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Tóquio, 30 de Abril de 2014 – O Banco Central do Japão decidiu por unanimidade manter sua política monetária, demonstrando um forte otimismo de que a inflação ao consumidor do país deve atingir a meta 2,0% a partir do próximo ano fiscal que começa em abril de 2015, e será sustentável de maneira estável conforme a recuperação econômica continue.
O presidente do BC, Haruhiko Kuroda, manteve seu otimismo sobre tal perspectiva, afirmando que não vê atrasos no cronograma para cumprir a meta de inflação.
“O impacto econômico após o aumento do imposto sobre as vendas em abril parece limitado e está dentro das expectativas do governo. Até o momento, os gastos das famílias estão ajudando a sustentar o crescimento do país, que vem progredindo de maneira estável. Ainda estamos a meio caminho de cumprir a meta inflacionária, e o Banco Central está monitorando de perto a situação, pronto para expandir ainda mais o estímulo econômico se os riscos ameaçarem o cumprimento da meta de preços“.
Como esperado, o BC também manteve sua promessa de elevar a base monetária a um ritmo anual de 60 trilhões a 70 trilhões de ienes (US$ 587 a US$ 685 bilhões).
O BC japonês tem mantido sua política desde que lançou um robusto pacote de estímulos econômicos em abril do ano passado, quando prometeu acelerar a inflação para 2,0% em cerca de dois anos através de agressivas compras de ativos. O objetivo da instituição é acabar com a deflação que aflige o país nos últimos 15 anos.
Nikkei 225
A projeção otimista reforça ainda mais as expectativas do mercado de que o Banco Central do Japão manterá a política monetária inalterada pelo menos até julho – visão que se espalhou depois que Haruhiko Kuroda afirmou no mês passado que não vê necessidade imediata de expandir o estímulo econômico por enquanto.
Se a decisão da instituição de manter a política monetária não desapontou os investidores, também não chegou a empolga-los. O Nikkei 225, principal índice de ações da Bolsa de Valores de Tóquio, fechou o pregão desta quarta-feira cotado em 14.304,11 pontos – uma valorização de 0,11% em relação ao pregão anterior. Com a valorização de hoje, o principal índice de ações do Japão acumula uma queda de -3,5% no mês e de -12.2% no ano.
A queda do índice registrada no mês de abril deve-se, principalmente, ao início da cobrança do novo imposto sobre as vendas, que subiu de 5,0% para 8,0% a partir do início deste mês. Os investidores esperavam que o Banco Central adotasse algum tipo de medida adicional de estímulo para compensar o impacto provocado pelo aumento da alíquota.
Iene
A moeda japonesa se fortaleceu ante o dólar, fechando a sessão próxima do preço máximo do dia, depois que as mais recentes projeções econômicas do Banco Central do Japão indicaram que não há estímulos adicionais no curto prazo.
No longo prazo, porém, a cotação do iene tende a cair, uma vez que o governo manteve a promessa de elevar a base monetária em 60 trilhões a 70 trilhões de ienes (US$ 587 a US$ 685 bilhões) ao longo do ano.
