Apesar de a presidente Dilma Rousseff ter perdido a votação do impeachment ontem na Câmara dos Deputados, resultado antecipado por boa parte do mercado na semana passada,  o Índice Bovespa recuava 0,44% por volta das 11h40, para 52.992 pontos, depois de cair mais de 1% mais cedo. Segundo analistas, a bolsa caía com a realização de lucros e a chamada “compra no boato e venda no fato”, pressionada também pela significativa queda do petróleo no exterior.

Após baixa de mais de 2% na abertura do pregão, as ações preferenciais (PN, sem voto) do Itaú Unibanco (BOV:ITUB4) tinham recuo de 0,91%, como Bradesco PN (BOV:BBDC4), 0,57%, e os papéis ordinários (ON, com voto) do Banco do Brasil, 1,45%. Já as units (recibos de ações) do Santander subiam 0,18%.

No mesmo sentido dos bancos, sob pressão do petróleo desvalorizado no mercado internacional, Petrobras ON e PN marcavam perdas de 2,27% e 3,61%, respectivamente. Vale, por sua vez, ganhava na condição de exportadora, com o avanço do dólar, seus papéis ON subiam 2,80%, assim como os PNA, 2,03%. Além disso, a Vale era beneficiada pela alta de 2,8% do minério de ferro lá fora.

Oi recua 2% com prévia do Ibovespa e CSN sobe 3% 

As piores baixas do Ibovespa no horário eram de Petrobras PN (BOV:PETR4), Oi ON, 2,27%, BM&FBovespa ON (BOV:BVMF3), 1,75%, e Cetip ON (BOV:CTIP3), 1,23%. A ação da Oi deve sair do Índice Bovespa na próxima renovação em maio, conforme mostrou a segunda prévia do índice divulgada hoje pela BM&FBovespa. Junto com Oi ON, Cia Hering ON também deve sair, e nenhuma ação deve entrar.

Na contramão, os maiores ganhos do indicador ficavam com CSN ON (BOV:CSNA3), 3,86%, Suzano Papel PNA (BOV:SUZB5), 3,19%, Usiminas PNA (BOV:USIM5), 2,38%, e Vale ON (BOV:VALE3). De acordo com fontes da agência de notícias Reuters, a CSN “abriu processo para tentar obrigar a Usiminas a utilizar recursos do caixa de uma subsidiária de mineração e pagar suas dívidas com estes recursos”. A ideia é que a companhia reveja os termos planejados para o uso do recente aumento de capital de R$ 1 bilhão.

EUA têm leve alta, Europa tem direções mistas e petróleo perde 3%

Nos Estados Unidos, o Dow Jones tinha leve ganho de 0,33%, com o S&P 500, 0,25%, e o índice da Nasdaq, 0,27%. Enquanto isso, na zona do euro, o Stoxx 50, dos 50 papéis mais líquidos do bloco, subia 0,07%, como o alemão DAX, 0,30%, e o francês CAC, 0,13%. O britânico Financial Times, por sua vez, tinha recuo de 0,05%.

Os principais índices de ações estrangeiros refletem a expansão de 1,1% da economia da China no primeiro trimestre de 2016, na comparação com o quarto trimestre do ano passado. Analistas esperavam um crescimento trimestral de 1,5% para o período.

Ontem, a reunião dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) acabou sem um acordo para reduzir a produção. A Arábia Saudita, maior produtor mundial da commodity reafirmou que só reduzirá sua produção se os demais produtores também o fizerem. Hoje, o petróleo WTI, negociado em Nova York, recuava 2,73%, após bater os 4% pela manhã, para US$ 39,26, seguido pelo Brent, de Londres, que perdia 2,34%, para US$ 42,09.

Juros caem e dólar avança quase 2% com BC

As projeções dos juros futuros registravam queda diante das perspectivas de afastamento da presidente petista. Para 2017, as taxas passavam de 13,47% ao ano para 13,42%. Os contratos válidos até janeiro de 2018 projetavam 12,88%, ante 13,03% na última sexta-feira. No mesmo sentido, as taxas para 2021 caíam de 13,10% para 12,88%.

O mercado também repercutia o resultado do IGP-M de abril, que desacelerou para 0,3%, resultado 0,13 ponto percentual inferior a alta do indicador no primeiro período de dez dias (0,43%). Além disso, as instituições financeiras reduziram a projeção da inflação para este ano, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 7,14% para 7,08%, no sexto ajuste seguido.

Em meio ao leilão de swap reverso do Banco Central (BC), o dólar comercial ganhava 1,64%, para R$ 3,58 na venda, acompanhado pelo dólar turismo, que tinha valorização de 1,63%, sendo vendido por R$ 3,73. A expectativa do mercado era que o dólar caísse após a aprovação do impeachment na Câmara, mas parte do mercado antecipou o movimento na semana passada, quando o BC teve de comprar US$ 24,675 bilhões via swap reverso.