Bradesco: processo de sucessão não é de revisão; é de manter e avançar
11 Outubro 2017 - 02:36PM
ADVFN News
O presidente do Bradesco (BOV:BBDC4), Luiz
Carlos Trabuco Cappi, afirmou que o processo de sucessão no banco
não é de revisão, mas de manutenção da estrutura e políticas
atuais, com avanço. “Não queremos manter e conservar, mas conservar
e avançar na gestão”, disse ele, em coletiva de imprensa, realizada
nesta quarta-feira, 11.
De acordo com Trabuco, as novas regras de Basileia III e o
processo de governança corporativa no banco exigem um Conselho de
Administração protagonista. Como exemplo, citou que o colegiado
participa de decisão de créditos acima de R$ 1 milhão e que o Banco
Central vê essa política com bons olhos.
Ressaltou ainda que as decisões no Bradesco são colegiadas e que
o banco está preparado para as novas regras de capital. Trabuco
reforçou a fala do ex-presidente do Conselho de Administração do
banco, Lázaro de Mello Brandão, de que o desafio na digitalização
no setor bancário é permanente.
“O banco e a seguradora são feitos com dois pilares: tecnologia
e pessoas. Tecnologia sem olhar para pessoas é olhar comum, é
processo de dados. Digitalizar o banco sem foco no cliente é coisa
do passado. O futuro está na expansão do meio digital, permeando o
ciclo de vida do cliente”, disse o executivo, que acrescentou:
“Temos quatro gerações de clientes no banco. O grande desafio é
alfabetizar clientes para o digital.” Isso porque, conforme
Trabuco, não basta para o Bradesco que o cliente só consulte o
saldo de sua conta no aplicativo. Ele precisa utilizar mais
produtos e serviços da instituição, sendo, assim, mais rentável
para o banco.
HSBC
O presidente do Bradesco afirmou que o mercado já reconhece o
ganho de sinergias com o HSBC, que foi a maior aquisição na
história do banco. A extensão do seu mandato no comando da
instituição, segundo ele, ocorreu em meio à conjuntura da economia
brasileira, em 2016, e ainda a conclusão da compra do banco inglês.
“A incorporação do HSBC ocorreu há exatos 12 meses e os ganhos de
sinergia já começam a aparecer. O mercado já reconhece a sinergia
com a aquisição do HSBC.
Os múltiplos do banco mostram esse reconhecimento do mercado”,
disse Trabuco. De acordo com o ex-presidente do Conselho de
Administração do Bradesco, Lázaro de Mello Brandão, o preço que o
banco pagou pelo HSBC foi “razoavelmente salgado”, mas possibilitou
uma indiscutível projeção para a instituição. Brandão afirmou ainda
que a proporção digital que se dará na atividade bancária nos
próximos anos é um desafio.
Ele admitiu que isso vai resultar na redução das agências
físicas do Bradesco, mas não vê um impacto tão profundo no banco.
“O digital vai ganhar corpo, mas, para o banco de varejo, o cliente
se sobrepõe. O digital é desafio, mas não traz preocupação no curto
prazo”, acrescentou ele.
Economia
Trabuco afirmou que a economia brasileira tem indicadores que
podem permitir crescimento de até 3% no ano que vem. “Estamos vendo
retomada de investimentos, haja visto o investimento estrangeiro
direto no País, mas ainda precisamos fazer muito. A taxa de
investimentos no País é ainda muito baixa”, avaliou o executivo. De
acordo com ele, um melhor desempenho do Produto Interno Bruto (PIB)
brasileiro deve permitir que a performance do crédito seja melhor
no próximo ano, uma vez que a economia tem efeito de multiplicação
na concessão de empréstimos.
“Temos avaliação benigna para o crédito nos próximos trimestres.
Nossa visão é otimista até no curto prazo a despeito da economia e
da política”, disse Trabuco. O executivo, que passou a acumular
também a presidência do Conselho de Administração do Bradesco,
afirmou ainda que a economia brasileira conseguiu se descolar da
política. Para ele, a retomada da economia brasileira passa, em
grande parte, pelo consumo das famílias que estão preparadas para
dar esse passo.
Fonte: Agência Estado.
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