Rio de Janeiro, 21 de Janeiro de 2015 – Pela terceira vez consecutiva, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu pelo aumento da taxa básica de juros da economia brasileira. Desta vez, o aumento foi de meio ponto percentual e elevou a meta da Taxa Selic para 12,25% ao ano – o maior patamar dos últimos três anos e meio. Com o novo aumento, o governo tenta controlar o crédito e o consumo e, assim, domar a inflação.
Após a reunião do Copom, o BC divulgou o seguinte comunicado: “Avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a Taxa Selic em 0,50 ponto percentual, para 12,25% ao ano, sem viés“.
O terceiro aumento consecutivo da Taxa Selic ocorre em um momento de fraca atividade econômica, com analistas financeiros não descartando a possibilidade de nova recessão em 2015, mas com a inflação em patamares ainda elevados.
Os diretores do BC, que participaram da reunião desta quarta-feira, ressaltaram o fato de o crescimento do país estar próximo de zero e subiram o tom do discurso contra a alta de preços.: removeram a palavra “parcimônia” do comunicado anterior e indicaram que o ritmo do aperto da política monetária deve continuar.
A preocupação do Copom com a inflação não é em vão. Nos últimos cinco anos, a inflação brasileira ficou bem distante da meta central de 4,50% ao ano estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Em 2010, 2011, 2012, 2013 e 2014, respectivamente, a inflação somou 5,91%, 6,50%, 5,84%, 5,91% e 6,41%.
Para piorar, recentemente, o recém-empossado Ministério da Fazenda, Joaquim Levy, elevou impostos para combustíveis, que podem resultar em um acréscimo de 0,3 ponto percentual à inflação deste ano. Além disso, o reajuste da conta de luz pode ser maior que o estimado antes, por causa da crise vivida pelo setor elétrico. E o dólar instável também representa um perigo para os preços de matérias-primas e produtos importados. Nesse cenário, desde as eleições presidenciais, o BC optou por resgatar a credibilidade da autarquia e voltar a ancorar as expectativas para a alta de preços, que passaram os últimos anos desorientadas.
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