A formação da nova equipe econômica do governo empolgou o mercado, mas foi abafada hoje pelas quedas das bolsas estrangeiras e pelo risco de o Supremo Tribunal Federal (STF) obrigar a Câmara a abrir um processo de impeachment contra o presidente em exercício, Michel Temer. Depois de abrir o pregão em alta, o indicador reverteu seus ganhos no período da tarde e fechou com queda de 1,86% aos para 50.839 pontos. O volume financeiro negociado em bolsa somou R$ 7 bilhões, um pouco abaixo da média diária do ano, de R$ 7,2 bilhões.

Os papéis preferenciais (PN, sem voto) do Itaú Unibanco, o maior peso do índice, perdeu 2,13%, Bradesco PN (BOV:BBDC4), 3,24%, as ações ordinárias (ON, com voto) do Banco do Brasil, 4,83%, e as units do Santander, 1,60%.

Lá fora o petróleo subiu, mas Petrobras ON (BOV:PETR3) e PN caíram 1,12% e 2,56%, respectivamente. A petroleira fechou uma oferta de papéis no mercado internacional de US$ 6,75 bilhões, sendo US$ 5 bilhões pelo prazo de cinco anos e US$ 1,75 bilhões por 10 anos. Os papéis serão emitidos pela Petrobras Global Finance, com garantia incondicional da Petrobras, e serão usados para recomprar papéis da empresa em circulação de prazo mais curto, que vencem em 2018, até o limite de US$ 3 bilhões (R$ 10,5 bilhões). Já Vale ON (BOV:VALE3) ganhou 1,34%, como Vale PNA (BOV:VALE5), 2,90%.

No noticiário político, os investidores locais também repercutiram a liberação do julgamento no Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) da ação que pede a abertura de processo de impeachment contra o presidente interino Michel Temer. Cabe ao presidente do Supremo, ministro Ricardo Lewandowski, determinar a data para o julgamento do caso.

Rumo cai 6% e Lojas Americanas ganham 6%

As piores baixas do Ibovespa ficaram com Rumo Logística ON (BOV:RUMO3), 6,78%, Gerdau Metalúrgica PN (BOV:GOAU4), 5,19%, Localiza ON (BOV:RENT3) (BOV:RENT3), 5,14%, e BM&FBovespa ON (BOV:BVMF3), 4,84%. Na ponta positiva, as maiores altas do índice foram de Lojas Americanas PN (BOV:LAME4), 6,36%, Bradespar PN (BOV:BRAP4) (BOV:BRAP4), 3,88%, Cosan ON (BOV:CSAN3) (BOV:CSAN3), 3,22%, e Vale PNA (BOV:VALE5) (BOV:VALE5), 2,90%. Ontem o mercado ficou sabendo que, menos de três meses depois da deflagração da 6ª fase da Operação Zelotes, a Polícia Federal encaminhou o relatório final do inquérito que investiga o grupo Gerdau, um dos maiores do país, suspeito de tentar sonegar R$ 1,5 bilhão.

EUA e Europa perdem; petróleo ganha mais de 1%

Nos Estados Unidos, os investidores viram indicadores econômicos mais fortes, o que reforça as chances de aumento dos juros do país este ano. Os preços ao consumidor (CPI) avançaram 0,4% em abril, sua maior alta em três anos. Já a produção industrial subiu 0,7% em abril, o maior avanço mensal desde novembro de 2014, enquanto o número de novas construções de moradias iniciadas melhorou 6,6%  no mesmo período ante 2015. Por lá, o Dow Jones perdeu 1,02%, acompanhado pelo S&P 500, 0,94%, e o índice da Nasdaq, 1,25%.

Segundo a Guide Investimentos, os discursos dos dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) de Atlanta, de São Francisco e de Dallas hoje continuaram alertando para ?juros mais altos nos próximos meses, mais do que o mercado tem precificado?.

O petróleo WTI, negociado em Nova York, ganhou 1,72%, para US$ 48,54, seguido pelo Brent, de Londres, 1,02%, para US$ 49,47. A valorização da commodity ajudou a segurar perdas mais fortes nas bolsas europeias. O Stoxx 50, dos 50 papéis mais líquidos da zona do euro, recuou 0,45%, assim como o alemão DAX, 0,63%, e o francês CAC, 0,34%.

Na contramão, o britânico Financial Times teve alta de 0,27%. No Reino Unido, o Índice de Preços ao Consumidor subiu 0,1% em abril, na comparação com o mesmo período do ano passado, abaixo do 0,3% esperado pelos analistas. O Índice de Preços ao Produtor (PPI) sobre os produtos vendidos cresceu 0,4% na margem, mas teve deflação de 0,7% na base anual.

Juros avançam e dólar recua para R$ 3,49

Após abrir o dia em direções mistas, os juros válidos até janeiro de 2017 subiram de 13,36% ao ano para 13.47%. Para 2018, as projeções passaram de 12,67% para 12,74%. Por fim, os contratos com vencimento em janeiro de 2021 registraram taxas de 12,38%, contra 12,26% ontem. Sem a atuação do BC no mercado, o dólar comercial caiu 0,34%, para R$ 3,49, enquanto o dólar turismo permaneceu estável em R$ 3,63.

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