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As criptomoedas tiveram mais um ano selvagem.
Bitcoin (COIN:BTCUSD), o maior ativo digital do mundo, teve um ganho de cerca de 65% desde janeiro – com oscilações dentre dez a vinte por cento. Isso trouxe uma safra de novos investidores individuais ao longo do caminho, à medida que gigantes dos pagamentos como o PayPal começaram a permitir que os usuários negociassem criptografia. Mais bilionários e investidores institucionais mergulharam para ajudar a legitimar a classe de ativos.
A indústria agora se estende muito além do bitcoin. NFTs, videogames baseados em blockchain e “ Web3” são as principais preocupações dos executivos no próximo ano. A regulamentação continua sendo a maior incerteza.
Veja o que alguns dos executivos mais influentes do setor têm a dizer.
CEO da FTX, Sam Bankman-Fried
O fundador e CEO de 29 anos disse à CNBC que não espera que uma ação legislativa seja a resposta imediata para “clareza regulatória”. Especialmente porque é “muito difícil agora fazer as coisas passarem pelo Congresso”.
É tão provável que seja remendado a partir de uma série de declarações, ações de coação e “outras indicações”, disse Bankman-Fried.
O CEO ainda está otimista em relação a Solana como uma alternativa ao Ethereum. Mas é possível que uma nova blockchain apareça como o “Santo Graal” que eventualmente seria capaz de hospedar um milhão de transações por segundo. No momento, ele disse que há “muito poucos tentando chegar a esse ponto”.
“Haverá um crescimento substancial dos sistemas regulatórios de criptografia nos próximos anos.”
“A maioria dos bancos efetivamente decidiu internamente que entrarão no ecossistema criptográfico. Mas como e quando isso vai depender muito dos detalhes da estrutura regulatória”.
“Há uma enorme preocupação com stablecoins agora. Mas é muito simples de resolver. Você tem atestados ou uma auditoria de um regulador”.
“A única coisa que preocupa as pessoas com as stablecoins é que elas são estáveis? Se você puder resolver isso, já tratou da maioria das preocupações a respeito do ponto de vista da proteção do cliente e do risco sistêmico. Não é tão difícil de fazer. Portanto, estou cautelosamente otimista de que é para lá que estamos indo”.
CEO da Circle, Jeremy Allaire
O CEO da Circle está pedindo mais uso de criptomoedas atreladas ao dólar, ou stablecoins, por empresas de comércio eletrônico, consumidores e instituições financeiras. A Circle, que se tornará pública via SPAC, opera seu próprio stablecoin chamado USDC.
Allaire espera ver mais adoção institucional e formadores de opinião de celebridades emprestando suas marcas para criptografia por meio de NFTs. Os DAOs, que dependem de crowdfunding, podem até “desafiar os investidores de capital de risco em alguns dos maiores e mais quentes negócios em criptografia”, disse ele.
A maior ameaça? “Regulamentações e políticas formadas apressadamente, incoerentes e inconsistentes”, disse Allaire.
“Mesmo em um ambiente onde o Fed aumenta as taxas de juros, investidores e empresas estarão ávidos pelas oportunidades de alto rendimento oferecidas por meio de ativos digitais. Portanto, espere ver a adoção institucional do balão de ativos digitais – diretamente, por meio de ETFs ou produtos personalizados de geração de rendimento”.
“Há um reconhecimento bipartidário de que as tecnologias de blockchain e criptografia representam uma vantagem competitiva nos Estados Unidos, especialmente se devidamente regulamentadas, portanto, novas legislações e leis virão mais rápido do que muitas pessoas esperam”.
“Em 2022, a adoção do stablecoin continuará sua trajetória ascendente. Acreditamos que o dinheiro na Internet em breve será tão eficiente e amplamente disponível quanto mensagens de texto e e-mail”.
CEO da Bitfury e ex-chefe do OCC, Brian Brooks
Brian Brooks, o ex-controlador em exercício da moeda, disse que agora há consenso entre os legisladores em Washington de que a criptografia veio para ficar. Ele espera mais rodadas de financiamento de blockbuster após um recorde de 2021, a compreensão continuada do mainstream do espaço criptográfico.
Por exemplo, nem todas as “criptografias” são moedas ou devem agir como moedas, disse ele.
“A adoção do varejo existe e continuará a se acelerar, mas para aquelas empresas estabelecidas de Wall Street e outras empresas de serviços financeiros que ainda não estão envolvidas no criptoecossistema, é uma questão de “quando” e não “se”.
“A necessidade de uma ação regulatória clara que crie uma estrutura sustentável para permitir que a criptografia e a Web 3 cresçam nos Estados Unidos atingirá seu ponto de inflexão”.
“O nível de atividade e inovação que ocorre no espaço é muito grande para ser ignorado, assim como o risco para a competitividade americana em tecnologia e mercado de capitais.”
