforme pontuamos em nosso último relatório de revisão de preço, entendemos que essa performance não se justifica, dada a capacidade da companhia de mitigar os efeitos negativos do cenário macroeconômico e aproveitar o momento para aumentar sua participação de mercado, sem perder o foco em rentabilidade.
BB Investimentos mantém recomendação de compra com preço-alvo em R$ 22,90…
Bradesco BBI
O Bradesco BBI destacou que o valor bruto de mercadoria (GMV em inglês) do e-commerce cresceu 22% sobre uma base de comparação difícil, e é muito melhor do que esperava no início do ano, com progresso sobre o marketplace.
Mesmo assim, o banco diz que o Ebitda é menor do que o esperado, apesar de ter sido causado por questões de curto prazo, incluindo um cenário macroeconômico desafiador, levando a crescimento fraco das vendas em mesmas lojas (SSS na sigla em inglês) e a pressões inflacionárias por conta de gargalos na cadeia de suprimentos global.
O banco diz que os problemas devem continuar no quarto trimestre e, potencialmente, em 2022, o que o levou a reduzir levemente suas estimativas, em 5% no caso do Ebitda. Em se tratando de iniciativas estratégicas, o Bradesco diz que há progresso. Apesar disso, diz avaliar que preocupações quanto a demanda e lucratividade devem continuar a prejudicar as ações.
Bradesco BBI mantém recomendação neutra com preço-alvo de R$ 17,00…
Credit Suisse
O Credit Suisse avalia como negativos os resultados do 3T21 da Magazine Luiza, com tendências mistas de faturamento.
As lojas físicas continuaram sofrendo com os desafios macroeconômicos e entregaram vendas mesmas lojas (SSS) abaixo dos níveis normalizados, enquanto os canais online tiveram um desempenho decente e cresceram cerca de 22%.
Segundo o banco, a rentabilidade da Magalu também foi fraca, com margens Ebitda ajustadas em 4,1%, mesmo excluindo provisões de estoques.
XP Investimentos
A XP destacou que o Magazine Luiza reportou resultados mistos, com uma performance sólida no online mas margens pressionadas. As vendas brutas de mercadorias (GMV) online cresceram 22% na base anual, impulsionado pelo marketplace (3P) em alta de 67% e estoque próprio (1) em alta de 6,7%, mesmo diante da base de comparação mais forte de 2020 (+150% e +145%). No entanto, as vendas das lojas físicas apresentaram queda de 8% na base anual, impactadas pela deterioração macroeconômica.
“Destacamos que a companhia sinalizou uma continuidade de uma perspectiva desafiadora no canal por conta do macro, mas acredita que a dinâmica do marketplace deve seguir robusta. Em relação à rentabilidade, a margem EBITDA caiu 2,5 pontos percentuais na base anual, devido a uma margem bruta pressionada pela maior participação do e-commerce (72% das vendas, alta de 6 pontos na base anual) e inflação de custos. Enquanto isso, houve um aumento de despesas de
marketing no e-commerce e a performance das lojas físicas levou a uma menor diluição de despesas operacionais”, apontam os analistas.
Com isso, o lucro líquido (excluindo impacto não recorrente de créditos fiscais) totalizou R$ 22,6 milhões, enquanto a companhia apresentou uma queima de caixa de R$ 270 mi, reflexo do reforço no nível de estoques. O Magalu trouxe atualizações sobre a frente logística assim como mais informações sobre sua fintech pela primeira vez.
XP mantém recomendação neutra e preço-alvo de R$ 18,00…
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters