Preço da celulose segue em alta, mas baixa o ritmoPor Stella Fontes | De São PauloDepois de avançarem até 50% no ano passado, os
preços internacionais da celulose seguem em alta em 2018, mas com
ritmo mais moderado especialmente na Ásia. Além da demanda superior
à oferta, reajustes anunciados para diferentes tipos de papel dão
suporte à valorização da matéria-prima, mesmo que mais contida.
"Enquanto o mercado de papel estiver positivo, os preços da
celulose não estarão pressionados.Essa é a nova dinâmica do mercado", diz um
executivo da indústria.Desde o começo do ano, os p...
Preço da celulose segue em alta, mas baixa o ritmoPor Stella Fontes | De São PauloDepois de avançarem até 50% no ano passado, os
preços internacionais da celulose seguem em alta em 2018, mas com
ritmo mais moderado especialmente na Ásia. Além da demanda superior
à oferta, reajustes anunciados para diferentes tipos de papel dão
suporte à valorização da matéria-prima, mesmo que mais contida.
"Enquanto o mercado de papel estiver positivo, os preços da
celulose não estarão pressionados.Essa é a nova dinâmica do mercado", diz um
executivo da indústria.Desde o começo do ano, os preços da celulose de
fibra curta, especialidade dos produtores brasileiros, subiram pouco
mais de US$ 50 na Europa, ou 5,3%, considerando-se o índice PIX, da
consultoria Foex, para US$ 1.031,03 a tonelada.Na China, a alta no preço líquido ficou em torno
de US$ 5, ou 0,6%, para US$ 762,76 por tonelada. No último trimestre
do ano passado, a valorização chegou a US$ 90 por tonelada no
mercado europeu e a US$ 73 na China.Um novo aumento dos preços de referência, de US$
10 a US$ 20 por tonelada, foi anunciado para abril. Enquanto Fibria e
Eldorado Brasil anunciaram reajuste para todas as regiões, a Suzano
Papel e Celulose aplicará US$ 20 por tonelada na Europa e na América
do Norte - sem mudança na Ásia, portanto. Em fevereiro, a companhia
já havia adotado postura similar.Entre os produtores, a avaliação é a de que
será possível implementar as novas cotações por causa dos
aumentos pretendidos por papeleiras na Europa e na China para este
mês. "A tendência do mercado é de preços para cima. Vamos ver como se comporta o mercado de papel para
saber qual será a velocidade", afirma a mesma fonte. Para a
equipe de analista do Credit Suisse, uma série de paradas
programadas para manutenção (incluindo unidades da Fibria, Klabin e
Arauco) também contribui para a sustentação dos preços.Os dados mais recentes do Pulp and Paper Products
Council (PPPC) mostram que, do lado da demanda, o momento continua
favorável aos produtores: os embarques globais de fibra curta
subiram 11% em fevereiro, na comparação mensal, acima da média de
crescimento de 8% nos últimos oito anos, com destaque para a
expansão de 20% na China e de 19% na América do Norte.Analistas do BTG Pactual estão convencidos de que
uma correção mais forte nas cotações é improvável, mas não
descartam a possibilidade de um ajuste "suave" no curto
prazo.Em relatório desta semana, Leonardo Correa e
Gerard Roure escreveram que o ambiente atual beneficia tanto
produtores quanto compradores, especialmente após as papeleiras
chinesas terem percebido que é mais interessante manter as margens
saudáveis a partir de aumentos de preço do papel e não da
desvalorização da matéria-prima. "Assim, neste momento, um
alto nível dos preços da celulose interessa tanto aos produtores de
papel quanto aos produtores da fibra, e acreditamos que está em
curso um esforço para manter esse cenário", escreveram.Conforme os analistas, que participaram de
encontro com o diretor de Relações com Investidores da Eldorado,
Rodrigo Libaber, a perspectiva é a de que os preços da celulose
permaneçam resistentes em 2018, perto dos níveis atuais, com valor
médio em 2019 acima do verificado neste ano.Também há expectativa de alta em 2020, suportada
pela ausência de novos projetos e consequente estreitamento da
relação entre oferta e demanda. Para os analistas, esse "aperto" deve se
manter por alguns anos, uma vez que a demanda de fibra curta tende a
continuar crescendo em torno de 1,5 milhão de toneladas por ano no
médio prazo, enquanto não há anúncio de novas capacidades
relevantes nos próximos dois ou três anos.No primeiro semestre, volumes adicionais de
produção devem ser compensados por paradas para manutenção,
conversão de linhas e disciplina de oferta - 500 mil toneladas da
April serão convertidas para celulose solúvel, a OKI está
retirando 300 mil toneladas do mercado e Suzano e Fibria pretendem
remover juntas outras 400 mil toneladas, enumeraram os analistas.http://www.valor.com.br/empresas/5431421/preco-da-...
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