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- 28/02/2012
Por que a Moody’s tesourou o rating da Espanha abaixo do Brasil
Nota de classificação de risco passou de A3 para Baa3; perspectiva deixa em aberto novas reduções
©AFP / Philippe Huguen
Pacote de ajuda aos bancos irá aumentar ainda mais o peso da dívida do país
São Paulo – A piora nos fundamentos econômicos da Espanha e o seu combalido sistema bancário levaram a Moody’s tesourar em três degraus o rating do país, que caiu de A3 para Baa3. A perspectiva da nota está em revisão nos próximos três meses para um possível novo rebaixamento, mostra um relatório enviado ao mercado nesta quarta-feira. O novo patamar coloca a Espanha abaixo do Brasil (Baa2) na escala da agência. A Fitch também cortou em três níveis a nota do país na última quinta-feira.
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“A revisão para um rebaixamento irá focar no resultado das auditorias externas em andamento sobre o sistema bancário espanhol, a condicionalidade e detalhes do acordo de empréstimo do EFSF [Fundo Europeu de Estabilização Financeira] e ESM [Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira] e a execução específica da estratégia desenvolvida para a recapitalização do sistema bancário”, ressalta a agência.
Além disso, a Moody’s alerta que continua monitorar os desenvolvimentos na zona do euro e que os ratings do país e dos demais da região podem ser afetados negativamente caso o risco de a Grécia deixar a zona do euro suba ainda mais. De acordo com o relatório assinado pelos analistas Kathrin Muehlbronner e Bart Oosterveld, o corte no rating do país foi motivado por três razões:
1 – Ajuda de € 100 bilhões, um tiro no pé
A decisão do governo espanhol em tomar emprestado 100 bilhões de euros do EFSF e ESM para recapitalizar o sistema bancário do país é o principal motivo para a revisão das notas. “Isso irá aumentar ainda mais o peso da dívida do país, que tem aumentado dramaticamente desde o início da crise financeira”, lembra a Moody’s. Apesar de os detalhes do pacote ainda não serem conhecidos, reconhecem os analistas, está claro que a responsabilidade em dar suporte às instituições financeiras recai sobre o governo espanhol.