Rio de Janeiro, 20 de Março de 2015 – Na comparação com igual mês do ano anterior, o emprego na indústria recuou 4,1% em janeiro de 2015, com dezessete dos dezoito setores industriais pesquisados pelo IBGE diminuindo o número de postos de trabalho. Este foi o quadragésimo resultado negativo consecutivo nesse tipo de comparação.
Os setores industriais que mais perderam ocupações assalariadas entre janeiro de 2014 e janeiro de 2015 foram: máquinas e aparelhos elétricos e eletrônicos (-11,3%), meios de transporte (-7,7%), produtos de metal (-7,7%), outros produtos da indústria de transformação (-8,0%), máquinas e equipamentos (-4,5%), calçados e couro (-6,8%), alimentos e bebidas (-1,3%), vestuário (-3,9%), metalurgia básica (-6,3%) e papel e gráfica (-3,3%).
O único ramo industrial que registrou aumento nos postos de trabalho de um ano para o outro foi o setor de produtos químicos (0,5%).
Número de Horas de Trabalho Pagas
Na comparação com janeiro de 2014, o número de horas pagas aos trabalhadores da indústria recuou 5,2% no primeiro mês de 2015. Essa foi a vigésima taxa negativa consecutiva neste tipo de confronto.
Quase todos os setores industriais pesquisados pelo IBGE registraram diminuição no número de horas trabalhadas pagas em janeiro de 2015, na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
As principais influências negativas vieram de produtos de metal (-10,9%), meios de transporte (-8,4%), alimentos e bebidas (-2,9%), máquinas e equipamentos (-7,7%), outros produtos da indústria de transformação (-10,0%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-8,5%), calçados e couro (-8,3%), metalurgia básica (-8,5%), vestuário (-3,8%) e papel e gráfica (-4,9%). Em sentido contrário, o setor de produtos químicos, com expansão de 1,0%, foi o único com resultado positivo nesse mês.
Valor da Folha Salarial Real
Em relação a janeiro do ano anterior, o valor da folha de pagamento real recuou 4,2% em janeiro de 2015, oitava taxa negativa consecutiva neste tipo de confronto. Quatorze dos dezoito setores avaliados pelo IBGE apontaram para diminuição do valor da folha de pagamento real na indústria entre janeiro de 2014 e janeiro de 2015.
Os principais destaques positivos foram: meios de transporte (-9,3%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-12,3%), produtos de metal (-10,8%), alimentos e bebidas (-2,2%), metalurgia básica (-4,8%), outros produtos da indústria de transformação (-7,2%), papel e gráfica (-3,8%), máquinas e equipamentos (-1,9%), borracha e plástico (-3,9%) e calçados e couro (-8,4%). Por outro lado, entre os três setores que apontaram resultados positivos nesse mês, o principal impacto foi assinalado por indústrias extrativas (6,7%).
Produção Industrial
No confronto com igual mês do ano anterior, a produção industrial brasileira permaneceu em queda.
A taxa mensal de -5,2%, obtida comparando a produção industrial de janeiro de 2015 com janeiro de 2014, aponta para o décimo primeiro resultado negativo consecutivo. Salienta também um claro predomínio de taxas negativas entre as atividades e as grandes categorias econômicas.
Na comparação com janeiro de 2014, houve queda nas quatro grandes categorias econômicas, em 20 dos 26 ramos e em 65,6% dos 805 produtos pesquisados. O primeiro mês de 2015 teve um dia útil a menos do que o mesmo mês do ano anterior.
Entre as grandes categorias econômicas, a produção de bens de capital (-16,4%) e a produção de bens de consumo duráveis (-13,9%) tiveram as reduções mais acentuadas. A menor produção desta última categoria foi influenciada por reduções de jornadas de trabalho e pela concessão de férias coletivas em várias unidades produtivas de automóveis e eletrodomésticos da linha marrom. A produção de bens de consumo semi e não-duráveis e a produção de bens intermediários também tiveram queda em relação ao mesmo mês de 2014, de 5,3% e 2,4%, respectivamente.
No caso dos bens de consumo duráveis, bens de capital e bens intermediários, as quedas significam o 11º resultado negativo consecutivo. A queda na produção de bens de consumo semi e não-duráveis foi o quarto resultado negativo consecutivo na comparação com igual mês do ano anterior e o mais intenso desde abril de 2009 (-6,2%), explicado pelos recuos nos grupos de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-4,1%), de semiduráveis (-8,6%) e de não-duráveis (-5,5%).
A atividade de veículos automotores, reboques e carrocerias exerceu a maior influência negativa (-18,2%), pressionada pela redução na produção de aproximadamente 81% dos produtos investigados, especialmente automóveis, caminhões, caminhão-trator para reboques e semirreboques, carrocerias para caminhões, reboques e semirreboques e autopeças. Outras contribuições negativas vieram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-6,1%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-23,2%) e máquinas e equipamentos (-10,9%). Entre as seis atividades que aumentaram a produção, o principal impacto veio das indústrias extrativas (10,4%), resultado impulsionado pelos avanços em minérios de ferro pelotizados e óleos brutos de petróleo.
Já de acordo com o relatório da Pesquisa Industrial Mensal Produção Física Regional, houve queda na produção industrial de onze das quinze regiões pesquisadas pelo IBGE entre janeiro do ano passado e janeiro deste ano. As maiores baixas partiram de Amazonas (-12,4%), Bahia (-12,1%), Paraná (-12,0%) e Rio Grande do Sul (-11,3%). Santa Catarina (-8,0%), Região Nordeste (-5,9%) e São Paulo (-5,4%) também apontaram quedas mais acentuadas que a média nacional (-5,2%). Ceará (-5,1%), Minas Gerais (-3,7%), Rio de Janeiro (-3,1%) e Goiás (-2,1%) também apresentaram produção menor. Por outro lado, nessa mesma base de comparação, o Espírito Santo indicou alta de 18,2%, seguido por Pará (6,4%), Mato Grosso(5,2%) e Pernambuco (3,3%).
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