BB prevê que 2º semestre será bem melhor
10 Agosto 2017 - 1:57PM
ADVFN News
O segundo semestre será “bem melhor” para o desempenho da
carteira de crédito do Banco do Brasil (BOV:BBAS3) do que foi a primeira
metade de 2017, de acordo com o presidente Paulo Caffarelli. “A
reação da carteira de crédito não aconteceu como esperávamos no
primeiro semestre de 2017”, disse ele, em entrevista coletiva à
imprensa, na manhã desta quinta-feira, 10. Pesou, sobretudo, o
cenário macroeconômico, que segundo ele já dá sinais de
melhora.
De acordo com o presidente do BB, a trajetória de recuperação da
economia se dará de forma consistente e vai colocar o País numa
situação “robusta”. Do lado do crédito para o agronegócio,
Caffarelli destacou que o banco está convicto de que vai liberar
100% do seu orçamento para a safra 2017/2018, de mais de R$ 100
bilhões. O vice-presidente de Controles Internos e Gestão de Risco
do BB, Márcio Hamilton Ferreira, acrescentou que o segmento tem
sido mais assediado pelos bancos privados.
Inadimplência
O Banco do Brasil espera que seu índice de inadimplência,
considerando atrasos acima de 90 dias, fique estável no segundo
semestre, de acordo com Caffarelli. A instituição, segundo o
executivo, já esperava que o indicador subisse no primeiro semestre
como reflexo do cenário macroeconômico atual. “Já havíamos
sinalizado que teríamos oscilações com relação à inadimplência. Não
é fato novo.
A notícia boa é que a formação da inadimplência mostra que o
banco está em uma trajetória completamente diferente”, destacou
Caffarelli. Segundo ele, o fato de o banco ter maior exposição que
seus pares ao segmento de micro, pequenas e médias empresas o
penaliza em termos de inadimplência uma vez que o setor foi um dos
que mais sofreu com a crise no País. Lembrou ainda que créditos
concedidos a grandes grupos com elevados volumes também
influenciaram os calotes como, por exemplo, segundo fontes, o caso
da operadora Oi, que entrou com pedido de recuperação judicial no
ano passado.
“Muitos bancos não estavam fazendo crédito e com desembolso
menor que o nosso. Por isso, quando passam a fazê-lo, a
inadimplência reduz”, explicou Caffarelli. Márcio Hamilton Ferreira
acrescentou que o banco segue confortável com o atual nível de
provisão para devedores duvidosos, que o banco chama de PCLD, e que
o fluxo desse colchão sinaliza um processo de maior qualidade não
só da carteira do banco bem como da originação de novos
empréstimos. “O fluxo de PCLD dá tranquilidade de que o nosso
índice de inadimplência ficará mais estável para frente”,
acrescentou o executivo.
Unidades de captação
Caffarelli informou que a instituição criou uma unidade
específica de captação e investimentos para assessoramento
financeiro aos clientes. “Essa unidade estará dedicada a
desenvolver produtos e serviços a partir de necessidades dos
clientes”, resumiu. Ele antecipou que a criação da unidade é o
primeiro de alguns passos que o Banco do Brasil deve tomar frente à
necessidade de adequação de produtos e serviços aos clientes e
ainda um posicionamento da instituição junto aos seus concorrentes.
O executivo já havia falado anteriormente que o BB se posicionaria
para atrair seus clientes que hoje se relacionam mais com outros
bancos.
Gestão e eficiência
O presidente do Banco do Brasil afirmou também que o resultado
do primeiro semestre demonstra que a instituição é hoje “muito mais
eficiente” e está preparada para entregar números crescentes assim
que a conjuntura econômica permita. “Temos feito gestão criteriosa
de despesas e alcançamos o melhor índice de eficiência de nossa
história, de 38,9%”, destacou. Caffarelli disse que o ambiente
econômico não possibilitou crescimento vigoroso da carteira de
crédito do banco, mas que já há sinais de retomada.
De acordo com o executivo, a linha de consignado, com desconto
em folha de pagamentos, teve em junho seu melhor desempenho desde
meados de 2014 e os empréstimos pessoal e destinado a compra de
veículos já demonstram sinais de recuperação. “Temos excelentes
notícias. O IPCA de 12 meses teve crescimento de 3% ao final de
junho e em julho a inflação subiu 2,7%. Para agosto, o índice
projetado é de 2,9% e em setembro de 3,2%.
No primeiro semestre, tivemos importantes sinais de inflação do
ciclo econômico recessivo até então”, avaliou Caffarelli, que
acrescentou: “O pior já ficou para trás.” O BB espera, conforme o
executivo, que o IPCA feche o ano em 3,7% e suba para 4,2% em 2018.
Para a taxa básica de juros, a Selic, o banco projeta 7,5% para
este e o próximo ano. Já o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro
deve crescer 0,5% este ano e 2,3% em 2018. O presidente do BB
destacou ainda a melhora do retorno (RSPL) no segundo trimestre,
com a aproximação da instituição junto à rentabilidade apresentada
pelos bancos privados.
Classificação de clientes
O Banco do Brasil fez uma mudança na metodologia de
classificação de clientes pessoas físicas a partir de maio,
acrescentando uma nota mais sob medida para novas operações de
crédito, de acordo com o vice-presidente de Gestão Financeira e
Relações com Investidores do banco, Alberto Monteiro de Queiroz
Netto.
Esse foi o motivo, segundo ele, para o aumento de mais de R$ 25
bilhões no rating B no segundo trimestre ante o primeiro. “O rating
de alguns clientes pessoas físicas já começa em B e não mais em A”,
destacou Monteiro, em coletiva de imprensa, acrescentando que a
mudança não reflete aumento da inadimplência. O presidente do Banco
do Brasil, Paulo Caffarelli, afirmou ainda que a reclassificação de
rating B na PF reflete maior conservadorismo do banco.
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