ADVFN Logo ADVFN

Não encontramos resultados para:
Verifique se escreveu corretamente ou tente ampliar sua busca.

Tendências Agora

Rankings

Parece que você não está logado.
Clique no botão abaixo para fazer login e ver seu histórico recente.

Hot Features

Registration Strip Icon for default Cadastre-se gratuitamente para obter cotações em tempo real, gráficos interativos, fluxo de opções ao vivo e muito mais.

Há Tempos: o mercado bate, a bolsa apanha e o governo ignora

LinkedIn

Rio de Janeiro, 17 de Fevereiro de 2014 – E a segunda-feira começou nublada, com muita gente de mal com a vida, destilando perspectivas amargas após os últimos vieses.

Não, não estou falando dos vascaínos que, de fato, devem estar amaldiçoando o árbitro de linha de fundo Rodrigo Saraiva Castanheira após o mesmo não ter assinalado o gol de Douglas, que abriria o placar no embate contra o Mais Querido na tarde de ontem.

Também não estou falando dos pobre-coitados que tiveram que encarar uma manhã infernal nas ruas da capital fluminense para tentar chegar ao trabalho no centro da cidade, neste primeiro dia de proibição de tráfego de carros de passeio na histórica Avenida Rio Branco – a Avenida Paulista dos cariocas.

Estou falando, na verdade, sobre os cem analistas consultados pelo Banco Central (BC) para elaboração do Boletim Focus do dia 14 de Fevereiro, divulgado nesta manhã.

 

Mais do Mesmo

 

Como não poderia deixar de ser, as previsões do mercado financeiro sobre a economia brasileira para o final de 2014 e de 2015 vão de mal a pior: mais inflação, menos crescimento – estimaram os principais analistas financeiros do país ao serem consultado pelo BC entre os dias 10 e 14 deste mês.

De acordo com o Boletim Focus, o Brasil fechará 2014 com uma inflação de 5,93% (0,02% maior que a inflação oficial de 2013 e 0,04% maior que a projeção anterior). Uma das causas dessa inflação quase que hermana poderá ser o alto preço do dólar, estimado em R$ 2,48 no dia da próxima Corrida de São Silvestre – se confirmado, o futuro tricampeão da prova, o queniano Edwin Kipsang Rotich, vai fazer a alegria dos comerciantes da 25 de Março só com a diferença no câmbio de um ano para outro.

 

O Descobrimento do Brasil

 

Mas o grande destaque do último relatório de mercado divulgado pelo BC foi a previsão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2014: gigantescos 1,79% – 0,11 ponto percentual pior que a última projeção.

De acordo com os analistas consultados, tamanho crescimento será turbinado por: um saldo de conta corrente negativo em US$ 74,60 bilhões, um saldo de US$ 7,90 bilhões da balança comercial e um total de investimentos estrangeiros diretos de US$ 58 bilhões.

É o mercado financeiro brasileiro antevendo o descobrimento do (Novo) Brasil pelo investidor estrangeiro, meses antes do mesmo ser escancarado para o mundo durante a próxima Copa do Mundo.

Como sempre, o mercado financeiro se antecipa e começa a precificar os efeitos de tamanha exposição. Isso é apenas uma prévia do que vem por aí. Provavelmente, em 31 de Dezembro, os números estarão muito piores. Lembre-se que além da conjuntura externa estar longe de ser favorável e dos possíveis (ou prováveis) danos de imagem que amargaremos com a realização da Copa do Mundo, teremos o risco eleição até, pelo menos, 05 de Outubro.

 

Que País É Esse?

 

Pra quem ainda não foi apresentado, o Novo Brasil foi (re)fundado em 01 de Janeiro de 2003 pelo carismático Luis Inácio Lula da Silva.  Vivenciou anos exuberantes da economia mundial e o estopim da Crise Imobiliária nos Estados Unidos – a maior crise econômica desde o Crack da Bolsa de Valores de Nova Iorque em 1929.

Nos momentos de bonança, acumulou e gastou divisas. Nos momentos de crise, acumulou e gastou divisas. Um adendo: gastar divisas não significa, necessariamente, investir as divisas acumuladas.

No momento, o Novo Brasil foi contaminado pela Grande Depressão. Não foi o primeiro, mas com certeza foi um dos últimos. Já não acumulamos mais divisas, mas também não sabemos mais como parar de gastá-las. E nem dá pra parar agora, não é mesmo? Copa do Mundo e Eleições: temos que fazer bonito pro mundo e pro povo.

