As ações da Oi, em recuperação judicial, estão entre os grandes destaques da sessão desta quinta-feira (15), com avanços chegando a superar os 20%, após a companhia divulgar na noite da última quarta-feira (14) um lucro líquido de R$ 15 bilhões no segundo trimestre de 2024 (2T24). Assim, por volta das 11h (horário de Brasília) desta quinta-feira (15), as ações ordinárias subiam 22,33%, a R$ 5,26, enquanto as preferenciais saltavam 15,32%, cotadas a R$ 14.
Mas há razões para tanto ânimo? A Genial Investimentos alerta que não há motivos para ficar otimista com a cifra bilionária, uma vez que foi impulsionado por ajustes contábeis relacionados à renovação de dívidas, resultantes do plano de recuperação judicial, que impactaram positivamente o resultado financeiro em R$ 14,7 bilhões.
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Além disso, os juros líquidos totalizaram R$ 2,3 bilhões, valor que provavelmente também foi favorecido por esses ajustes, considerando que a empresa tem uma dívida líquida de R$ 6,6 bilhões.
“Apesar de reduzir significativamente sua dívida líquida de R$ 25,4 bilhões para R$ 6,6 bilhões devido à recuperação judicial, a empresa não mostrou progresso operacional”, destaca a Genial.
Segundo o relatório, a Oi continuou enfrentando queima de caixa substancial, com uma queda anual nos números e apenas uma leve melhora em relação ao trimestre anterior.
Com base nisso, a Genial reiterou recomendação de venda para OIBR3, com preço-alvo de R$ 4,00 (queda de 7% frente o último fechamento).
De acordo com a Genial, o resultado foi prejudicado pela contínua e rápida redução na demanda por serviços não essenciais, como os antigos serviços de cobre, atacado regulado, TV por satélite (DTH) e subsidiárias.
“A queda nos serviços tradicionais de telecomunicações e a estratégia seletiva da Oi Soluções também contribuíram”, comenta. “Além disso, neste trimestre, as receitas foram impactadas pelas medidas tomadas para manter o serviço e gerenciar a base de clientes durante a tragédia climática no RS.”
A Oi (BOV:OIBR3) (BOV:OIBR4) reportou um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) rotina negativo em R$ 83 milhões, ficando abaixo das estimativas da Genial.
A empresa conseguiu diminuir seus custos e despesas em 4,0% na base anual, impulsionada por redução de despesas com pessoal e serviços de terceiros. Apesar de terem conseguido reduzir as despesas a receita apresentou uma queda maior, levando a uma queda no Ebitda.
Por fim, analistas comentam que a possível venda da operação da ClientCo e da participação na V.tal pode ajudar na amortização das dívidas, dependendo dos valores de venda. “No entanto, isso implicaria na venda de seus ativos mais valiosos, o que é preocupante dado que a empresa já está enfrentando dificuldades operacionais.”