Em nova fase da Operação Acrônimo, PF investiga Vox Populi e construtora JHSF
16 Agosto 2016 - 1:51PM
ADVFN News
A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã de hoje (16) a sexta
etapa da Operação Acrônimo. Agentes cumpriram mandados de busca e
apreensão em escritórios da construtora JHSF (BOV:JHSF3) e do
instituto de pesquisas Vox Populi em São Paulo e em Minas
Gerais.
A Operação Acrônimo foi instaurada para investigar esquemas
ilegais para beneficia campanha eleitoral de Fernando Pimentel (PT)
em 2014, quando ele se elegeu governador. Nesta fase, a polícia
apura suspeita de que o petista e o operador do esquema, o
empresário Benedito de Oliveira Neto, teriam intermediado
empréstimo do BNDES para a JHSF. Em contrapartida, a construtora
teria pago caixa dois de campanha, simulando um contrato com o
instituto de pesquisas Vox Populi.
A PF investiga a suspeita de participação de Pimentel na
intermediação de recursos do BNDES para a JHSF
Arquivo/José
Cruz/Agência Brasil
O BNDES é vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior, pasta que Pimentel comandou entre 2011 e 2014.
A suspeita surgiu após o depoimento de delação premiada de Benedito
de Oliveira Neto, que também é conhecido como Bené.
De acordo com a delação, “cerca de R$ 750 mil foram pagos
mediante quitação de despesas da campanha eleitoral de Pimentel
junto ao Instituto Vox Populi. Para viabilizar esse pagamento ao
Vox Populi, o colaborador conversou com Humberto e com o diretor
Comercial do instituto, Marcio Hiran, para que eles ajustassem a
emissão da nota fiscal e a efetivação do pagamento. Os serviços
declarados na nota fiscal não foram efetivamente prestados ao grupo
JHSF, mas sim à campanha eleitoral de 2014 de Fernando
Pimentel”.
A JHSF requereu o empréstimo para colocar em operação o
aeroporto Catarina, em São Roque (SP). Conforme o depoimento de
Bené, a construtora teria repassado R$5 milhões em propina.
Investigações
Pimentel já é acusado pela Polícia Federal de receber repasses
ilegais de mais de R$10 milhões da montadora Caoa, representante da
Hyundai no Brasil. Em 2012, quando o atual governador mineiro era
ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, sua
pasta lançou o Programa Inovar Auto, que tinha por objetivo dar
incentivos fiscais a indústrias do setor automotivo. Para garantir
a participação no programa, a Caoa teria pago mais de R$10 milhões
em propina.
Bené teve sua prisão preventiva decretada em abril e fechou
acordo de delação premiada. Ele é dono da Gráfica Brasil, que teria
sido usada para conceder notas frias e receber recursos para a
campanha de Pimentel.
Advogado
Em maio, a Procuradoria-Geral da República
denunciou o governador ao Superior Tribunal de Justiça
(STJ) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. No
início desse mês, o
STJ adiou o julgamento do recurso apresentado por Pimentel. Ele
defende que a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG)
autorize uma eventual abertura de ação penal em que o governador
figure como réu.
Em nota, o advogado do governador, Eugênio Pacelli, disse que
não houve hoje nenhuma medida contra seu cliente e que a nova fase
da operação é um “factoide criado para influenciar o julgamento do
recurso que tramita no STJ, em que as especulações são no sentido
de sua vitória”.
Segundo Pacelli, os novos mandados cumpridos têm o objetivo de
atingir negativamente os julgadores no tribunal. O Vox Populi
confirmou que houve buscas na sede do instituto de pesquisas em
Belo Horizonte e informou que a empresa está pronta para contribuir
com as autoridades.
JHSF PART ON (BOV:JHSF3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
JHSF PART ON (BOV:JHSF3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2023 até Abr 2024