Quarta-feira, 25 de julho de 2007 - Jornal Estado de São Paulo
Perspectiva para setor de construção no 2º semestre é positiva
As perspectivas para as ações das empresas do setor de construção civil negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) são positivas para o segundo semestre, na avaliação de especialistas da área. A maior parte dessas ações fechou em alta na primeira metade do ano. “No geral, os resultados estão bastante satisfatórios”, afirma a professora de finanças da Fundação Dom Cabral, Virginia Izabel Oliveira.
O analista da Quest Investimentos...
Quarta-feira, 25 de julho de 2007 - Jornal Estado de São Paulo
Perspectiva para setor de construção no 2º semestre é positiva
As perspectivas para as ações das empresas do setor de construção civil negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) são positivas para o segundo semestre, na avaliação de especialistas da área. A maior parte dessas ações fechou em alta na primeira metade do ano. “No geral, os resultados estão bastante satisfatórios”, afirma a professora de finanças da Fundação Dom Cabral, Virginia Izabel Oliveira.
O analista da Quest Investimentos, Marcelo Aranha, lembra que o cenário é favorável, principalmente, para os papéis das empresas que apresentam bons resultados. “O mercado monitora o volume de lançamentos das ações, as margens operacionais das empresas e as estratégias de diversificação geográfica e por segmento de renda. A maioria dos resultados do segundo trimestre será divulgada na primeira semana de agosto, mas aparentemente serão bons”, opina o analista da Quest Investimentos. Por enquanto, Abyara e Rossi divulgaram resultados preliminares.
A Abyara, uma das empresas do setor, atua nos segmentos de corretagem e co-incorporação, destaca Aranha. “A Abyara tinha um foco maior em corretagem quando começou a ser negociada, mas a incorporação vai se tornar o principal negócio da companhia”, diz. No dia 11 de julho, a Abyara divulgou comunicado ao mercado informando que sua parcela de Valor Geral de Vendas (VGV), nos projetos em que participa como co-incorporadora, chegou a R$ 7,7 milhões no fim do primeiro semestre.
As ações da Abyara apresentaram a maior alta entre os papéis do setor com volume médio de negociação acima de R$ 1 milhão na Bovespa no primeiro semestre, com valorização de 83,94%. Considerando-se ainda apenas ações com volume médio diário negociado acima de R$ 1 milhão, a Abyara foi seguida no ranking de valorizações no semestre por Eternit (77,5%), BR Malls (72%), Duratex (68,59%), Agra Incorporadora (63,53%), Rossi Residencial (50,51%) e PDG Realty (50,47%).
Aranha ressalta que algumas empresas do setor revisaram e outras estão revisando suas projeções em função do desempenho obtido. Segundo ele, a Rossi foi a grande “surpresa positiva no primeiro trimestre”. “A empresa teve um volume de lançamentos acima do previsto”, diz o analista da Quest Investimentos. Os resultados, aliados à expectativa de crescimento da atuação da Rossi nos projetos para menor renda, justificam a alta de 50,51% nos papéis da companhia no primeiro semestre.
No início de junho, a Rossi anunciou que o VGV de lançamentos deve ficar entre R$ 1,6 bilhão e R$ 1,8 bilhão em 2007, ante a faixa de R$ 1,3 bilhão a R$ 1,450 bilhão estimada anteriormente. Em comunicado divulgado este mês ao mercado, a Rossi Residencial informou que, no segundo trimestre, o VGV lançado foi de R$ 492,9 milhões, sendo de R$ 401,1 milhões a parcela da companhia.
No semestre, as maiores quedas ficaram por conta dos papéis da Brascan Residential Properties (-15,01%), CR2 Empreendimentos Imobiliários (-10%) e Tecnisa (-9,09%). “As empresas que conseguirem se mostrar mais consistentes têm possibilidade de melhorar seu valor no mercado. A tendência é de alta para o setor no segundo semestre”, avalia a professora de finanças da Fundação Dom Cabral.
O analista da Cyrnel, Carlos Werneck, alerta que os investidores devem ficar atentos ao risco do setor de construção civil. “Como o segmento está na moda, muitos investidores não avaliam os riscos”, diz. A Cyrnel fez levantamento do grau de risco da carteira das empresas de construção civil que estão no IBX-100 - Company, Gafisa, Eternit, Cyrela Brazil Realty, Duratex e Rossi Residencial - em comparação a atual composição do Ibovespa. Considerando-se os preços dessas seis empresas no início de julho, o grau de risco do setor ficou em 2,15.
“Uma carteira só com ativos de construção civil é 2,15 vezes mais arriscada que a carteira teórica do Ibovespa”, explica o analista da Cyrnel. No estudo, foram apontados os maiores graus de risco para Rossi (4,539), Duratex (3,86) e Cyrela (3,58). O cálculo do grau de risco considerou fatores comuns às companhias que atuam no mesmo segmento e específicos do próprio papel, como as variações do preço das ações.
Chiara Quintão
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