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Banco Central Europeu (BCE) eleva taxa de refinanciamento de 3,75% para 4%; Lagarde não pensa em pausa no aperto monetário

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O Banco Central Europeu aumentou as taxas de juro em mais 25 pontos base durante a sua reunião de junho, elevando a taxa das operações principais de refinanciamento para 4%, o nível mais elevado desde a crise financeira de 2008, e a taxa da facilidade permanente de depósito para um máximo de 22 anos de 3,5%.

Esse é o oitavo aumento consecutivo das taxas, embora o bloco tenha entrado em recessão no início de 2023 e as taxas de inflação principal e básica permaneçam significativamente acima da meta do BCE de 2%.

O banco central também revisou para cima suas projeções de inflação e reduziu significativamente suas projeções de crescimento, principalmente para este ano e para o próximo.

O BCE também divulgou suas projeções econômicas, que inclui uma inflação média de 5,4% para 2023, 3% em 2024 e 2,2% em 2025.

Segundo o banco, indicadores de pressões subjacentes permanecem fortes, embora surjam alguns sinais iniciais de desaceleração.

O banco também elevou suas projeções para o núcleo da inflação para 5,1% em 2023, 3% em 2024 e 2,3% em 2025.

A expectativa do banco é que a zona do euro cresça 0,9% em 2023, 1,5% em 2024 e 1,6% em 2025.

O BCE também informou que, a partir de julho, vai interromper os reinvestimentos do programa de compra de ativos.

BCE não está pensando em pausa no aperto monetário, diz Lagarde

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse nesta quinta-feira, 15, que a instituição não está considerando a possibilidade de uma pausa no ciclo de aperto monetário iniciado em meados do ano passado. Em coletiva de imprensa após a alta de juros de mais cedo, Lagarde disse que o BCE ainda não chegou ao fim de sua jornada é que há “caminho a ser coberto” no processo de aperto.

Segundo Lagarde, se o cenário atual se mantiver, as chances são grandes de que o BCE eleve juros mais uma vez na reunião de julho. “A menos que ocorra mudanças substanciais no quadro, continuaremos elevando juros”, disse.

Ela afirmou ainda que não quer discutir sobre a taxa final dos juros. “Quando chegarmos lá, saberemos”, afirmou, acrescentando que o BCE busca cumprir sua meta de inflação de 2%, e não chegar a uma taxa final específica.

Lagarde comentou também que há atrasos na transmissão da política monetária, mas que seus efeitos são visíveis.

Sobre a reunião e a decisão

Sobre a reunião desta quinta, Lagarde disse que houve um consenso “muito, muito grande”. A presidente do BCE destacou que a decisão da instituição mais cedo de elevar suas principais taxas de juros em 25 pontos-base reflete as revisões em projeções econômicas para o crescimento e a inflação assim como a expectativa de transmissão da política monetária.

Na linha do comunicado do BCE, Lagarde avaliou que a inflação na zona do euro tem desacelerado, mas a projeção é de que permaneça “muito alta por muito tempo”, e reafirmou que a política monetária ficará restritiva pelo tempo que for necessário para que a inflação volte à meta oficial de 2%.

Ela reiterou que as altas anteriores de juros ainda estão sendo gradualmente transmitidas para a economia.

Lagarde disse também que a economia do bloco se estagnou nos últimos meses e deve seguir fraca no curto prazo, mas deverá ganhar fôlego mais adiante. Destacou ainda que o mercado de trabalho da zona do euro está forte e que o setor de serviços continua firme, enquanto a indústria vem mostrando fraqueza.

Cenário da inflação

A presidente do Banco Central Europeu afirmou ainda que, pelos parâmetros atuais, não é satisfatório que a inflação ainda esteja em 2,2% em 2025, como é projetado.

Também comentou que o aumento dos custos de mão de obra ajudou a impulsionar as previsões de inflação para a zona do euro. Segundo ela, o custo unitário do trabalho foi responsável em grande parte pela revisão para cima do núcleo da inflação.

Lagarde disse que o BCE não está vendo efeitos secundários ou espiral de alta de preços provocada por salários. Ponderou também que “quanto mais cedo o BCE chegar à meta de inflação, melhor”, mas que é “preciso ser realista”. “Temos de ter postura mensurada, diante dos efeitos da política, mas com persistência”, acrescentou.

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