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História

O padrão-ouro foi o sistema monetário cuja primeira fase vigorou desde o século XIX até a Primeira Guerra Mundial. A teoria pioneira do padrão-ouro, chamada de teoria quantitativa da moeda, destacava as relações entre moeda e níveis de preço (base de fenômenos da inflação e deflação).

Cada banco era obrigado a converter as notas bancárias por ele emitida em ouro (ou prata), sempre que solicitado pelo cliente. Com o padrão-ouro, utilizado principalmente pela Inglaterra, o sistema conseguiu estabilidade e permaneceu até o término da Primeira Guerra Mundial.

No Brasil, o sistema foi adotado imperfeitamente, durante o Segundo Reinado e no início da República Velha (Governo Campos Sales).

Em termos internacionais, o padrão-ouro significou a adoção de um regime cambial fixo por parte de praticamente todos os grandes países comerciais de sua época. Cada país se comprometeu em fixar o valor de sua moeda em relação a uma quantidade específica de ouro, e a realizar políticas monetárias, de compra e venda de ouro, de modo a preservar tal paridade definida.

Operando no regime de padrão-ouro, o banco central de cada país mantém grande parte de seus ativos de reserva internacional sob a forma de ouro. As diferenças entre as reservas de ouro sob a propriedade de cada país refletia, portanto, as suas necessidades comerciais. Se um país fosse deficitário em sua balança de pagamentos, isto é, se a soma de bens e serviços importados do exterior fosse superior à soma de bens e serviços exportados ao mesmo, o país deveria corrigir o déficit exportando ouro. Os países superavitários, por sua vez, tornavam-se importadores de ouro.

O padrão-ouro visava uma situação de equilíbrio na economia internacional de modo que cada país mantivesse uma base monetária consistente com a paridade cambial, mantendo assim uma balança comercial equilibrada.

 

Primeira Guerra Mundial

A fim de financiar os custos da guerra, a maior parte dos países beligerantes saíram do padrão-ouro durante a guerra, sofrendo níveis significantes de inflação. Como os níveis de inflação variavam entre os estados, quando eles voltaram para o padrão após a guerra a um preço determinado por eles próprios (alguns, por exemplo, escolheram entrar a preços do pré-guerra), os bens de alguns países estavam subvalorizados e alguns sobrevalorizados.

 

A Grande Depressão

No começo da década de 1930, o Federal Reserve defendeu o preço fixo dos dólares em relação ao padrão-ouro ao aumentar as taxas de juros, tentando aumentar a demanda por dólar. Para competir na economia internacional, os EUA mantiveram altas taxas de juros. Maiores taixas de juros intensificaram a pressão deflacionária no dólar e reduziram os investimentos nos bancos norte-americanos. Os bancos comerciais também converteram as Notas do Federal Reserve para o ouro em 1931, reduzindo as reservas de ouro do Fed e forçando uma redução correspondente no volume das Notas do Federal Reserve em circulação.

Esse ataque especulativo ao dólar criou um pânico no sistema bancário dos Estados Unidos. Temendo uma iminente desvalorização do dólar, muitos depositantes estrangeiros e domésticos retiraram fundos dos bancos dos EUA para convertê-los em ouro ou outros ativos.

A contração forçada da oferta monetária causada pelas pessoas que retiravam seus fundos do sistema bancário durante as crises de pânico bancário resultou em deflação, recompensando aqueles que guardavam dinheiro ao invés de gastá-lo, causando uma maior desaceleração na economia.

O Congresso aprovou a Lei de Reserva de Ouro em 30 de janeiro de 1934. A medida nacionalizou todo o ouro ao ordenar os bancos do Federal Reserve a entregar sua oferta ao Tesouro dos Estados Unidos. Em retorno, os bancos receberam certificados de ouro a serem usados como reservas contra depósitos e notas do Federal Reserve. A lei também autorizou o presidente a desvalorizar o dólar de ouro para que ele não tivesse mais do que 60% de seu preço existente. Com esta autoridade, o presidente, em 31 de janeiro de 1934, fixou o valor do dólar de ouro a 59,06 cêntimos.

 

Segunda Guerra Mundial

Durante o período 1939-1942, o Reino Unido esgotou a maior parte do seu estoque de ouro em compras de munições e armas. Esse esgotamento das reservas do Reino Unido convenceu Winston Churchill, então primeiro-ministro, da impraticabilidade do retorno ao padrão-ouro ao estilo do pré-guerra.

 

O Fim do Padrão-Ouro

Após a Segunda Guerra Mundial, um sistema semelhante ao padrão-ouro foi estabelecido pelos Acordos de Bretton Woods. Sob este sistema, muitos países fixaram suas taxas de câmbio em relação ao dólar dos Estados Unidos. Os EUA prometeram fixar o preço do ouro aproximadamente a $35 por onça-troy (31,104 gramas). Implicitamente, portanto, todas as moedas atreladas ao dólar também tinham um valor fixo em termos de ouro.

Com a restrição fiscal dos gastos federais com a Guerra do Vietnã e déficits persistentes no balanço de pagamentos, levou o presidente Richard Nixon em 1968 a alterar a paridade que passou a $42,22 dólares a cada 1 onça-troy. Logo depois acabou com convertibilidade direta do dólar em relação ao ouro em 15 de agosto de 1971, resultando na quebra do sistema. 

Essa decisão foi ratificada na reunião do Fundo Monetário Internacional realizada na Jamaica em 1973, tornando o ouro uma mercadoria e não mais meio de pagamento. Isso levou a que o sistema monetário internacional passasse a atuar no chamado esquema das taxas flutuantes de câmbio.