A Raízen anunciou que será realizado um grande block trade (venda de ações em bloco) da companhia.

O comunicado foi feito pela empresa (BOV:RAIZ4) nesta segunda-feira (30).

Segundo informações do Brazil Journal, as ações da Raízen a serem vendidas são carregadas por uma holding chamada Hédera, a vendedora do bloco, e foram dadas em garantia aos credores da Louis Dreyfus Corporation (LDC), que serão pagos com os recursos da venda. Os credores incluem Bradesco, Santander e bancos internacionais.

Com o block trade, a Hédera (ex-controladora da Biosev) venderá toda a sua posição de cerca de 330 milhões de ações (24,32% das ações em circulação) por R$ 3,15 por ação, resultando em um valor total de cerca de R$ 1,1 bilhão. A Hédera passou a deter 24,32% do free float após a compra da Biosev pela Raízen, negócio que envolveu a troca de ações (3,5% do total de ações), além do pagamento à vista de R$ 3,6 bilhões para refinanciamento da dívida.

Na avaliação da XP, a venda total da participação da Hédera, resultando em um negócio nesse tamanho e nesse nível de preço, traz uma visão negativa para a empresa. “No entanto, é preciso esclarecer se o motivo da venda da Hédera se deve a preocupações macro, como incertezas quanto à política de preços da Petrobras PETR4, ou específicas da empresa”, apontou.

Isso porque, as indefinições sobre a política de paridade de preços da Petrobras, aliada à dúvida sobre se voltarão ou não os impostos sobre os combustíveis (e, caso voltem, qual será a política), trazem um alto grau de incerteza para a Raízen no curto prazo, apontam os analistas Leonardo Alencar e Pedro Fonseca, que assinam o relatório.

Eles entendem ainda que os pares estão evoluindo em relação à Raízen, e a diferenciação de atendimento da marca Shell parece diminuir. “O alto nível de incerteza aliado ao aumento das avaliações negativas em relação à Raízen tem afastado os investidores da tese, enquanto os novos negócios (E2G, Biogás, Pellets) ainda possuem alto risco de execução ao seu redor”, apontam, mostrando um cenário de maior ceticismo com a empresa.

Os analistas citam a informação da fatia da Hédera na Raízen ter sido dada como garantia de uma dívida da LDC (controladora da Hédera), mas esperam mais detalhes oficiais sobre o motivo.

VISÃO DO MERCADO 

Citi

As ações da Raízen registram a segunda maior queda do Ibovespa, cedendo 4,68% (R$ 3,26). Operadores do mercado dizem que a venda dos papéis se deve ao leilão de 24,32% das ações da empresa, que a Dreyfus fará na B3 em 1º de fevereiro, além do relatório do Citi sobre o desempenho da companhia. Segundo o banco, a Raízes apresentou seu pior desempenho ante um ano e ante novembro no ciclo Diesel + Otto, com queda de 7,1% ante um ano nas vendas de diesel e baixa de 4% nas vendas de etanol, em comparação com os principais concorrentes.

Informações Infomoney

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