CEO da Paxos, Charles Cascarilla
A Paxos é a empresa que impulsiona a oferta de criptografia do PayPal nos bastidores. O CEO Charles Cascarilla também espera mais ação no mercado de stablecoinas. Sua empresa oferece sua própria moeda indexada ao dólar, o USDP. O CEO é um dos muitos alertando que os Estados Unidos têm muito a perder se houver regulamentação errada.
“Grandes empresas de tecnologia e finanças como Venmo, Interactive Brokers e Mercado Libre entraram na criptografia em 2021. Haverá ainda mais e maiores participantes se juntando ao ataque no próximo ano”.
“2022 é o ano do stablecoin. As carteiras do consumidor habilitaram stablecoins pela primeira vez este ano. O dinheiro é um produto e precisa ser atualizado de acordo com a forma como as pessoas vivem hoje. Stablecoins regulamentadas como o USDP são a resposta”.
“Clareza regulatória, consistência e certeza promoverão a inovação do Safe Blockchain nos EUA. Esta tecnologia apresenta muitas oportunidades para a primazia do mercado americano a longo prazo se fizermos isso direito, e há muitos riscos se errarmos”.
CEO da Grayscale Investments, Michael Sonnenshein
Este ano foi um marco da indústria do primeiro ETF de bitcoin baseado em futuros. Mas a Grayscale e outras empresas do setor estão tentando dar um passo adiante.
Ele está procurando converter o maior fundo de bitcoin do mundo, GBTC , em um ETF e o CEO Michael Sonnenshein está otimista com a aprovação em 2022. Ele também está vendo o interesse dos investidores além do bitcoin e a “tensão” entre a Big Tech e as startups.
“Estamos entrando no 2022 sem um ETF de Bitcoin, mas acreditamos que no próximo ano a SEC e outros reguladores continuarão a se aprofundar nessa questão. Continuamos otimistas de que eles permitirão igualdade de condições – e darão aos investidores a opção entre produtos de ETF à vista e baseados em futuros para obter exposição”.
“Este foi certamente um ano em que pensamos que as pessoas estavam diversificando além do Bitcoin e do Ether. Estamos começando a ver que os investidores estão indo para protocolos e projetos específicos, e uma consciência crescente entre os investidores de que o universo de ativos criptográficos está apenas se ampliando”.
“Haverá uma conversa ampliada em torno da tensão entre algumas dessas plataformas centralizadas que hoje são gerenciadas por mídias sociais e e-commerce, gigantes e empresas de tecnologia estabelecidas contra algumas dessas plataformas descentralizadas emergentes”.
Robinhood Crypto Lead e COO, Christine Brown
Robinhood começou como uma empresa novata no mercado de ações em 2021. Mas em seu segundo trimestre como uma empresa de capital aberto, ela obteve mais da metade da receita total de negociações em criptografia. Desse total, mais de 60% vieram de transações Dogecoin. À medida que a classe de ativos se torna mais importante para os resultados financeiros da empresa, os executivos dizem que estão avançando lentamente na adição de novos ativos à plataforma, até que haja mais clareza regulatória.
“2021 foi o ano em que criptomoedas se tornaram popular”.
“Seja por meio de NFTs ou de seu token de escolha, mais pessoas se engajaram na criptografia naquele que foi um ano de ruptura”.
“Cripto há muito tem uma mentalidade HODL, e isso se estendeu aos NFTs em 2021, onde os JPGs substituíram as fotos em todas as mídias sociais. O investimento em infraestrutura de 2017 está pronto para o horário nobre, com plataformas L1s e L2 de múltiplas camadas florescendo em 2021. Com mais entusiastas de criptografia para atender, 2022 verá as empresas se concentrarem mais no design e na experiência do usuário para facilitar a transição da web 2 para a web 3 e continuaremos a ver as principais marcas continuarem se envolvendo”.
Anthony Pompliano, chefe da Pomp Investments
Se você já consultou o Twitter criptografado, provavelmente conhece “Pomp”. Com mais de 1 milhão de seguidores, o investidor é conhecido por suas apostas otimistas sobre o bitcoin e disse que o ativo passou de uma ideia contrária a uma “ideia de consenso em Wall Street em 2021”. Ele espera mais adoção no próximo ano de empresas legadas que compram bitcoin para seus balanços e, eventualmente, construindo unidades de negócios dedicadas.
Pompliano também destacou movimentos na indústria de mineração de bitcoin depois que a China tornou a atividade ilegal, o potencial do bitcoin para pagamentos globais e uma “fuga de cérebros” em andamento da Big Tech e Wall Street.
“A mineração de bitcoin fez a transição de uma atividade amplamente internacional para uma atividade centrada nos EUA em 2021. Não me surpreenderia ver novos máximos históricos na taxa de hash de bitcoin em 2022, junto com o crescimento contínuo da participação de mercado para os EUA como um todo, junto com o Texas como um único estado”.
