WEG despenca 16% após balanço do 1T25 e analistas adotam tom mais pessimista sobre a ação
06 Maio 2025 - 4:38PM
ADVFN News
Os analistas de mercado estão mais pessimistas com as ações da
fabricante de motores elétricas WEG após os resultados do primeiro
trimestre de 2025 (1T25), divulgados no dia 30 de abril. Desde
então, as ações caíram cerca de 16%, com baixa de 11,5% apenas na
sessão pós-balanço.
O Itaú BBA manteve a recomendação outperform (desempenho acima
da média do mercado, equivalente à compra), mas cortou o preço-alvo
de R$ 67 para R$ 65, ainda um potencial de valorização de 53% em
relação ao fechamento da última segunda (5).
Os analistas do banco reduziram a sua projeção de lucro por ação
(LPA) para 2025 em 6% e para 2026 em 9%, mantendo uma visão mais
cautelosa para a WEG (BOV:WEGE3) neste momento do ciclo. “As ações
caíram quase 16% após os resultados e, embora possa haver uma leve
recuperação devido a essa venda, não esperamos que a WEG retorne
aos níveis anteriores tão cedo”, aponta a equipe de análise.
Isso dado: (i) o fraco momentum de crescimento (as receitas
internacionais ajustadas por M&A, ou fusões e aquisições,
expandiram tímidos 2% ano a ano em dólares, sem pressão ainda da
guerra comercial) e; (ii) espaço limitado para aceleração da
lucratividade (a margem Ebitda (Ebitda = lucro antes de juros,
impostos, depreciações e amortizações/receita líquida)
provavelmente continuará entre 21,5% e 22,0% no 2T25, devido ao mix
e à pressão dos preços das commodities.
O banco vê a ação sendo negociada a um múltiplo de um preço
sobre lucro de 26 vezes esperado para um ano à frente, o que não
representa um ponto de entrada atraente, considerando que as ações
da WEG se movem de acordo com inflexões nas expectativas e ainda há
riscos de baixa para os seus números já abaixo do consenso (a
projeção do lucro por ação do banco está 8% abaixo do mercado para
2025 e 2026 — sem considerar qualquer desaceleração devido à guerra
comercial).
A fraqueza de curto prazo nos mercados internacionais permanece
incerta quanto à origem — potencialmente relacionada a tarifas —
mas a melhoria na captação de pedidos sinaliza alguma recuperação à
frente, aponta o BBA.
“Embora ainda seja incerto se o desempenho mais fraco dos EUA
foi impulsionado por tarifas ou efeitos persistentes do ciclo
anterior, a administração observa que a atual captação de pedidos
aponta para uma modesta recuperação”, aponta o BBA. Dito isso, o
crescimento, excluindo M&A (fusões e aquisições), deve
permanecer limitado, na faixa de dígitos baixos em dólares. A
Europa (especialmente a Alemanha) e a América do Sul também
continuam a apresentar desempenho inferior. Nesse sentido, não vê
muita aceleração de crescimento vindo desta linha.
O momentum doméstico permanece resiliente, apoiado pelo GTD
(Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica) —
especialmente Solar — que mais do que compensou a saída do setor
eólico.
Já as margens devem melhorar sequencialmente no 2T25, ajudadas
por uma melhor realização de preços e mix, apesar do impacto
residual do Solar e do Regal. O primeiro trimestre foi sazonalmente
fraco e impactado por uma menor contribuição solar e pela margem
ainda dilutiva do Regal (cerca de 100 pontos-base de impacto). No
entanto, a administração espera capturar sinergias do Regal e
normalizar a margem acima de 22% no 2S25. A empresa mantém sua
exposição ao cobre protegida para os próximos quatro meses, o que
deve estabilizar ainda mais a volatilidade das margens.
Contudo, as incertezas de curto prazo podem manter as ações à
margem, aponta o BBA. Apesar de uma história estruturalmente sólida
a longo prazo, a visibilidade no curto prazo permanece limitada.
Com poucos sinais de uma inflexão significativa nas receitas ou
margens no 2T25 em comparação ao 1T25, o banco espera que as ações
permaneçam à margem enquanto o mercado digere uma provável onda de
revisões para baixo, além da falta de gatilhos de curto prazo tanto
para o crescimento da receita quanto para as margens.
Em relatório da última semana, a XP Investimentos ressaltou
pesquisa com investidores que mostram um maior pessimismo de
investidores com ações da WEG após o 1T25.
Cerca de 90% dos que participaram do levantamento da casa
consideraram os resultados piores do que o esperado.
“Destacamos alguns pontos: (i) 33% dos entrevistados atualmente
estão com posições compradas na WEGE3 (em queda em relação a um
nível de cerca de 55% após a divulgação do 4T24); enquanto (ii) 46%
dos investidores veem os números do 1T25
como um gatilho para vender a ação, após a perda de receita e
margem para a maioria, e (iii) 75% dos entrevistados veem eventos
macroeconômicos recentes influenciando seu sentimento em relação à
ação para um sentimento mais pessimista”, aponta a XP.
Conforme discutido na análise da XP sobre o 1T25 da WEG, após
três trimestres de decepções com os resultados, a rentabilidade
mais fraca do que o esperado deve
levantar questões sobre revisões de resultados no curto prazo.
“Embora sigamos com nossa recomendação de compra levando em
conta fundamentos positivos de longo prazo, vemos preocupações
razoáveis quanto aos potenciais impactos diretos e indiretos de
uma desaceleração macroeconômica global no crescimento dos lucros
da WEG, com os múltiplos de avaliação atuais não necessariamente
fornecendo uma margem de segurança confortável”, avaliou a XP logo
após o balanço.

informações infomoney
WEG ON (BOV:WEGE3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mai 2025 até Jun 2025
WEG ON (BOV:WEGE3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Jun 2024 até Jun 2025