A unidade de nuvem do Google (NASDAQ:GOOGL) está formando uma equipe para criar serviços para desenvolvedores que executam aplicativos blockchain enquanto a empresa tenta capitalizar a crescente popularidade de criptomoedas e projetos relacionados.

A Alphabet, controladora do Google, também é negociada na B3 através do ticker (BOV:GOGL34).

Amit Zavery, vice-presidente do Google Cloud, disse aos funcionários em um e-mail na sexta-feira (06) que a ideia é tornar o Google Cloud Platform a primeira escolha para desenvolvedores na área.

“Embora o mundo ainda esteja no início da adoção da Web3, é um mercado que já está demonstrando um tremendo potencial, com muitos clientes nos pedindo para aumentar nosso suporte para tecnologias relacionadas à Web3 e Cripto”, escreveu ele.

Os pioneiros da Web3 criaram um conjunto de sistemas descentralizados e peer-to-peer que eles esperam que venham a formar a próxima geração da internet. É uma filosofia que desafia o estado atual da web, controlada por grandes corporações como Amazon, Google e Meta Platforms, mãe do Facebook.

O Google quer oferecer serviços de back-end para desenvolvedores interessados ​​em compor seu próprio software Web3 enquanto a empresa luta por participação de mercado em infraestrutura em nuvem contra Alibaba, Amazon e Microsoft.

“Não estamos tentando fazer parte dessa onda de criptomoedas diretamente”, disse Zavery em entrevista. “Estamos fornecendo tecnologias para que as empresas usem e aproveitem a natureza distribuída da Web3 em seus negócios e empresas atuais.”

Zavery, ex- executivo da Oracle, ingressou no grupo de nuvem do Google em 2019, meses depois de o Google ter escolhido Thomas Kurian, presidente de desenvolvimento de produtos da Oracle, para ser o próximo chefe de sua unidade de nuvem.

Ao construir uma equipe interna para ferramentas Web3, o Google está dando o próximo passo para provar seu compromisso com o mercado. Em janeiro, a unidade de nuvem do Google revelou planos para uma equipe de ativos digitais para trabalhar com os clientes, seguindo o crescimento emergente de tokens não fungíveis, ou NFTs. A empresa disse que estava analisando como os clientes poderiam fazer pagamentos com criptomoedas.

No futuro, o Google poderia criar um sistema que outras empresas poderiam empregar para facilitar a exploração de dados blockchain para as pessoas, simplificando o processo de construção e execução de nós blockchain para validar e registrar transações, disse Zavery. Ele acrescentou que as ferramentas do Google podem funcionar em outros ambientes de computação, como a Amazon Web Services.

O entusiasmo em torno do bitcoin (BINA:BTCUSDT), a criptomoeda mais estabelecida, diminuiu este ano, à medida que os investidores se afastaram de ativos arriscados. Na quinta-feira, o bitcoin caiu 21% até agora em 2022, abaixo do S&P 500, que caiu cerca de 13%.

Mas os aplicativos blockchain continuam a se popularizar e têm crescente relevância em setores como serviços financeiros e varejo, disse Zavery.

O CEO da Nike, John Donahoe, disse a analistas em uma teleconferência em março que a empresa de calçados planeja construir produtos e experiências Web3. A Warner Music Group também está interessada.

“De colecionáveis ​​a royalties de música, a Web3 representa um futuro empolgante para a indústria da música que ajudará nossos artistas a alcançar milhões e milhões de novos fãs de maneiras interessantes e inovadoras”, disse o CEO Steve Cooper na teleconferência de resultados do primeiro trimestre da empresa.

James Tromans, ex-executivo do Citigroup que chegou ao Google em 2019, liderará o grupo de produtos e engenharia e se reportará a Zavery. A equipe reunirá funcionários que estiveram envolvidos de forma periférica na Web3 internamente e por conta própria, disse Zavery.

O Google está atrás da Amazon e da Microsoft em computação em nuvem, mas o negócio está crescendo mais rápido do que sua principal unidade de publicidade. A CFO da Alphabet, Ruth Porat, disse na semana passada que o crescimento mais rápido no número de funcionários está dentro da divisão de nuvem.

Com informações de CNBC