Fundos e Suzano disputam florestas da BrookfieldParkia, dona da área de 210 mil hectares controlada pela gestora, negocia venda do ativo avaliado entre US$ 600 mi e US$ 700 miO Estado de S. Paulo27 Sep 2019Mônica ScaramuzzoA
gestora canadense Brookfield colocou à venda uma área florestal de 210
mil hectares em São Paulo, Bahia, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul,
avaliada entre US$ 600 milhões e US$ 700 milhões, apurou o ‘Estado’ com
fontes a par do assunto.Essas florestas
pertenciam à Fibria e foram vendidas integralmente no fim de 2013 para
uma empresa chamada Parkia, que...
Fundos e Suzano disputam florestas da BrookfieldParkia, dona da área de 210 mil hectares controlada pela gestora, negocia venda do ativo avaliado entre US$ 600 mi e US$ 700 miO Estado de S. Paulo27 Sep 2019Mônica ScaramuzzoA
gestora canadense Brookfield colocou à venda uma área florestal de 210
mil hectares em São Paulo, Bahia, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul,
avaliada entre US$ 600 milhões e US$ 700 milhões, apurou o ‘Estado’ com
fontes a par do assunto.Essas florestas
pertenciam à Fibria e foram vendidas integralmente no fim de 2013 para
uma empresa chamada Parkia, que tem entre seus acionistas controladores
da canadense Brookfield.Segundo fontes, a
Suzano (que comprou a Fibria) está entre as interessadas em adquirir
esses ativos florestais. Os fundos de pensão canadenses PSP e British
Columbia Investment Management Corporation, além do braço de florestas
do BTG Pactual, também estariam entre os interessados. O Estado apurou
que os dois fundos canadenses e o BTG podem se unir em consórcio para
fazer uma oferta – a dos fundos teria sido de US$ 630 milhões.Ainda
segundo a apuração da reportagem, a Brookfield estaria avaliando se
desfazer, sem pressa, dos negócios florestais e colocou esse ativo do
Brasil à venda. O Itaú BBA está assessorando a gestora nessa transação. A
Brookfield é um dos maiores investidores estrangeiros no País. Dona de
shoppings (chegou a ter 14, hoje tem 4 unidades), a gestora também tem
investimentos na área de infraestrutura e energia no Brasil.Negociação.
Quando a Fibria vendeu essas florestas para a Parkia Participações por
R$ 1,65 bilhão, a gigante de celulose recebeu os recursos e reduziu
dívidas, mas continuou com as terras arrendadas. Do total de 210 mil
hectares, metade é plantada com florestas. À época da venda, em 2013, a
Fibria fechou um acordo para continuar como operadora das florestas por
24 anos.Com a compra da Fibria no ano
passado, a Suzano avalia retomar esses ativos florestais para dentro de
sua estrutura. No entanto, se não for vencedora na compra dessas áreas,
mantém em vigor o acordo que garante o arrendamento dessas terras por 24
anos (fechado em 2013), segundo fontes familiarizadas com o tema. De
acordo com elas, há disputa em torno dessas florestas. Os fundos
canadenses estão buscando investimentos fora do país de origem e ativos
florestais são considerados um investimento seguro. Esse processo de
venda está em fase avançada, com os potenciais compradores analisando
ofertas vinculantes (firmes).Nos últimos
dois anos, o setor de celulose passou por um amplo movimento de
consolidação no Brasil. Além da fusão entre Suzano e Fibria, a Royal
Gold Eagle (RGE), do grupo Asia Pacific Resources International Holdings
(April), comprou a empresa paulista Lwarcel, e a Paper Excellence
adquiriu 49,4% da Eldorado, dos irmãos Batista, donos da JBS. A Lwarcel
era considerada a última joia da coroa do setor de celulose depois da
fusão da Suzano e Fibria e a compra da Eldorado pela Paper Excellence.Ativos
florestais também entraram no radar de grandes investidores, como forma
de garantir matéria-prima para as grandes produtoras de celulose no
Brasil. Fundos de investimentos estão entre os principais interessados. A
compra de florestas prontas é mais estratégica para as empresas de
celulose do que investir no plantio do zero. Por outro lado, os ativos
florestais da Brookfield estão em Estados considerados estratégicos,
segundo fontes.Procuradas pelo Estado,
Brookfield e Suzano não quiseram comentar o assunto. O fundo PSP e o BTG
Pactual também não se pronunciaram. O fundo British Columbia Investment
Management não retornou os pedidos de entrevista até o fechamento desta
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