Taurus aposta na produção nos EUA para reduzir impacto das sobretaxas de Trump
03 Abril 2025 - 3:43PM
ADVFN News
A Taurus espera que sua produção de armas nos Estados Unidos
ajude a companhia brasileira a minimizar os impactos das sobretaxas
de importação impostas pelo governo de Donald Trump na véspera,
afirmou o presidente da companhia, Salesio Nuhs.
A Taurus (BOV:TASA3) (BOV:TASA4), uma das maiores fabricantes de
armas no mundo, tem instalações produtivas no Brasil e nos EUA, e,
conta com uma capacidade diária de 10 mil armas, sendo 7 mil no
Brasil e 3 mil em território norte-americano.
Atualmente a maior parte da produção brasileira (85%) vai para
os EUA, disse o executivo. “Estamos de olho nas consequências do
tarifaço”, afirmou Nuhs à Reuters na quarta-feira, durante a feira
de produtos militares Laad, no Rio de Janeiro, e antes do anúncio
das sobretaxas de Trump.
Na quarta-feira, Trump anunciou uma tarifa básica de importação
de 10% sobre todas os produtos enviados aos EUA e taxas mais altas
sobre alguns dos maiores parceiros comerciais do país, em uma
medida que intensificou a guerra comercial iniciada por ele em seu
retorno à Casa Branca neste ano.
A Taurus anunciou na terça-feira um memorando de entendimento
sobre uma possível aquisição da fabricante de armamentos Mertsav,
da Turquia, aliada dos EUA.
Segundo Nuhs, a Taurus espera concluir a aquisição da Mertsav no
segundo semestre, o que deverá tornar a companhia brasileira a uma
das poucas no mundo a oferecer uma ampla variedade de
armamentos.

“Seremos a única empresa no mundo com oferta e um cardápio
diverso, do calibre 22 até a .50”, afirmou o executivo. “A compra
da empresa turca pode acelerar nossa decisão que já está tomada que
é fazer a (metralhadora) .50.”
O negócio com a Mertsav, que Nuhs não citou valores, pode abrir
pra a Taurus o mercado na Arábia Saudita, um dos alvos da
estratégia de internacionalização da fabricante brasileira.
Segundo o executivo, uma joint venture pode ser firmada com uma
empresa saudita e uma proposta já foi apresentada ao governo da
Arábia Saudita e está em fase de análise. A provável compra da
empresa turca pode ajudar a atender a demanda saudita que mira a
aquisição desse tipo de armamento de guerra.
Para Nuhs, ter uma arma .50 no portfólio deve “mudar o rumo da
companhia (Taurus) na indústria”.
“Acho que vai dar tudo certo. É uma empresa enxuta (Mertsav) e
não esperamos encontrar nenhuma cabeça de burro enterrada ou
esqueleto no armário”, afirmou.
Além da Arábia Saudita, a Taurus também está de olho no mercado
indiano.
A empresa brasileira tem uma joint venture na Índia com a Jindal
Defence chamada de JD Taurus que produz armas leves. A parceria
está de olho em uma concorrência do governo indiano que pretende
adquirir milhares de armas de fogo nos próximos anos.
A concorrência já está na segunda fase em que, segundo Nuhs,
ainda participam mais cinco empresas além da Taurus. Segundo o
executivo, a demanda indiana seria de até 425 mil armas pesadas em
cinco anos.
“O resultado deve sair em quatro a seis semanas. E temos
expectativas positivas porque somos competitivos e já passamos por
muitos testes. Há exigência conteúdo nacional, sendo 40% no
primeiro ano chegando a 100%” nos anos seguintes, afirmou.
DRONE ARMADO
Na feita, a Taurus apresentou um drone que pode ser equipado com
fuzil e metralhadora, chamado de Taurus Tatical Air Soldier (Taurus
Soldado Tático Aéreo).
O equipamento, tem sistema de disparo com câmera com resolução
4K estabilizada em 3 eixos, mira laser, e “inteligência artificial
embarcada para identificação de alvos”.
A arma custa R$1 milhão, mas ainda precisa de aprovações
regulatórias para ser utilizada, afirmou a companhia.
A ideia, segundo a Taurus, é usar o TAS como um substituto de
helicópteros em “ações de progressão, reduzindo o risco às equipes
em solo, eliminando o risco à equipe aérea e minimizando danos
materiais em casos de alvejamento ou quedas do equipamento”.
Informações Infomoney
FORJA TAURUS PN (BOV:TASA4)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mai 2025 até Jun 2025
FORJA TAURUS PN (BOV:TASA4)
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