As apostas de que os britânicos optarão hoje por ficar na União Europeia animavam o mercado de ações da zona do euro pela manhã. No Brasil, por volta das 11h50, o Índice Bovespa refletia esse bom humor externo com ganhos de 1,95%, para 51.132 pontos.

Por aqui, os investidores também reagiam positivamente à Operação Custo Brasil, que prendeu o ex-ministro do Planejamento e das Comunicações da presidente afastada Dilma Rousseff, Paulo Bernardo. A leitura é que a prisão de um auxiliar muito próximo de Dilma e marido de sua principal defensora no Senado, Gleisi Hoffmann, vai representar um desgaste grande para a presidente afastada e aumentar o apoio ao impeachment. Hoje, a Comissão Processante do Impeachment no Senado ouvirá o depoimento de mais três testemunhas de defesa de Dilma.

Tudo que o mercado não quer neste momento é a volta de Dilma e um retrocesso no processo de mudanças na economia que vem sendo promovido pelo presidente interino, Michel Temer. Se na área política o governo tem sofrido vários tropeços, com demissões e escândalos envolvendo o presidente interino, pelo menos na economia as ações têm agradado investidores e empresários e dado algum alívio para o país.

Com forte peso no índice brasileiro, as ações preferenciais (PN, sem voto) do Itaú Unibanco avançava 2,25%, Bradesco PN (BOV:BBDC4), 2,31%, os papéis ordinários (ON, com voto) do Banco do Brasil, 2,03%, e as units (recibos de ações) do Santander, 3%. Vale ON (BOV:VALE3) e PNA também tinham altas de 3,09% e 2,67%, respectivamente, enquanto o minério de ferro tinha desvalorização de 0,76% na China, a US$ 51,89 a tonelada. Já o petróleo operava em alta no mercado internacional, impulsionando ganhos de 2,66% nas ações ON da Petrobras e 3,10% nas PN.

Natura sobe 5% e Lojas Renner recuam 1%

Na ponta positiva do Ibovespa, as maiores altas eram de Natura ON (BOV:NATU3), 5,54%, Gerdau Metalúrgica PN, 5,45%, Copel PNB (BOV:CPLE6), 5,33%, e Gerdau PN (BOV:GGBR4), 4,14%. A siderúrgica Gerdau informou mais cedo a conclusão da venda da sua unidade de aços especiais espanhola para a Clerbil SL. Do lado negativo, as piores quedas do indicador ficavam com Lojas Renner ON (BOV:LREN3), 0,99%, RaiaDrogasil ON, 0,38%, e Cesp PNB (BOV:CESP6), 0,26%.

Fundos de ações lideram ganhos em junho; cambiais perdem 5%

Os fundos de ações lideram em rentabilidade no mês de junho, conforme dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) até dia 17. Os números acompanham a recuperação do Ibovespa neste mês. Os fundos indexados, que reproduzem as carteiras dos índices, acumulam 2,04% no mês. Já os fundos de dividendos perdem 0,20% no mês, indicando um descolamento para pior em relação ao Índice de Dividendos da BM&FBovespa, que acumulava no mesmo período 0,82% de alta. Ainda sobre fundos, a BB DTVM reduziu para zero o valor dos papéis da Oi que estão nas carteiras dos fundos da maior gestora do país.

Com chance de derrota do ?Brexit?, Europa ganha 1%

Apoiados em pesquisas que apontam a derrota da saída do Reino Unido do bloco europeu no referendo votado hoje, os principais índices acionários da região subiam. A permanência é defendida principalmente pelos grupos econômicos e políticos que temem o impacto da saída na economia do país, que deixaria de ter vários privilégios para negociar com a zona do euro. Haveria ainda forte movimento de capitais em busca de proteção. Além disso, a saída do Reino Unido incentivaria outros grupos nacionalistas na Europa a tentar também retirar seus países do acordo, o que poderia levar ao fim da União Europeia.

O Stoxx 50, dos 50 papéis mais líquidos da Europa, ganhavam 1,26%, o britânico Financial Times, 0,50%, o francês CAC, 1,30%, o alemão DAX, 1,12%, e o espanhol Ibex, 1,33%. Em junho, o Índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) da manufatura da zona do euro avançou de 51,5 para 52,6, ante esperados 51,4. Já o PMI de serviços caiu de 53,3 para 52,4, contra uma expectativa dos analistas de 53,2.

EUA acompanham Europa; petróleo recupera 1%

Além de acompanhar os avanços europeus, os investidores americanos repercutiam a queda de 18 mil pedidos iniciais de auxílio-desemprego, para 259 mil, na semana até 18 de junho, número próximo da mínima em 43 anos registrada em março. Os dados reforçam a tendência de mercado de trabalho ainda fraco nos EUA e menores chances de o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) voltar a subir os juros este ano. Por lá, o Dow Jones ganhava 0,82%, o S&P 500, 0,60%, e o indicador da Nasdaq, 0,85%. Também em trajetória de alta, o petróleo WTI, negociado em Nova York, recuperava 1,30%, para US$ 49,77, seguido pelo Brent, de Londres, 1,32%, para US$ 50,54.

Juros caem e dólar recua aos R$ 3,35 com BC

Pela manhã, as projeções dos juros futuros com vencimento em janeiro de 2017 passavam de 13,75% ao ano para 13,74%. Para janeiro de 2018, as taxas recuavam de 12,72% para 12,68%, assim como os juros válidos até 2021, que caíam de 12,55% para 12,48%. Na terceira quadrissemana de junho, o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) desacelerou de 0,45% para 0,33%.

No mercado de câmbio, a divisa americana refletia o anúncio do Banco Central (BC) de dois leilões de linha de até US$ 4,4 bilhões, para renovar operações que estão vencendo. O dólar comercial perdia 0,75%, para R$ 3,35 na venda, assim como o dólar turismo, 0,99%, vendido a R$ 3,49. Na avaliação do diretor da Wagner Investimentos, José Raymundo Faria Junior, ?o ponto agora é aguardar as novidades para determinar o quanto o dólar ainda poderá cair?. Segundo ele, a baixa era esperada com a derrota do ?Brexit? lá fora. O piso estimado para o dólar pela consultoria é de R$ 3,20.

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