A Weg registrou um lucro líquido de R$ 1,546 bilhão no primeiro
trimestre de 2025, o que representa alta de 16,4% ante o apurado em
igual período de 2024. Em relação ao último trimestre do ano
passado, houve redução de 8,8%.
O lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização
(Ebitda, na sigla em inglês) somou R$ 2,173 bilhões entre janeiro e
março deste ano, montante 22,8% superior ao reportado nos três
primeiros meses do ano passado. Ante o quarto trimestre de 2024,
houve queda de 9,0%.
A receita operacional líquida (ROL) somou R$ 10,078 bilhões na
primeira etapa do ano, que equivale a uma alta de 25,5% ante o
registrado em período equivalente do ano passado. Na comparação com
o desempenho entre outubro e dezembro de 2024, porém, a variação
foi negativa em 6,9%.

Segundo a administração da companhia, o crescimento de receita
foi justificado pela “dinâmica positiva dos negócios de ciclo
longo, além da contribuição das últimas aquisições realizadas
recentemente”.
As despesas de Vendas, Gerais e Administrativas (VG&A)
consolidadas totalizaram R$ 1.207,4 milhões no 1T25, um aumento de
36,6% sobre o 1T24 e redução de 4,1% sobre o 4T24. O aumento em
relação ao mesmo período do ano anterior é explicado principalmente
pela consolidação dos negócios adquiridos da Marathon, Rotor e Cemp
e do aumento nas despesas de fretes. Quando analisadas em relação à
receita operacional líquida, elas representaram 12,0%, 1,0 ponto
percentual maior em relação ao 1T24 e 0,4 ponto percentual acima do
valor apresentado no 4T24.
No primeiro trimestre do ano, a ROL teve alta anual de 14% no
mercado interno e de 36% no externo. No primeiro, a empresa afirmou
que a alta foi suportada pela área de Geração, Transmissão e
Distribuição de Energia (GTD), “com destaque para a concentração de
negócios de geração solar neste trimestre e a continuidade de
entrega dos projetos de transmissão & distribuição (T&D)”.
No exterior, houve bom desempenho na mesma área, com os negócios de
T&D na América do Norte tendo “evolução importante”.
No 1T25 investimos R$ 621,2 milhões em modernização e expansão
de capacidade produtiva, máquinas e equipamentos e licenças de uso
de softwares, sendo 56,3% destinados às unidades produtivas no
Brasil e 43,7% destinados aos parques industriais e demais
instalações no exterior.
Os resultados da WEG (BOV:WEGE3)
referentes às suas operações do primeiro trimestre de 2025 foram
divulgados no dia 30/04/2025.
VISÃO DO MERCADO
Analistas, em média, esperavam lucro líquido de R$1,78 bilhão
para a WEG no primeiro trimestre, e Ebitda de R$ 2,37 bilhões,
segundo dados da LSEG.
Com isso, as ações caíam 9,15%, a R$ 45,85, às 10h29 (horário de
Brasília) desta quarta-feira (30).
Uma das principais métricas usadas pela WEG para medir a
qualidade de seus resultados é o retorno sobre capital investido
(Roic), que recuou 5,7 pontos no período, para 33,2%. A empresa,
uma das líderes no setor nas Américas, afirmou que o recuo na
rentabilidade ocorreu diante dos investimentos em “ativos fixos e
intangíveis, além da aquisição dos negócios da Marathon, Rotor e
Cemp”, se referindo à compra dos ativos da norte-americana Regal
Rexnord anunciada em setembro de 2023 — o maior negócio já
realizado pela Weg.
O JPMorgan apontou, em relatório antes da abertura do mercado,
que esperava uma reação negativa significativa hoje – de 5% a 10%
abaixo do Ibovespa – devido à desaceleração do crescimento da
receita externa e à perda do Ebitda, combinada com a forte
recuperação do último mês (+10% em relação ao Ibovespa, +2%). A WEG
está sendo negociada a 19,9 vezes o valor da firma (EV)/Ebitda
esperada para 2025, em comparação com seus pares industriais
globais, a 16,9 vezes.
Entre os principais pontos negativos, o JPMorgan ressalta: i) a
receita líquida ficou 3% abaixo da projeção do banco; ii) a margem
bruta contraiu novamente, atingindo 32,9%, o menor nível desde o
3T23 e -0,8 ponto percentual (pp) em relação à projeção do
JPMorgan; iii) as despesas de vendas, gerais e administrativas
cresceram acima da receita, com +37% em relação ao ano anterior; e
iv) o resultado líquido ficou em R$ 1,55 bilhão, 8% a 10% abaixo do
JPMorgan e do consenso.
Já entre os principais pontos positivos, estão: i) a receita
doméstica cresceu +14% na base anual em relação à projeção do
JPMorgan, atingindo +8% na base anual; ii) a alíquota efetiva de
imposto foi de 17,5% em relação ao JPMorgan, atingindo 19,8%.
A Genial Investimentos ressalta que o resultado decepcionou por
conta da compressão de margens e do impacto da mudança no mix,
puxado por segmentos menos verticalizados e com menor
rentabilidade.
A apreciação do real também afetou tanto a receita quanto a
lucratividade da operação internacional. “O ROIC menor reflete o
efeito natural da consolidação das aquisições recentes, cujos
retornos ainda estão abaixo da média histórica da companhia. Ainda
assim, o patamar reportado já está próximo da expectativa
consolidada para 2025, considerando as integrações em andamento”,
aponta a Genial.
O Goldman Sachs aponta que, com base em suas interações recentes
com clientes, acredita que o foco do mercado está nas margens e se
ainda há espaço para expansão ou se já se atingiu o novo patamar de
margens sustentáveis. “Dessa forma, o resultado de hoje pode ser
recebido negativamente pelo mercado”, avaliou o banco em relatório
antes da abertura do mercado.
Em teleconferência, o banco destacou que busca entender: i) as
expectativas para os custos de insumos no futuro (um dos motivos
pelos quais a empresa atribuiu a pressão sobre as margens); ii)
perspectivas para as receitas de geração solar (que apresentam
margens menores quando comparadas ao nível consolidado); e iii)
perspectivas de crescimento no atual ambiente macroeconômico global
incerto.
O Goldman mantém recomendação de venda para a WEG, visto que
atualmente espera que o momentum atinja o pico no início de 2025 em
um cenário de estabilização das margens e desaceleração do
crescimento da receita, o que, em sua opinião, limita o espaço para
uma reclassificação.
“Por fim, embora abaixo das máximas históricas, continuamos a
ver o posicionamento das ações acima da média, visto que os
investidores veem a empresa como um nome defensivo em um contexto
de ambiente macroeconômico incerto no Brasil”, pondera.
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Estadão
WEG ON (BOV:WEGE3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mai 2025 até Jun 2025
WEG ON (BOV:WEGE3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Jun 2024 até Jun 2025