“Vimos uma grande plataforma de mídia social, o Twitter, adotar a Lightning Network para pagamentos em 2021 por meio da API do Strike (sou um investidor). Também vimos um estado-nação, El Salvador, adotar a Lightning Network para pagamentos. Devemos esperar que várias grandes empresas da Fortune 500 adotem a Lightning Network em 2022 para pagamentos”.
“A fuga de cérebros da indústria de tecnologia e finanças legada continuará. Os jovens, e cada vez mais os mais qualificados, desejam concentrar seus talentos na indústria onde possam ter maior impacto. A criptografia tem crescido a uma taxa incrível, tanto em termos de novos empregos, novas empresas, financiamento, valor econômico criado, etc. Essa transição apenas começou e provavelmente se acelerará em 2022”.
Michelle Bond, CEO da Association for Digital Asset Markets
Embora este tenha sido um ano agitado para a associação comercial de criptografia em DC, “2022 será muito mais movimentado”, disse Bond. Ela também espera que a SEC apresente mais ações de fiscalização.
“O governo Biden está no cargo há um ano. Estamos agora diante de uma janela onde algo pode ser feito em uma base bipartidária. E isso avançará a indústria e fornecerá proteções para a integridade do mercado e proteção do consumidor”.
“Embora a legislação final possa não entrar em vigor em 2022, acho que a direção da viagem ficará clara e o que estamos fazendo em 2022 está preparando o terreno para 2023, 2024 e além.”
“O equilíbrio será encontrar uma estrutura política na qual a indústria possa florescer e os EUA possam se beneficiar, onde os consumidores também podem ser protegidos”.
Gemini COO, Noah Perlman
A exchange fundada por Tyler e Cameron Winklevoss, atingiu uma avaliação de US$ 7 bilhões este ano e está entre as dezenas com um ETF de bitcoin em andamento. Seu COO, Noah Perlman, vê os pagamentos criptográficos se tornando comuns, mais empresas não tecnológicas adotando o Metaverso e mais mulheres entrando em um mercado dominado por homens.
“Mais empresas de varejo com nomes familiares irão expandir suas ofertas de criptografia, legitimando ainda mais as moedas digitais como forma de pagamento e como um ativo. Empresas de cartão de crédito, como Mastercard e Visa, que oferecem recompensas criptográficas, se tornarão mais prevalentes, o que tornará o investimento em ativos digitais tão fácil quanto passar seu cartão em uma loja”.
“Não é nenhuma surpresa ver os gigantes da tecnologia Apple, Meta, Snap, Alphabet e Microsoft construindo seu ecossistema no Metatverso, mas esperamos que essa tendência tenha como alvo outras indústrias, como vimos com a aquisição da RTFKT pela Nike e a Adidas lançando uma coleção NFT chamada “No Metaverso”.
“O perfil do criptocompensador típico mudará significativamente em 2022. Anteriormente, o criptocompensador típico era um homem na casa dos 30 anos que ganhava mais de US$ 100.000 por ano. Já vimos algumas mudanças demográficas significativas no ano passado. De acordo com o Relatório de Criptografia do Estado dos EUA de 2021 da Gemini, 63 por cento dos adultos dos EUA são cripto-curiosos, o que significa que ainda não possuem criptografia, mas relatam interesse em aprender mais ou manter ativos digitais em breve”.
John Wu, presidente da Ava Labs
O Ethereum teve um ano de grande expansão, mas novos blockchains alternativos estão surgindo como plataformas para construir NFTs e outros aplicativos. Avalanche está entre os novos desafiadores para Ethereum. O presidente da Ava Labs, uma ex-corretora de fundos de hedge, prevê uma sacudida nos ativos “especulativos” e uma “fuga de cérebros” à medida que os desenvolvedores de software deixam a Big Tech em busca da próxima onda de computação. Ele também espera que o domínio do mercado do bitcoin continue diminuindo.
“Continuaremos a ver fluxos de entrada em plataformas de contratos inteligentes, DeFi, Gaming e
metaverso. Os vencedores serão aqueles com forte crescimento de usuários, casos de uso e atividade de transação. Ativos especulativos sem efeitos de rede serão os perdedores”.
“O BTC ainda tem grande interesse de investidores institucionais e de varejo. Não vamos esquecer que ele teve uma vantagem de tempo de 10 anos em comparação com outras plataformas, então ainda tem a maior marca por aí. Por outro lado, seu domínio sobre o mercado de criptografia está diminuindo e continuará diminuindo”.
“Embora essas plataformas de contratos inteligentes concorram entre si para os desenvolvedores, a verdadeira competição é com empresas tradicionais da web 2.0, como Google e Facebook. Estamos vendo um enorme interesse de desenvolvedores da web 2.0 que desejam agora desenvolver sistemas descentralizados porque consideram a web 3.0 muito mais criativa e empolgante”.
(Com CNBC)
