O Goldman Sachs rebaixou a recomendação da Hypera de compra para neutro e cortou o preço-alvo para 12 meses de R$ 39 para R$ 37 (ainda um potencial de valorização de 23% em relação ao fechamento de segunda).
O banco reduziu as estimativas de lucro para 2024 e 2025 em 3% e 5%, principalmente devido a uma rentabilidade mais fraca, dada a maior atividade promocional e a concorrência mais acirrada, ficando ligeiramente abaixo da orientação da empresa e do consenso para 2024 (3%).
Em resumo, o banco disse estar progressivamente mais cauteloso em relação ao cenário competitivo da empresa, conforme os movimentos recentes dos concorrentes em várias categorias.
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O Goldman comenta que vê isso como um risco para o crescimento e as margens no médio prazo, mas também para que a empresa atinja sua orientação para 2024, que dependerá fortemente dos resultados do 4T24, quando a base de comparação de sell-out (venda ao consumidor final) parece ser mais favorável para a Hypera do que no 3T24.
Desde a recomendação de compra em 17 de outubro de 2022, as ações caíram 37,7% em comparação ao Bovespa, que subiu +15%, como resultado de tendências de lucro mais fracas do que o esperado nos últimos trimestres.
As vendas de medicamentos agudos abaixo da projeção no ano é um risco de queda para as estimativas de receita do banco; A maior atividade promocional em meio à concorrência acirrada traz riscos adicionais à rentabilidade.
O banco ainda vê alguma fraqueza nas vendas de medicamentos agudos (remédios para gripe, dor, febre, doenças respiratórias, ou cerca de 1/3 do sell-out da Hypera), que caiu 2% na base anual no 2T24, enquanto a suposição da Hypera (BOV:HYPE3) em sua orientação para 2024 incluía algum crescimento de dígitos baixos para essa categoria.
Além disso, analistas esperam que a concorrência intensificada em genéricos (12% do sell-out) e em produtos específicos (VMS, Skincare) deve levar à continuação da maior atividade promocional no segundo trimestre, trazendo riscos à rentabilidade.
Para o Goldman Sachs, o crescimento fraco em medicamentos não agudos no acumulado do ano exige maior atenção, tendo em vista a perspectiva de uma concorrência estruturalmente mais acirrada nas categorias OTC, genéricos e de prescrição no curto prazo.
Embora o desempenho de vendas de medicamentos agudos tenha estado em destaque até o momento, o banco observa a falta de ganhos de participação de mercado da Hypera no restante do portfólio, apesar do aumento contínuo em Pesquisa & Desenvolvemnto e lançamentos de produtos nos últimos anos, levantando dúvidas sobre uma competição mais ampla, além dos genéricos.
Por fim, o banco avalia que vários movimentos corporativos recentes no varejo farmacêutico brasileiro reforçam que o ambiente competitivo continuará alto ou potencialmente aumentará no curto prazo.