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Localiza (RENT3): prejuízo líquido consolidado de R$ 570 milhões no 2T24; ações caem

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A Localiza&CO registrou prejuízo líquido consolidado de R$ 570 milhões no segundo trimestre de 2024. Com isso, ampliou em mais de seis vezes o prejuízo de R$ 89 milhões reportado no mesmo período do ano passado.

Entre as impactos negativos, a companhia destaca os R$ 936 milhões de aumento na depreciação de carros e outros, pela revisão das estimativas de valor líquido de venda. Cita também o efeito de R$ 103 milhões vindo da tragédia no Rio Grande do Sul.

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A companhia teve cerca de 2,6 mil carros, oito agências de aluguel e duas lojas de seminovos afetados pela crise climática.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) consolidado totalizou R$ 2,349 bilhões, estável na comparação anual, considerando o ajuste a valor recuperável do ativo e os efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul.

A margem Ebitda consolidada ficou em 54,3% ante 70,1% um ano antes. Entre abril e junho, a receita líquida consolidada da Localiza registrou avanço anual de 32,2%, totalizando R$ 9,049 bilhões.

Na divisão Aluguel de Carros, a receita líquida somou R$ 2,2 bilhões, 16,1% acima do mesmo período de 2023, resultado do crescimento de 3% no número de diárias e do aumento da diária média, segundo a companhia.

Já a receita de Seminovos atingiu R$ 4,719 bilhões no trimestre, aumento de 43,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, resultado do maior volume e preço de venda. No trimestre, a companhia estima impacto de cerca de R$ 9 milhões em perda de receita, em função das enchentes no Rio Grande do Sul.

Os resultados da Localiza (BOV:RENT3) referentes às suas operações do segundo trimestre de 2024 foram divulgados no dia 14/08/2024.

Teleconferência

A Localiza espera conseguir alcançar uma idade média de sua frota de seminovos na segunda metade do próximo ano, em meio à estratégia da companhia de reduzir o ciclo de uso dos veículos antes de serem colocados à venda, como forma de melhorar os retornos do grupo.

“O segundo semestre do ano que vem é quanto voltaremos ao patamar de idade média de frota de 15 meses”, afirmou o presidente-executivo da Localiza, Bruno Lasansky, em conferência com analistas e investidores após a publicação do resultado de segundo trimestre na noite da véspera.

O executivo comentou ainda que a empresa vê um cenário favorável para continuar elevando os preços de suas diárias de aluguéis de carros, em meio a uma tendência de crescimento dos preços dos automóveis novos pelas montadoras abaixo da inflação nos próximos trimestres.

VISÃO DO MERCADO

Um trimestre para testar o ânimo dos mais convictos, fazendo com que os ativos caiam cerca de 15%. Na noite da última terça-feira (13), a Localiza&Co divulgou seus números do segundo trimestre de 2024 (2T24), trazendo uma série de surpresas extremamente negativas e que não se resumiu “apenas” ao prejuízo multiplicado mais de seis vezes no período na comparação com o 2T23, para R$ 570 milhões. Depois de ficar mais de 20 minutos em leilão, as ações RENT3 registravam forte queda de 14,76%, a R$ 41,00, às 10h23 (horário de Brasília).

A XP aponta que, embora reconheça o esforço e o sucesso da empresa no aumento das tarifas de aluguel, vê desenvolvimentos principalmente negativos neste trimestre, nomeadamente: As margens Ebitda (Ebitda = lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações sobre receita líquida) de aluguel, que caíram significativamente na base trimestral, apesar do desempenho positivo das vendas (RaC, ou aluguel de carros, com queda de 3,3 pontos percentuais, para 58,6 %, e Aluguel de Frotas, com baixa de 5,5 pontos, para 63,7%); e a Localiza reportou um grande impairment (baixa contábil) em sua base de ativos de cerca de R$ 1,8 bilhão (3,4% de seu ativo imobilizado), com uma pequena parcela relacionada às fortes chuvas no RS (~R$ 100 milhões).

Adicionalmente, a Localiza forneceu guidance de depreciação para os próximos três trimestres.

A Genial Investimentos ressalta a série de surpresas extremamente negativas, principalmente devido ao ajuste substancial na depreciação dos seus veículos. As margens operacionais e o ajuste na depreciação dos veículos, tanto no segmento RAC (aluguel de carros) quanto no GTF (gestão de terceirização de frotas), culminaram no prejuízo de R$ 570 milhões, em contraste ante a expectativa do mercado de um lucro de R$ 655 milhões.

“Já estávamos mais cautelosos do que o mercado, projetando um prejuízo de R$ 120 milhões no período. Antecipamos a possibilidade de que a Localiza aproveitasse os impactos dos desastres no Rio Grande do Sul para realizar um ajuste relevante na depreciação, correção que, em nossa visão, era necessária. Contudo, o valor reportado pela empresa foi significativamente maior do que o esperado. Enquanto nosso cenário mais pessimista estimava um ajuste de R$ 800 milhões, a empresa reportou um impacto total de R$ 1,8 bilhão, muito acima das projeções, sendo R$ 1,4 bilhão referente à depreciação adicional e o restante por conta dos carros sinistrados”, avalia a equipe de análise da Genial.

Os resultados do segmento de locação de veículos mostraram um crescimento nas diárias, tanto na comparação anual quanto na trimestral, mas a receita líquida foi ligeiramente inferior às expectativas da Genial. O Ebitda e as margens operacionais também foram mais fracos do que o esperado, pressionadas pelos danos das enchentes e pelo alto volume de carros em preparação, dado o forte volume de compra e venda no trimestre. A depreciação média anualizada por carro no 2T24 foi significativamente superior às suas expectativas, com o RAC registrando R$ 19,98 mil versus R$ 9,88 mil (+102,2%) e o GTF R$ 12,21 mil versus R$ 6,85 mil (+78,3%).

O Itaú BBA ressalta que houve uma baixa contábil em sua frota que levou a uma perda de R$ 570 milhões versus projeção de lucro de R$ 650 milhões do consenso. “Enquanto alguns investidores esperavam por um baixa contábil, alguns podem pensar que isso não deve ser suficiente para encerrar esta história por enquanto. Isso porque, embora a baixa contábil de cerca de R$ 1,7 bilhão anunciada no trimestre deva fornecer mais conforto em relação às estimativas do consenso para os lucros de 2025 (em R$ 3,8 bilhões), o guidance de depreciação para os próximos trimestres implica em uma ampla gama de impactos para as expectativas de lucro por ação (+20% ou -20% para nossos números, mantendo os números superiores e inferiores para o 1T25 para o resto do ano)”, avalia o banco.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão

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