Um dia de cada vez: Bancos Centrais atuam e sexta-feira está longe da calmaria
Por: Gustavo Kahil
10/08/07 - 09h12
InfoMoney
SÃO PAULO - A crise do subprime está longe de deixar os mercados, como poderiam sugerir alguns analistas no início desta semana, citando a reação das bolsas internacionais ao comunicado do Federal Reserve publicado junto à decisão de política monetária do país.
À época, analistas viam a sinalização do BC norte-americano como positiva. "(...) após o comunicado do Fomc, os mercados em Wall Street tiveram fortes e abruptas variações, contagiando ...
Um dia de cada vez: Bancos Centrais atuam e sexta-feira está longe da calmaria
Por: Gustavo Kahil
10/08/07 - 09h12
InfoMoney
SÃO PAULO - A crise do subprime está longe de deixar os mercados, como poderiam sugerir alguns analistas no início desta semana, citando a reação das bolsas internacionais ao comunicado do Federal Reserve publicado junto à decisão de política monetária do país.
À época, analistas viam a sinalização do BC norte-americano como positiva. "(...) após o comunicado do Fomc, os mercados em Wall Street tiveram fortes e abruptas variações, contagiando o índice brasileiro, que chegou a estar negativo. Entretanto, como adveio um consenso favorável em torno do relatório do Fed, os mercados reagiram rápido", mostrou o BB Investimentos em relatório.
Por trás da avaliação de alguns analistas, entretanto, notícias positivas sobre o subprime haviam sido publicadas, impulsionando os mercados, o que mostrou a força das notícias relacionadas à crise. Dois dias depois do comunicado do Fed as bolsas voltaram a cair.
Bancos Centrais atuam
Na última quinta-feira, depois do anúncio da suspensão das operações de três fundos do maior banco francês, BNP Paribas, o Banco Central Europeu (BCE) entrou no mercado ofertando quantidade ilimitada de empréstimos a juros de 4% ao ano. Nesta sexta-feira o BCE voltou a atuar mais € 61,05 bilhões no mercado, em resposta à crise.
Além disso, o Banco Central do Japão (BoJ) também injetou US$ 8,39 bilhões na economia e o Banco da Austrália mais US$ 4,2 bilhões. As autoridades monetárias da Filipinas, Indonésia e Coréia do Sul já se manifestaram acerca da crise, afirmando também estarem prontas para adicionar moeda em suas economias nacionais.
No plano corporativo, destaque para a maior financiadora privada de hipotecas norte-americana, a Countrywide Financial, que afirmou que a falta de liquidez no mercado secundário de hipotecas não tem precedentes. As ações da empresa caem quase 18% em nova York nesta manhã.
"Não é uma crise de ações e sim uma crise de confiança da comunidade financeira no modo atual de operar crédito corporativo e suas conseqüências nefastas quando ocorre má liquidação financeira", avalia a equipe da corretora Ágora em relatório.
"Vale a pena lembrar que os fundamentos econômicos globais continuam fortes. A inflação está benigna, e até em queda, o que abre espaço para qualquer atuação do Banco Central. Isso não é negar, entretanto, que exista a possibilidade de reais conseqüências na economia devido ao problema com o crédito", analisa o banco UBS em relatório matinal.
Perspectivas
Para esta sessão, as novas notícias seguem preocupando os mercados e os índices futuros negociados nos EUA apontam para uma abertura em forte queda das bolsas no país. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) o Ibovespa futuro é negociado em queda de 0,4%.
Na Europa as bolsas operam em forte queda e na Ásia o índice Nikkei encerrou a sessão com expressiva desvalorização de 2,37%. "A volatilidade tem imperado nas bolsas de valores. No momento, é viver um dia de cada vez", mostra a equipe do BB Investimentos.
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