Madri, 23 de Outubro de 2013 – O Banco Central da Espanha anunciou nesta quarta-feira que o país finalmente voltou a crescer após dois longos anos em profunda recessão. De acordo com a instituição financeira, a Espanha teve um crescimento de 0,1% ao longo do terceiro trimestre de 2013.
O resultado anunciado com alívio pelo Banco da Espanha foi confirmado posteriormente pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Apesar de mínimo, o crescimento da economia espanhola deve ser muito celebrado, pois simboliza o início da recuperação do país após dois anos de muito sofrimento. A quarta economia da zona do euro foi fragilizada desde a explosão da bolha imobiliária nos Estados Unidos em 2008. Depois disso, o país foi obrigado a adotar um rígido programa de austeridade e de reformas, que parece começar a dar seus frutos e a inspirar novamente a confiança nos mercados.
O aumento do Produto Interno Bruto (PIB), após nove trimestres consecutivos de queda, é acompanhado por uma melhora na taxa de desemprego. O Banco da Espanha já antecipou que o desemprego registrará o índice de crescimento menos desfavorável desde o início da crise.
De acordo com os dados divulgados no relatório do Banco da Espanha, a economia do país vem se recuperando gradualmente ao longo dos últimos trimestres: caiu 0,8% no último trimestre de 2012 e recuou 0,4% no primeiro trimestre deste ano. Já no segundo trimestre de 2013, o Produto Interno Bruto (PIB) espanhol recuou 0,1%.
O índice de desemprego espanhol no segundo trimestre foi de 26,3%.
Investimento de Bill Gates em construtora é bastante comemorado na Espanha
Em um país assolado por uma desconfiança por parte dos investidores, o investimento de um magnata em uma empresa de construção local deve realmente ser muito celebrado. Mais do que dinheiro, tal investimento é uma prova de confiança.
Foi o caso da Espanha ontem depois do anúncio que Bill Gates, fundador da Microsoft e detentor de US$ 75,1 bilhões de patrimônio pessoal, adquiriu uma fatia de seis por cento da construtora FCC por € 113 milhões. Atualmente, a empresa renegocia com credores a ampliação do prazo de pagamento de uma dívida de € 5 bilhões.
O setor de construção foi um dos mais duramente atingidos pela recessão espanhola depois que a bolha do setor imobiliário local estourou, cinco anos atrás. Com a crise, várias dessas empresas tiveram que vender ativos e expandir investimentos no exterior (inclusive no Brasil), já que países vizinhos não viviam bom momento.