A Copel recebeu comunicado de seu controlador, o governo do Estado do Paraná, destacando que foram solicitadas ao Conselho de Controle das Empresas Estaduais (CCEE) informações técnicas a fim de subsidiar modelo para operação no mercado de capitais, em que se “otimize o investimento do Estado na companhia”, preservando participação societária relevante.
O fato relevante foi feito pela companhia (BOV:CPLE6) nesta segunda-feira (31).
No ofício, o governo paranaense informa ainda que a adoção de eventual modelo, a depender dos estudos que serão realizados para este fim, estará sujeita a determinadas aprovações.
A Copel ressaltou que o “fato relevante objetiva apenas comunicar aos acionistas da Copel e ao mercado em geral a referida manifestação do Estado do Paraná e não deve ser considerado ou interpretado como sendo anúncio de operação no mercado de capitais envolvendo a companhia”.
VISÃO DO MERCADO
Bradesco BBI
“Com informações limitadas além do press release, esse movimento pode ser interpretado como, pela primeira vez, o Paraná olhando para a possibilidade de privatizar a Copel, ou pelo menos vender partes da empresa (geradoras, por exemplo). Embora o estudo deva contemplar todas as opções possíveis, destacamos que em 2021, buscando rentabilizar seu investimento na Copel, o Estado do Paraná tentou vender parte de suas ações na empresa, mas ainda manter o controle, o que não foi bem recebido pela investidores (a ação desvalorizou-se acentuadamente na época)”, destacam os analistas do Bradesco BBI.
O banco lembra que o governador reeleito Carlos Massa Junior (também conhecido como Ratinho Junior) agora tem, supostamente, menos restrições para avançar com a privatização, tendo amplo apoio no legislativo estadual e sendo reeleito com cerca de 70% dos votos.
“Obviamente, a privatização da Copel poderia trazer recursos significativos para o estado que poderiam ser investidos em outras áreas de interesse público, alavancando a plataforma política do governador. Por fim, o Paraná, como outros estados do Brasil, perdeu receita tributária significativa, pois o ICMS VAD aplicado nas contas de energia elétrica foi reduzido, provavelmente tornando a venda de ativos uma opção atraente”, ressaltam.
Quanto ao formato de uma potencial venda de ativos, os analistas avaliam estarem mais inclinados a pensar que, se o Paraná decidir vender a Copel, seria por privatização da empresa total (não apenas partes dela). “Embora vender apenas geração e/ou transmissão implicasse em menor oposição eruído por parte dos políticos locais e da população paranaense, manter a distribuidora de margem mais baixa como uma estatal provavelmente seria menos desejável devido aos riscos operacionais (problemas nas companhias privadas como Celg-D, Amazonas-D e Light LIGT3 são exemplos de como esse segmento deveria ser menos atrativo para qualquer governo estadual operar)”, avalia o BBI.
Bradesco BBI tem recomendação neutra com preço-alvo de R$ 7,00…
Itaú BBA
Já o Itaú BBA avalia que o estado do Paraná analisará a possibilidade de vender as ações em oferta secundária até o limite para manter o controle ou vender o controle da empresa em modelo semelhante ao utilizado pela Eletrobras (ELET3;ELET6).
“Ainda é cedo para dizer se isso pode levar a uma potencial privatização, mas acreditamos que a ação provavelmente reagirá positivamente hoje em reação a esse anúncio”, afirmou o BBA em relatório antes da abertura do mercado. Em 22 de outubro, a Copel subiu 4,5% após uma entrevista em que o governador eleito mencionou que poderia mudar sua visão atual sobre uma potencial privatização.
Itaú BBA mantém recomendação de compra com preço-alvo de R$ 7,40…
Informações FinanceNews