Enquanto o mundo já se recupera dos anos de tristeza – tendo utilizado, inclusive, a contagiante euforia brasileira nos momentos mais críticos –, o Novo Brasil não pode nem admitir pra ele mesmo que também está doente.

 

Antes das Seis

 

Antes da publicação do Boletim Focus nesta segunda-feira, ou seja, enquanto ainda dormíamos desta lado do mundo, novos dados de gosto pra lá de duvidoso pipocavam no Japão.

Pra começar, o PIB da terceira maior economia mundial cresceu 0,3% no quarto trimestre de 2013 – bem abaixo do valor projetado pelo mercado.

Outros dados pra lá de decepcionantes sobre o consumo privado, o investimento empresarial e as exportações japonesas também contribuíram para que o principal índice de ações asiático (Nikkei 225) perdesse quase três por cento de seu valor nos últimos pregões.

Vale lembrar que, neste instante, o Comitê de Política Monetária do Japão está reunido para revisar sua política de estímulo econômico ultra expansionista adotada no último ano. O Japão avalia a necessidade de mais estímulo fiscal e monetário. O mercado, por sua vez, reza pela manutenção do programa de recompra dos títulos públicos nipônicos.

 

Tédio

 

Já no mercado brasileiro de títulos públicos, pouca coisa mudou em uma semana.

Na última semana, o título mais valorizado foi o NTN-B Principal 150519 (0,51%), que fechou cotado em R$ 1.714,27, pagando 6,49% ao ano além da variação do IPCA. Coincidentemente ou não, o título que mais se desvalorizou na semana anterior (-0,91%) foi o NTN-B Principal 150535, de longo prazo, que fechou valendo R$ 570,50 e pagando 6,98% ao ano sobre a inflação oficial.

Atualmente, dez títulos estão disponíveis para compra via Tesouro Direto: três pré-fixados, seis indexados pela inflação (IPCA) e um pela taxa básica de juros (SELIC).

 

Só por Hoje

 

A volatilidade que vem acompanhando o mercado de câmbio brasileiro resolveu dar uma trégua durante o Feriado do Dia dos Presidentes dos Estados Unidos. Numa sessão marcada por poucas transações, o dólar fechou em leve alta de 0,0920%, cotado em R$ 2,3877 para compra e R$ 2,3887 para venda.

Mesmo com o baixo movimento da sessão, o Banco Central deu continuidade à sua política intervencionista, vendendo a oferta total de quatro mil swaps tradicionais cambiais, equivalentes à venda futura de dólares. Além disso, também vendeu o lote integral de 10,5 mil swaps em mais um leilão para rolar os vencimentos de 05 de Março.

 

Esperando por Mim

 

No mercado de ações da BM&FBovespa o dia também foi de pouco movimento por conta do feriado norte-americano, que manteve as bolsas de valores locais fechadas. Com exceção feita ao giro financeiro provocado pelo vencimento dos contratos de opções, o volume financeiro do Mercado Bovespa foi baixíssimo.

Fiel à sua tendência de baixa, o Ibovespa fechou o primeiro pregão da semana em queda de 1,30%, cotado a 47.576 pontos. No mês, o principal índice de ações do país acumula uma queda de 0,13%. No ano, a queda acumulada já soma 7,63%.

 

Exit Music: Rhapisody in Blue

 

No meio do marasmo que marcou o pregão da Bovespa nesta segunda-feira, uma ação se destacou, subindo quase vinte por cento. Foi a Brookfield (BISA3) em seu canto do cisne – uma rapsódia azul.

Pela manhã, a controladora da empresa divulgou que faria uma oferta pública de aquisição de ações (OPA) para tirar a incorporadora da bolsa de valores. Em nota, a controladora Brookfield Brasil Participações (BRB) estipulou que o preço máximo a ser pago aos acionistas minoritários seria de R$ 1,60 por ação, um prêmio de quase trinta por cento sobre o valor de fechamento da BISA3 na última sexta-feira.

 

Hoje a Noite Não Tem Luar

 

E quando o dia parecia fechar tranquilo, sem grandes novidades, mas também sem motivos para choro, eis que a agência de risco Standard & Poor’s resolve se manifestar sobre o Brasil.

De acordo com o relatório divulgado pela instituição, a chance do Brasil ter sua nota de risco rebaixada “é de pelo menos uma em três”. A crescente dívida do governo e a estabilidade macroeconômica cada vez mais frágil seriam as razões de um possível rebaixamento.

Não custa lembrar que a mesma agência já tinha colocado a nota de risco brasileira em perspectiva negativa em junho de 2013 e que, uma redução da nota dificultaria ainda mais a entrada de investimentos estrangeiros no país.

Deixe um comentário