Dentre dez companhias de energia analisadas pelo UBS na América Latina, o banco suíço recomendou a “compra” de cinco papéis. Outros quatro têm indicação de ”manter” e apenas um de “venda”, em relatório que inclui agora a cobertura do setor petroleiro.

Na lista com as principais companhias da região, quatro são brasileiras: Ultrapar (BOV:UGPA3), Cosan (BOV:CSAN3) e Queiroz Galvão, com recomendação de compra, e Braskem (BOV:BRKM5), com “manter”, e que receberam preços-alvo de R$ 92, R$ 43, R$ 11 e R$ 22, respectivamente. Antes que os papéis do segmento passem por um período de forte valorização, esperado pela casa, o UBS aponta perspectivas globais positivas para o setor, mas aguardando evidências mais fortes no caso de algumas empresas.

São esperados alta sobre os preços do petróleo no longo prazo, um crescimento do volume de distribuição de combustíveis no Brasil e um avanço da margem de ganhos no segmento petroquímico, de acordo com os analistas Luiz Carvalho e Julia Ozenda. 

Na expectativa de que uma distribuição melhor dos combustíveis traga melhores margens de lucro para Ultrapar e Cosan, o UBS indicou a compra de ambos os papéis, já que as empresas são vistas como beneficiárias de uma menor presença da Petrobras no segmento, prevista para os próximos anos. No caso da Braskem, a petroquímica teve uma recomendação “neutra” ou de “manter”, por conta dos desdobramentos das investigações da Operação Lava Jato.

Ultrapar como “paraíso seguro”

Segundo o UBS, a Ultrapar tem sido capaz de proporcionar pelo menos 17% de rentabilidade sobre o patrimônio (ROE) aos seus investidores nos últimos 5 anos. Por isso, a empresa é vista como um dos poucos ”paraísos seguros” em ações no Brasil. Para o banco suíço,  a gestão da companhia foi capaz de construir uma carteira de negócios diversificada, resiliente e, ao mesmo tempo, em constante expansão.

Cosan, por sua vez, tem sido capaz de aumentar sua fatia de mercado com a distribuição de combustível em 0,8% no acumulado no ano, devido a uma estratégia de marca agressiva e menor presença de BR Distribuidora. A empresa também foi bem avaliada por proporcionar melhorias significativas no segmento de açúcar e de etanol devido aos preços saudáveis ​​dos dois produtos.

No caso da Queiroz Galvão, o UBS vê um balanço sólido com uma posição de caixa líquido de R$ 883 milhões, uma carteira de ativos diversificada e uma geração de caixa previsível. Para o banco, o mercado não está valorizando plenamente seu potencial de crescimento significativo. 

Braskem na busca por equilíbrio

Por fim, a Braskem luta para equilibrar o ambiente macro com os desafios micro do país. Ainda assim, para a instituição suíça, a companhia está muito melhor posicionada no mercado este ano do que há cinco anos atrás.

“O processo de internacionalização da Braskem reduziu sua dependência da economia brasileira e, ao mesmo tempo, sua alavancagem para níveis confortáveis”, diz trecho do relatório. Os negócios internacionais deverão representar 25% do lucro antes dos impostos da empresa em 2017. Ao mesmo período, a Braskem tem vários desafios internos como o envolvimento de executivos da empresa em um esquema de suborno.

BRASKEM PNA (BOV:BRKM5)
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