Petrobras prevê redução do preço do gás vendido a distribuidoras de até 14% a partir de janeiro de 2024
18 Setembro 2023 - 01:19PM
ADVFN News
A Petrobras prevê uma redução do preço do gás vendido a
distribuidoras de até 14% a partir de janeiro de 2024, após
concluir a celebração de novos contratos de longo prazo com oito
companhias considerando a entrada em operação de projetos que
ampliarão a oferta do insumo nos próximos anos, disse a companhia
em nota à Reuters.
A redução de preços, segundo a Petrobras (BOV:PETR4)
(BOV:PETR4), será possível diante da celebração até agora de 13
contratos sob novas condições, com oito empresas, somando 14
milhões de metros cúbicos de gás por dia, vigentes a partir de
2024, com um valor total que supera 100 bilhões de reais.
“A Petrobras atende seus clientes com um portfólio integrado de
gás nacional e gás importado, e as novas ofertas comporão esse
portfólio no período dos contratos firmados”, disse a empresa,
pontuando que o corte de preços para cada distribuidora dependerá
do portfólio de aquisição realizado.
Dentre os acordos firmados, a petroleira anunciou em julho
acerto com a Comgás (BOV:CGAS5), que possui concessão para
distribuição de gás no Estado de São Paulo, de aproximadamente R$
56 bilhões. Outros contratos também foram fechados com empresas
como Companhia de Gás de Santa Catarina (SCGÁS), Copergás, Necta,
Compagas, dentre outras.
Os novos contratos seguiram novos modelos criados pela
Petrobras, com mais flexibilidade aos clientes, com necessidades
distintas, e diferentes prazos contratuais, atendendo a pedidos da
Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado
(Abegás).
A petroleira também trouxe a opção de dois tipos de indexadores
para formação dos preços: além do tradicional percentual do Brent —
tipo de petróleo usado como referência na bolsa de Londres –, os
preços de comercialização também podem ser baseados no índice Henry
Hub, associado ao gás comercializado nos EUA.
A perspectiva de queda de preços, segundo a Petrobras, se soma a
uma redução acumulada de aproximadamente 25% (sendo 29% na parcela
da molécula) no preço do gás vendido pela Petrobras às
distribuidoras em 2023, em virtude de reajustes trimestrais que
repassam ao preço as variações do valor de petróleo Brent e
câmbio.
O Brent, embora tenha engatado uma trajetória de alta desde
julho, sendo negociado acima de US$ 90 o barril, está abaixo
patamar de mais de US$ 100 visto em boa parte do ano passado. No
caso do câmbio, o dólar não fecha acima de R$ 5,00 desde junho de
2023, após ter visto picos de R$ 5,71 em janeiro de 2022, a partir
de quando passou a rondar patamares mais baixos.
A previsão da petroleira vem em meio a uma expectativa para uma
queda do preço médio do gás natural a partir de oferta adicional do
insumo já prevista em seu plano estratégico para os próximos anos.
Ocorre ainda enquanto a Petrobras vem sendo pressionada pelo
ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para ampliar a sua
oferta.
O repasse do corte no valor da molécula vendida pela Petrobras
às tarifas cobradas pelo gás vendido ao consumidor final em cada
Estado, no entanto, dependerá de outras variáveis como custos de
transporte do gás e margem do segmento de distribuição, segundo a
Abegás.
NOVAS CONDIÇÕES
À Reuters, o diretor técnico-comercial da Abegás, Marcelo
Mendonça, afirmou que a queda no valor dos contratos é muito
importante para o ganho de vantagem competitiva do gás natural no
Brasil frente a outros combustíveis em diversos mercados.
“A gente precisa de um gás natural mais competitivo”, disse
Mendonça, pontuando que esse é o caminho necessário inclusive para
a viabilização de nova demanda pelo insumo, em setores que têm
consumo intensivo, como petroquímica e siderurgia.
O preço do gás no Brasil é considerado muito elevado quando
comparado ao praticado por outros grandes produtores globais, como
nos EUA, onde há ampla extração de gás em terra e com baixos
custos.
No Brasil, a produção de gás natural é majoritariamente
associada a petróleo, no pré-sal, a 300 quilômetros da costa, em
profundidade de lâmina d´água que pode chegar a 3 mil metros, o que
demanda construção de infraestrutura de alto custo para o seu
escoamento.
O primeiro dos três projetos previstos para entrar em operação é
o Rota 3, em 2024, com um gasoduto de capacidade para 18 milhões de
metros cúbicos de gás por dia (m³/d).
Os outros dois projetos, previstos para 2027, estão em águas
profundas de Sergipe e Campos (no Rio de Janeiro), com gasodutos
que somam capacidade de 18 milhões de m³/d e 16 milhões de m³/d
respectivamente, e a Petrobras desenvolve com parceiras.
Informações Reuters
PETROBRAS PN (BOV:PETR4)
Gráfico Histórico do Ativo
De Nov 2023 até Dez 2023
PETROBRAS PN (BOV:PETR4)
Gráfico Histórico do Ativo
De Dez 2022 até Dez 2023