Às 11h50, o Índice Bovespa perdia 2,49%, para 39.373 pontos, pressionado pelas fortes quedas dos mercados internacionais. Entre as instituições financeiras, com importante peso no indicador brasileiro e em linha com as baixas dos bancos estrangeiros, os papéis preferenciais (PN, sem voto) do Itaú Unibanco caíam 2,41%, com Bradesco PN, 2,08%, as ações ordinárias (ON, com voto) do BB, 2,99%, e as units (recibos de ações) do Santander, 2,13%.

Com o petróleo marcando novo recuo, Petrobras ON tinha queda de 3,27% e Petrobras PN, 2,55%. A petroleira está vendendo todas as suas 21 usinas térmicas e gasodutos, conforme informações da Agência Estado. A ideia é deixar o setor elétrico, ajudando no projeto de arrecadar US$ 57,7 bilhões com a venda de subsidiárias.

Vale ON, por sua vez, recuava 2,75%, seguida por Vale PNA, 3,49%. O grama do ouro na BM&FBovespa subia 4%, para R$ 156, refletindo a busca por proteção dos investidores e a aversão ao risco em meio às preocupações de que os bancos centrais mundiais não consigam reter uma recessão global.

Por aqui, o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) apresentou alta de 1,8% na primeira prévia de fevereiro, indicando aumento no ritmo de elevação em relação ao fechamento de janeiro, quando a variação atingiu 1,78%. Além disso, o Indicador de Clima Econômico (ICE) do Brasil subiu de 44 para 47 pontos entre outubro de 2015 e janeiro deste ano. O índice, calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) a cada três meses, varia entre 20 e 180 pontos e o valor de referência é 100. O crescimento registrado foi puxado pela melhoria do Indicador de Expectativas em relação ao futuro, que passou de 68 para 74 pontos. Já o Indicador da Situação Atual, que avalia o momento presente da economia, manteve-se em 20 pontos.

Apenas três avanços no Ibovespa

As piores quedas do Ibovespa eram puxadas por JBS ON (BOV:JBSS3), 6,17%, Copel PNB (BOV:CPLE6), 6,05%, Estácio ON (BOV:ESTC3), 5,21%, e Cielo ON (BOV:CIEL3), 5,08%. Na ponta positiva, apenas três companhias marcavam avanços no índice: Fibria ON (BOV:FIBR3), 0,80%, Natura ON (BOV:NATU3), 0,77%, e MRV ON (BOV:MRVE3), 0,22%. A exportadora Fibria se beneficiava com a leve valorização do dólar, ignorando a decisão da Justiça americana de aplicar tarifas antidumping às exportadoras brasileiras de celulose, além de Austrália, China e Indonésia, por dano ao mercado local.

EUA e Europa recuam até 3%

Nos Estados Unidos, os principais índices de ações no mercado futuro perdiam sob pressão da forte desvalorização do petróleo no exterior e da fala da presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) Janet Yellen de reafirmação de um aumento gradual dos juros locais ontem, mesmo diante de uma economia mundial mais fraca pressionando a economia real. Hoje, ela discursa novamente às 13 horas de Brasília, dessa vez no Senado americano.

Por lá, os pedidos de auxílio desemprego diminuíram em 16 mil na semana até 6 de fevereiro, para 269 mil, ante o período imediatamente anterior, o menor nível em sete semanas. O Dow Jones recuava 1,68%, com o S&P 500, 1,71%, e o indicador da Nasdaq, 1,69%.

No mesmo sentido, na zona do euro, o Stoxx 50, dos 50 papéis mais líquidos da região, caía 3,45%, seguido pelo britânico Financial Times, 2,12%, pelo francês CAC, 3,66%, e pelo alemão DAX, 2,53%. No bloco, os investidores repercutiam ainda as significativas quedas dos bancos, além de destaque negativo para os papéis do Société Générale, Zurich e Rio Tinto. O Deutsche Bank anunciou essa semana perdas de € 6,8 bilhões em 2015, colocando em xeque sua capacidade de aguentar a desaceleração da economia europeia. Além disso, o mercado europeu aguarda para mais tarde a divulgação de resultados corporativos, 35 deles apenas do Índice Stoxx 600.

O Societé chegou a cair 13% após anunciar que seus resultados não atingiriam as estimativas do banco francês. Bancos de países em dificuldades, como Grécia, Portugal e Espanha, sofreram mais.

Petróleo volta a perder; WTI cai para R$ 26

No mesmo horário, o petróleo WTI, negociado em Nova York, tinha nova queda de 3,32%, para US$ 26,54, acompanhado pelo barril do tipo Brent, de Londres, que registrava perdas de 1,56%, para US$ 30,36. Na Ásia, as bolsas japonesas seguem fechadas por conta do feriado da Fundação Nacional, assim como na China, que ainda comemora o Ano Novo Lunar desde sexta-feira                          

Juros sobem e dólar avança para R$ 3,97

Pela manhã, as taxas de juros futuros subiam, acompanhando a maior aversão ao risco e à divulgação de que o governo deve anunciar um corte de despesas entre R$ 30 bilhões e R$ 50 bilhões para tentar salvar a meta de superávit primário deste ano, de 0,5% do PIB. A expectativa de alta da inflação preocupa os bancos, que temem uma nova espiral inflacionária.

Na BM&FBovespa, nos contratos até janeiro de 2017, as projeções passavam de 14,42% ao ano para 14,44%. Os negócios com vencimento em janeiro de 2018 avançavam de 15,12% para 15,14%. Finalmente, as taxas para 2021 estavam em 16,02%, contra projeção anterior de 15,91%.

Enquanto isso, o dólar comercial tinha valorização de 0,81%, vendido a R$ 3,97, ao passo que o dólar turismo caía 0,24%, para R$ 4,03 na venda. A moeda brasileira sobe acompanhando a saída dos investidores de mercados emergentes por conta da instabilidade internacional. Segundo a LCA, neste mês, até ontem, o real perdia 0,6%, ante 0,2% dos mercados emergentes.

MRV ON (BOV:MRVE3)
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MRV ON (BOV:MRVE3)
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