A Aura Minerals teve prejuízo líquido de US$ 25,8 milhões no 2T24, comparado ao prejuízo de US$ 9,2 milhões no 1T24 e lucro de US$ 11,4 milhões no 2T23.
A companhia explicou que o prejuízo é majoritariamente justificado pelo impacto do Resultado Financeiro, e pelo aumento dos impostos de renda e contribuição social correntes e diferidos, decorrentes do reconhecimento de ativos fiscais diferidos de Almas, e do crescimento do Ebit no trimestre em Minosa, Aranzazu e Almas, tanto em relação ao 1T24 quanto em relação ao 2T23, o que resultou em uma maior incidência de imposto de renda.
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Impulsionada pelo aumento do valor do ouro, a mineradora canadense Aura Minerals anunciou Ebtida (lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização) de US$ 56,17 milhões no segundo trimestre do ano, avanço de 111% em relação a igual período de 2023 e de 6% em relação ao primeiro trimestre de 2024.
Contudo, na contramão, o lucro líquido ajustado da companhia ficou negativo em US$ 3 milhões devido a instrumentos de hedge para o preço do ouro e do câmbio.
O segundo trimestre do ano foi de receita líquida recorde para Aura, atingindo US$ 134,4 milhões, aumento de 58% na comparação com igual período de 2023. Ante o primeiro trimestre, o incremento foi de 2%.
A trajetória ascendente do ouro foi determinante para os resultados da empresa no primeiro semestre, e as expectativas de capturar a alta contínua apoiam o otimismo quanto à segunda metade do ano.
Entre abril e junho, o preço médio realizado foi de US$ 2.291 por onça troy, avanço de 17% ante o primeiro trimestre de 2023. Ante o trimestre anterior, o incremento foi de 11%.
Após alcançar máxima histórica na semana passada, o ouro para dezembro fechou em baixa de 1% nesta segunda-feira, a US$ 2.444,40 por onça troy, na divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).
A companhia contabilizou, ao final de junho, dívida líquida de US$ 142,4 milhões, alta de 35% contra o trimestre anterior, devido principalmente a diminuição no caixa relacionada à construção do projeto Borborema, no Rio Grande do Norte, que consumiu US$ 14,6 milhões no período.
Além disso, a Aura distribuiu US$ 25,4 milhões em dividendos em junho. Também recomprou US$ 3,6 milhões em ações. Assim, a taxa de retorno da companhia ficou em 8,8% nos últimos 12 meses, destaca o CEO da Aura, Rodrigo Barbosa.
No segundo trimestre, a produção da Aura atingiu 64,3 mil onças equivalente de ouro (GEO), incluindo o cobre, aumento de 33% em relação a igual período de 2023, graças a uma melhoria de desempenho na mina de Minosa, em Honduras. “Houve a questão de chuvas e troca de fornecedores de Apoena (Mato Grosso) e Almas (Tocantins), mas conseguimos estabilizar as operações”, disse Barbosa.
O volume de vendas aumentou 32% em relação ao segundo trimestre de 2023, devido ao aumento da produção em Minosa, à produção comercial em Almas em 2023 e ao aumento dos volumes de vendas em Apoena. Em relação ao primeiro trimestre de 2024, houve retração de 8%, principalmente devido à mudança de contratante – para caminhões e pás carregadeiras – em Almas durante o segundo trimestre.
Os resultados da Aura (BOV:AURA33) referentes às suas operações do segundo trimestre de 2024 foram divulgados no dia 05/08/2024.
VISÃO DO MERCADO
A XP avalia que a a Aura Minerals apresentou resultados neutros, com Ebitda ajustado de US$ 56 milhões, alta trimestral de 6% e em linha com o esperado pela XP.
Os analistas notam: resultados decentes em San Andrés, refletindo maiores volumes de vendas (+3% frente 1T24), e um melhor desempenho de custos, apoiado por um melhor índice de tiras e pelas iniciativas de controle de custos implantadas no ano passado e um sólido desempenho da Aranzazu (Ebitda +24% ante 1T24), refletindo preços mais altos do ouro, parcialmente compensados por volumes ligeiramente menores.
A XP reitera visão positiva para as ações da Aura, com os preços do ouro ainda em níveis sólidos e novos projetos como uma fonte confiável de potencial extra de alta para as ações daqui para frente.
Para o BBA, os números foram neutros, com o Ebitda de US$ 56 milhões para o 2T24 exatamente em linha com a sua estimativa, um aumento de 6% em relação ao trimestre anterior e 111% em relação ao ano anterior. O desempenho anual mais forte foi principalmente devido a uma maior receita, impulsionada por maiores remessas e preços do ouro realizados mais altos, que compensaram os custos mais altos.
A Aura manteve sua orientação de produção para 2024, com o ponto médio sendo 14% maior do que em 2023. O ponto negativo foi a geração de fluxo de caixa livre, que foi de -US$ 22 milhões, impactada por maiores necessidades de capital de giro e US$ 29 milhões em dividendos/compra de ações, levando a um leve aumento na dívida líquida/Ebitda para 0,8 vez (de 0,7 vez no 1T24).