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Fed decide manter política de estímulo à economia inalterada

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Washington, 18 de Setembro de 2013 – Depois de dois dias de deliberações, o Comitê de Política Monetária do Federal Reserve (Fed) chegou ao seu veredicto: as medidas de estímulo à economia mediante compras de títulos e taxas de juros baixas permanecerão inalteradas. Além disso, o Fed também reduziu suas projeções de crescimento da economia para 2013 e 2014.

O Federal Reserve (Banco Central dos Estados Unidos) continuará comprando 85 bilhões de dólares mensais em títulos públicos e hipotecários e manterá a taxa básica de juros em um nível próximo a zero.

A instituição considerou que o atual aumento de taxas para alguns setores da economia poderia desacelerar o crescimento econômico e afetar o mercado de trabalho.

Por outro lado, o Federal Reserve reduziu suas projeções de crescimento da economia dos Estados Unidos. O Produto Interno Bruto (PIB) do país deve subir 2,0% a 2,3% em 2013, ou seja, 0,3 ponto percentual a menos que o previsto em junho. Em 2014, o Fed prevê um crescimento entre 2,9% e 3,1% – 0,4 ponto percentual a menos em relação à projeção de junho.

 

Decisão do Comitê de Política Monetária dos Estados Unidos frustra as projeções do mercado financeiro

 

O anúncio do Federal Reserve de que irá manter seu programa de estímulos monetários em US$ 85 bilhões mensais frustrou as expectativas do mercado financeiro.

Analistas esperavam que o banco central anunciasse nesta quarta-feira, após uma reunião de dois dias, uma redução de US$10 a 20 bilhões no programa de compra mensal de títulos, adotado pelo país em resposta à crise financeira deflagrada em 2008.

Nos últimos meses, a simples sinalização de que os Estados Unidos poderiam começar a cortar tal programa de incentivos provocou um turbilhão financeiro nas bolsas de valores ao redor do mundo.

Uma desvalorização de 20% do real brasileiro foi em grande parte atribuída a tal sinalização. Os capitais financeiros que até agora inundavam mercados emergentes começaram a voltar para os Estados Unidos, provocando uma queda no valor das moedas desses emergentes.

Brasileiros com passagem marcada para o exterior tiveram de refazer suas contas para ajustá-las ao novo câmbio, alguns produtos importados começaram a encarecer, e as apostas em uma alta de juros no Brasil cresceram.

Como a decisão do Fed foi uma surpresa, analistas não descartam novos ajustes no mercado, como repercussões de curto prazo sobre as moedas de mercados emergentes.

 

Perspectivas sobre as próximas reuniões do Federal Reserve

 

O Fed informou que, nas próximas reuniões, vai avaliar se os dados econômicos continuam mostrando a melhora do mercado de trabalho e da inflação.

A instituição reiterou ainda que não começará a elevar os juros até que a taxa de desemprego dos Estados Unidos caia ao menos para 6,5% e desde que a taxa de inflação não ultrapasse 2,5%. A taxa de desemprego nos Estados Unidos encontra-se, atualmente, em 7,3%.

 

Entenda a política de estímulo econômico adotada pelo Federal Reserve

 

No geral, os Bancos Centrais costumam estimular investimentos e consumo cortando as taxas básicas de juros da economia.

Depois da falência do Banco Lehman Brothers, em setembro de 2008, os juros americanos de fato caíram de 2% para 0,25%. A partir daí, porém, havia pouca margem de manobra para cortar mais, e a expectativa era que novas reduções tivessem pouco efeito.

O Fed, então, decidiu impulsionar a economia ampliando diretamente a quantidade de dinheiro disponível para empréstimos, investimentos e consumo – o que pode ser feito tanto pela impressão de cédulas, quanto pela ampliação da base monetária por via eletrônica.

A estratégia, conhecida como afrouxamento quantitativo (Quantitative Easing), incluiu, no caso dos Estados Unidos, a injeção de novos recursos na economia por meio da compra de títulos do tesouro e de papéis lastreados em hipotecas, até então nas mãos de instituições financeiras.

Estratégias para reativar economias cambaleantes com a expansão de sua base monetária foram usadas em outros países no passado, nem sempre com sucesso. No pós-Primeira Guerra, por exemplo, o governo alemão lançou mão de um farto programa de impressão de moeda para custear seus gastos e dívidas e acabou mergulhando o país numa hiperinflação. Algo semelhante, ainda que em menor escala, ocorreu no Brasil no final do século passado.

De acordo com os defensores da prática nos Estados Unidos, porém, o afrouxamento quantitativo atual teria mais sucesso porque os recursos seriam usados para comprar títulos já em circulação no mercado, a expansão da base monetária seria feita com mais parcimônia e o principal risco era o de deflação, não inflação.

De fato, desde 2008, o Fed já realizou três rodadas de afrouxamento quantitativo e, embora haja divergências sobre até que ponto se pode falar em uma recuperação sustentável, ao menos as previsões de um grande fracasso não parecem ter se confirmado.

A expectativa é que, quando o programa termine, tenha injetado mais de US$ 1 trilhão na economia americana. Atualmente, os aportes são de US$ 85 bilhões por mês por meio da compra de US$ 45 bilhões em títulos do tesouro e US$ 40 bilhões em títulos do mercado imobiliário.

 

Entenda como a política de estímulo econômico dos Estados Unidos afetou o Brasil

 

Com o aumento da quantidade de dólares em circulação e os títulos americanos pagando tão pouco, parte dos recursos injetados na economia americana acabaram sendo investidos em países emergentes, em papéis de maior risco e rentabilidade.

Tal movimento provocou nos últimos anos uma valorização das moedas de países como Brasil, Índia, Indonésia e México, bem como um aumento do fluxo de capitais para tais países.

Com a apreciação cambial, as importações se tornaram mais baratas, mas em compensação seus exportadores também perderam competitividade.

No Brasil, o que alguns classificaram como uma ‘sobrevalorização do real’ se tornou uma das principais reclamações da indústria, por exemplo.

 

 

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